Blog voltar
|

De graça fica caro demais?

Paul MccartneyNos últimos dias um bate-boca acalorado tomou conta de nosso blog, do site Rock Brasília e agora também da lista de discussões do Cult 22: vale a pena organizar grandes shows ou festivais de rock na Esplanada dos Ministérios, com entrada franca para todos?  A conversa começou com a notícia da possível transferência do Porão do Rock 2009 para o local, em setembro próximo. Na verdade, já vinha desde antes, quando se anunciou o interesse em trazer o U2 em abril de 2010 para a comemoração dos 50 anos de Brasília.  E que agora se fortalece com uma troca de atração: Paul McCartney seria o “nome da vez” na pauta do GDF (no momento, o ex-Beatle é o líder disparado daquela enquete postada no site www.brasilia50anos.com.br) sobre a qual avisamos há um mês.

No caso do Porão, a divergência tomou proporções paradoxais: o festival foi gratuito nas cinco primeiras edições (1998-2002). E quando passou a ter ingresso cobrado, a partir de 2003, o que mais se ouviu ou leu foram protestos do público. Os produtores chegaram a ser acusados de estar querendo se “enriquecer com o rock”… Este ano, com a possibilidade de ser excepcionalmente gratuito novamente, várias pessoas estão reclamando e/ou expressando preocupação de que a arena será tomada por uma galera que não necessariamente está interessada nas bandas ou o que rola nos palcos, mas em arrumar confusões e brigas.

Concordo com todos sobre este medo e risco. Mas também lembro que o mesmo poderia ter ocorrido, por exemplo, no estacionamento do Mané Garrincha, que chegou a juntar de 60 a 70 mil pessoas por dia nas edições de 2000, 2001 e 2002 do Porão. E nada demais aconteceu com os presentes, felizmente. Não foi na Esplanada e a arena era cercada, é verdade. Mas também se realizou numa região de fácil acesso, no centro de Brasília. Enfim…

Aniversário BrasíliaQuanto ao Paul McCartney – ou qualquer atração internacional que venha pros 50 anos de Brasília -, as preocupações são naturalmente muito maiores: se o Porão de graça vai juntar no máximo umas 100 mil pessoas, pois não terá nenhuma banda ou artista de grande apelo popular, um ex-Beatle na Esplanada levaria de 10 a 20 vezes mais. Se Capital Inicial, Claudia Leitte, Xuxa, Chiclete com Banana e os demais que participaram das duas últimas festas de aniversário da cidade atraíram mais de 1 milhão… Quantas pessoas de outros pontos do país não viriam para um show como este? E é justamente esta a intenção do GDF, atrair muito mais turistas para uma grande festa.

Podemos tomar como exemplo o show dos Rolling Stones, em fevereiro de 2006, na praia de Copacabana. Estive lá (foi no dia do meu aniversário, inclusive) e, fora a aglomeração gigante de pessoas e o fato de a grande maioria ter conseguido ver o palco somente pelos telões espalhados na areia, acredito que foi um sucesso. Para isso, armou-se um forte esquema de segurança e de engenharia de trânsito. Houve transtornos naturais de deslocamento, mas nada demais em se tratando de um evento com público estimado em 1,5 milhão.

BeyoncéSeria possível repetir tal iniciativa em Brasília? O fato de a maioria dos possíveis presentes sequer terem conhecimento da importância de um Paul McCartney tira o brilho do show? É melhor aceitar o GDF trazer uma Beyoncé ou outro(s) nome(s) de gosto popular – mas de talento musical discutível – e privar os fãs brasilienses de rock de assistir a um momento histórico como este? É preferível gastar o US$ 1 milhão previsto no orçamento do governo para outra coisa?

Confesso que não tenho resposta para todas estas perguntas. E não estou aqui a defender qualquer parte. Mas de tudo que li nos comentários postados aqui no blog (e em outros espaços), eu já aviso duas coisas: se o Porão tiver o apoio do GDF nos moldes como o projeto foi apresentado este ano, a entrada franca será obrigatória. E qualquer que seja a atração dos 50 anos de Brasília, a festa no dia 21 de abril de 2010 também será gratuita. Trata-se de uso de verba pública, não tem outro jeito.

8 comentários sobre “De graça fica caro demais?

  1. Então que venha o Porão gratuito. Estarei lá de qualquer forma. Tem seu lado positivo, como poder curitir o show com a sua cerveja comprada em mercado e não precisar levar a “facada” das banquinhas lá dentro.

    E pensando melhor, os bringuentos não devem querer ir para lá e se forem provavelmente vão parar na uti. :P

  2. Paul McCartney não é mesmo uma boa escolha para esse tipo de show …

    Não vai agradar nem a galera rocker e nem os demais …

    O GDF quer mesmo só o status de trazer um ex-Beatle.

  3. Sobre o Porão que seja cobrado o valor simbolico de sempre, mas que haja apoio do GDF para quem sabe pintar na cidade mais bandas gringas…

  4. É o seguinte, o governo não vai gastar os milhões previstos para essa festa contratando o AC/DC ou o Kiss, ou os Strokes, ou etc.

    Entretanto, se forem levar em conta os depoimentos prestados nesse debate, o governo vai gastar os mesmos milhões previstos com as Calcinhas Pretas, as duplas sertanejas, os axés e os J. Quests, da vida; e entre esse tipo de atração e o Paul McCartney.. não há nem comparação.

  5. Estou torcendo pro Paul vir, e se vier mesmo eu acampo na esplanada!

    =D

    (rindo do comment do Luciano dizendo q Paul McCartney não vai agradar… tá por fora, hein???)

  6. qual o problema desse povo que apaga o comentario dos outros ta comedo de alguma coisa?

    comentei ontem e já apagaram?

  7. Ta por fora mesmo quem diz que o Paul nao vai agradar.So de belem do para deve vir meio milhao de pessoas!Os paraenses AMAM os Beatles,e eu desde criança quero ir no show do Macca,tomara q venha mesmo!

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>