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Show do A-Ha “funcionou” dessa vez

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Por Marcos Pinheiro
Fotos: Lyanna Soares

Foi um show no mínimo “digno” e “correto” o que o A-Ha fez ontem (6/10), no NET Live, em sua terceira vinda a Brasília. Além de todas as 15 músicas apresentadas na última noite do Rock in Rio, nove dias antes, o trio norueguês incluiu outras cinco, sendo mais duas do novo disco, Cast in steel, lançado há pouco mais de um mês. E o mais importante: a voz de Morten Harket soou limpa e mais próxima daquilo que os fãs se acostumaram a ouvir nas gravações originais – embora tenha segurado os “picos” de agudo vez ou outra. Nada que comprometesse.

DSC_4504Diferente do que rolou no festival carioca, onde Harket cantou nitidamente de forma mais contida, tons abaixo, sob chuva fina. Ou mesmo da apresentação anterior na cidade, em março de 2010, quando uma alegada gripe causou decepção – e até certa comoção – entre os presentes ao Ginásio Nilson Nelson. Ou seja, dessa vez o A-Ha “funcionou” num lugar fechado e mais “intimista”, para a alegria de um público bem “aleatório” – cerca de 4.500 pessoas – que compareceu na ainda complicada casa de eventos do Setor de Clubes Norte. A geografia do lugar, situado ao fim de uma rua estreita, torna confuso o acesso de carros e o estacionamento. A área interna, quando enche, fica abafada demais. Isso sem contar na enorme distância da chamada “pista comum” (com ingressos a R$ 140, meia-entrada) para o palco, que não é muito elevado. Torçamos para que essa logística melhore o quanto antes, pois o NET Live tem sido o principal palco em Brasília para shows internacionais nos últimos dois anos.

DSC_4473Ontem tinham fãs de verdade – vi até um com camiseta do A-Ha, vendidas lá dentro a R$ 80. Tinham outros vestindo estampas de AC/DC, Metallica, Motörhead e Led Zeppelin (?!). Será que os noruegueses ultrapassaram assim os limites do pop e do rock (pesado)? Mas a imensa maioria estava lá pela “badalação”. Afinal, não faltam sucessos na carreira do trio, sobretudo no período entre 1985 e 1990. Ou seja: era impossível – até para os desavisados! – não conhecer pelo menos cinco músicas naquele set list de 20. E assim foram 1h40 de show, entre muitas selfies (que coisa irritante!), fotos e filmagens (pra quê? No Youtube você encontra vídeos de muito melhor qualidade) de um público que prefere mais ver a banda pela tela de um celular do que ali, presente, no palco. Vai entender. Com direito à distribuição de balões azuis com a marca de um patrocinador que deu um singelo ar de “salão de festas” ao local.

Ok, estou sendo ranzinza. A vibe até que estava divertida, alto astral – e até saudosista, claro! E para não ser injusto, um conhecido ao lado pulava alucinadamente a cada música – e até fez vários “air guitar”. Imagina se a guitarra fosse mesmo o ponto forte do A-Ha? Momentos de cantoria extrema geral nas baladas Stay on These Roads, Crying in the Rain e Hunting High and Low. E, óbvio, no encerramento com a sempre animada Take on me – pedida aos gritos pelo público depois que a banda deixou o palco no primeiro bis. Alguém realmente achava que ela iria ficar de fora?

Em breve álbum de fotos por Lyanna Soares Photography

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5 comentários sobre “Show do A-Ha “funcionou” dessa vez

  1. Marcos,
    Funcionou demais esse show.
    O único quê foi muito bem relatado por você, quanto à logística. Realmente, o acesso é horrível, calor infernal, palco muito baixo.
    Também me admira esse fenômeno de aceitação pelo público mais heavy creio que seja amadurecimento mesmo. Quando na adolescência, jamais imaginaria curtir tanto um show do A-ha ou Roxette e voltar para casa ouvindo Soufly.
    Quanto à banda, estava perfeita. Parecia até mais feliz que no RIR ou em 2010.
    De fato, a química estava presente, e a sintonia artista-público estava elevada. É o feeling não tem como forçar mesmo.

  2. concordo, com seus comentários Marcos, o local precisa dar uma melhorada na logística e urgente, fui a uns quatro eventos lá e o espaço deve ser repensado sim…qto a banda claro funcionou e funciona melhor em espaços menores mesmo, o show do rock in rio foi morno como visto pela tv.

  3. Não pude ir nesse show do a-ha mas concordo q o net live precisa melhorar muito…no show do deep purple ano passado o vocalista realmente passou mal de tão abafado q ficou aquele lugar….

  4. Gostei muito da vibe do show com pessoas mais velhas e mulheres bem arrumadas de salto, maquiadas. E caras com camisa de escritório e roupas mais formais, de gente mais velha.
    O pessoal do rock é muito preconceituoso com outros públicos. Acho que foi legal ver todo mundo misturado e a coisa funcionando.
    Acho legal o pessoal falar que tá curtindo Roxette e A-ha, mas fico me perguntando em que bolha, nós do metal, vivíamos que não sabíamos a importância dessas bandas? Algo tão óbvio. Mas em tempo de ser sanado. Boa música pra todos.
    Lembrando que o James Hetfield adora Garbage e já fez cover de i’m only happy when it rains. E o Anthrax já fez cover de London, do Anthrax. Há vida no metal e há pessoas que pensam fora da caixinha também. Saudações a esses! Vcs fazem a coisa acontecer.
    Mais sunitas!
    Menos xiitas!

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