Blog voltar
|

Sinfonia da destruição


Fotos: Jorge Cardoso (Correio Braziliense)

Noite estrelada e de clima agradável na quinta-feira, 22 de abril. Em meio à maratona de festejos pelos 50 anos de fundação, Brasília ganhou um convidado muito especial para coroar seu jubileu de ouro: o Megadeth levou quase três mil headbangers ao delírio na pequena arena montada do lado de fora do Ginásio Nilson Nelson.

Já comentei por aqui, na ocasião da vinda do Iron Maiden à cidade (março de 2009), que não me sinto muito à vontade para escrever sobre heavy metal. Muito menos posso dizer que sou “fã” do Megadeth. Por conta do Cult 22, tenho quatro discos deles (um é pirata, ao vivo) e algumas músicas no ipod. Adoro Symphony of Desctruction, a ponto de tocá-la em algumas festas do programa. Mas, por incrível que pareça, minha discoteca não inclui o Rust in Peace, que comemora 20 anos de lançamento e é o principal alvo da presente turnê mundial dos caras. Não podia deixar de assistir por reconhecer a importância do quarteto na história do rock pesado. Mais do que isso: gosto de ir a shows do gênero justamente pelo respeito que tenho pelos “metaleiros”, um dos últimos redutos de fiéis “seguidores do rock”. Aquela turma pode envelhecer, mas nunca vai deixar a causa morrer em seus corações. O que para alguns pode significar imaturidade, pra mim é questão de paixão.

Entrei na arena por volta das 21h50 e perdi o show de abertura, da brasiliense Red Old Snake. Menos de 20 minutos depois, as luzes se apagaram e ao som da música Black Sabbath, a banda foi entrando aos poucos. Para dar início aos trabalhos, o Megadeth voltou a 1992 e entoou Skin O’ My Teeth, faixa do álbum Countdown to extinction. Seguiram-se mais duas “das antigas” até que soaram os riffs da clássica Holy Wars… The Punishment Due. A partir daí, foram enfileirando todas as nove faixas de Rust in Peace, na ordem do disco. É de impressionar o virtuosismo do veterano baixista David Ellefson, do novato guitarrista Chris Broderick e do próprio vocalista e guitarrista Dave Mustaine “duelando” constantemente. Mas – podem me crucificar por esta observação – achei que o líder parecia com a voz fraca (problemas de equalização?) e sem fôlego. Aliás, o som, mesmo fora do ginásio, “embolou” algumas vezes. E os telões, colocados nas laterais do palco, eram de qualidade duvidosa, com imagens de pouca definição.

Ao final da faixa-título, a primeira parada, bem rápida. No retorno, mais quatro e o curioso: só aí a banda tocou duas do mais recente álbum, Endgame (2009). Entre elas, Head Crusher, na qual Mustaine, em raro momento de comunicação com o público, ensinou o refrão, acompanhado com força pela tribo. Fechou com a esperada (pelo menos por mim) Symphony of Desctruction. Ainda houve tempo para um segundo bis, com Peace Sells encerrando o set, às 23h32, após 17 músicas e 1h25 de duração.

Para quem não conhecia profundamente o Megadeth, saí com a sensação de saldo bastante positivo. E feliz em calcular que aquele era o sexto show internacional que eu tinha visto em Brasília em apenas 45 dias – somando-se a Guns n´Roses, A-Ha, Franz Ferdinand, B.B. King e Moby. Que venha o Living Colour!

Set list
Skin O’ My Teeth
In My Darkest Hour
She-Wolf
Holy Wars… The Punishment Due
Hangar 18
Take No Prisoners
Five Magics
Poison Was The Cure
Lucretia
Tornado of Souls
Dawn Patrol
Rust In Peace… Polaris
Bis
Trust
The Right To Go Insane
Head Crusher
Symphony of Destruction
2º Bis
Peace Sells

18 comentários sobre “Sinfonia da destruição

  1. Em shows de Metal há uma grande confraternização entre público e pláteia. Achei o som embolado até a 3ª música, nas restantes o som ficou melhor.

  2. Eu escrevi exatamente sobre isso no meu blog!
    A satisfação que os amantes do metal sentem ao assistirem a um show é algo único.
    E ver Megadeth pela 2a vez foi realmente fantástico pra mim!

  3. ah! ainda bem que se retratou Marcos Pinheitro, o primeiro post foi muito econômico agora sim, valeu pelo texto e respeito a Heavy Metal, eu no auge dos meus 38 anos ão tenho mais saco pra radicalismo e sim para profissionalismo, muito bom o show, mas o Dave é conhecido pela voz limitada e pouca sinpatia mesmo, mas o incrível de tudo isso é o cara criar clássicos como os visto naquela noite a arte fala masi alto sempre e que venha mais e mais espetáculo do mesmo nível nos agradecemos e merecemos.

  4. A voz do Mustaine tava fraca mesmo ! Andei procurando alguns vídeos ao vivo de “Headcrusher” e em NENHUM ele canta no mesmo tom da gravação. Só acho estranho a falta de comunicação dele com o público, se trocou três frases foi muito. Consegui acompanhar a saída da banda no hotel e o Mustaine saiu de capuz e óculos escuros … pelo subsolo ! Rsrsrsrsr !

  5. Só pra saber : O Marcos Pinheiro tem teletransporte ? Alguns momentos antes ele tava apresentando o show do Macakongs no Brasília outros 50 ! rsrsrsrs

  6. O fato é o seguinte: um show sem frescura, sem preciosismo, sem interação desnecessária. Um show para quem gosta de ir a um show para OUVIR MÚSICA! Foi muito bom ouvir Megadeth em nossa cidade.

  7. Com relação a essa coisa de interação, eu acho que músicos e público em meio à uma música empolgante e exaustiva (no sentido de muito bangueável e também do êxtase que provoca) não vão ficar falando muito entre si sedentos por música o tempo todo! Inclusive na hora de apresentar os músicos, Mustaine falou tão rapidamente o nome do baterista que quase ninguém percebeu e só uma galerinha gritou o “eeehhh”… Hahaha!

    O Jarbas falou certo! :D

  8. Bem, o mustaine sempre foi de não falar com o público e tocar sem parar. Quanto à força da voz, que eu saiba ele nunca teve hehehe… Só de ele ter parabenizado a cidade, já foi muito!
    Agora que foi um showzão isso não se discute… E o broderick não me deixou qualquer saudade do friedman. Finalmente o megadeth tem um guitarrista solo competente.

  9. outro item que não falei antes é o fato da produção sacanear com quem comprou ingresso antes para pista ( meu casso) a R$ 100,00 A MEIA enquantooutros pagantes foram beneficiados tendo comprado a R$ 70,00 é foda e teve amigos meu que compraram a R$ 65,00 antes do show , isso moistra o desrespeito a quem se programa e compra antes e sem falar na falta de educação dos atendentes das bilheterias nos tratam com mau vontade e respondem mau humorados as dúvidas é foda..coloquem gente que curte rock pra nos atender ok?

  10. Marcos Pinheiro se vc acha que nao se sente à vontade em fazer uma resenha sobre um show de heavy metal, sugiro que abra espaços para alguem que goste e entenda do estilo, melhor do que ler as besteiras escritas por ti….

  11. Isso é verdade.
    Assim que o show mudou de local deviam ter colocado os preços igualados. Expertos os que pegaram o setor superior. O show valeu muito mais que os meus 100 reais, mas que essa sacanagem não passe em branco de novo! :(

  12. Show foda!!!
    Agora pra q colocar banda de abertura.
    Ainda mais aquele Pantera cover (os caras tocam bem mais fala sério). Em Sampa não teve banda de abertura e os caras tocaram 21 músicas 4 a mais q aqui.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>