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Literatura do rock Brasília

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A história musical de Brasília é rica. O primeiro registro fonográfico é de 1967, há 42 anos, quando a pioneira banda de rock Os Primitivos gravou o disco de estreia no Rio de Janeiro. De lá pra cá, nem temos noção da quantidade de LPs e CDs lançados por grupos e artistas formados na capital do país, em variados estilos. A bibliografia desta produção brasiliense, no entanto, ainda é incipiente. Em meio a diversas matérias publicadas em revistas ou sites brasileiros, poucos livros contaram esta trajetória – ou parte dela.

A se destacar estão O Diário da Turma 1976-1986: A História do Rock de Brasília (Editora Conrad, 2000), de Paulo Marchetti, que, como o nome diz, fala sobre a geração 1980, a chamada “Turma da Colina”, e seus descendentes diretos; e Esfolando Ouvidos (2006), de Evandro “Quebraqueixo” Vieira, uma retrospectiva sobre as cenas punk e hardcore locais. Além deles, o jornalista carioca Arthur Dapieve, de O Globo, escreveu Renato Russo – O Trovador Solitário (Editora Relume Dumará, 2000), que traça uma boa, mas resumida, biografia do personagem-título.

Um novo projeto, mais ousado, promete preencher parte desta lacuna ao também contar a história do maior ídolo do pop/rock brasileiro. Renato Russo – O Filho da Revolução (Editora Agir) traz 416 páginas que traçam um perfil mais completo de Renato Manfredini Jr, do momento em que chegou à também novata capital do país, em 1973 – o futuro poeta e a cidade que o abrigou, afinal, nasceram no mesmo ano, 1960. A partir de mais de 100 entrevistas com familiares, amigos, colegas, músicos e produtores, a vida de Renato Russo – e dos companheiros de Aborto Elétrico e Legião Urbana, bandas das quais participou – é esmiuçada. Ao mesmo tempo que mostra o crescimento de Brasília ao longo do período. Não à toa, o livro começa e termina com um dos episódios mais marcantes desta história: o polêmico e inacabado show da Legião, em 18 de junho de 1988, no estádio Mané Garrincha, que reuniu 50 mil pessoas e terminou em confusão e pancadaria.

Renato Russo – O Filho da Revolução é fruto de pesquisa incansável do jornalista Carlos Marcelo, que dedicou quase nove anos ao projeto. A idéia surgiu entre 1999 e 2000, a partir de uma série de matérias, intitulada A história do rock de Brasília, publicadas na extinta revista Showbizz. O lançamento oficial rolará na terça-feira, 2 de junho, às 19h, na livraria Dom Quixote, dentro do CCBB (Setor de Clubes Sul). Eu e o Abelardo Mendes Jr. tivemos a honra e o prazer de ler este livro antes de ir à gráfica. E, amizades a parte, trata-se de uma excelente obra.

Repórter, colunista e, depois, editor de Cultura do Correio Braziliense por mais de 10 anos, Carlos Marcelo atualmente é editor-executivo do mesmo jornal. Nas ondas do rádio, foi um dos criadores, em 1991, do Cult 22, o qual produziu e apresentou durante cinco anos e é colaborador até hoje. Foi também produtor e apresentador do Ideia Nova, dedicado às novidades do indie rock que, desde 2001, virou quadro semanal do próprio Cult 22. Ou seja, conhecimento de rock (e persistência) não faltam a este “senhor” de 38 anos.

Na edição de hoje (29/5) do Cult 22, Carlos Marcelo estará mais uma vez conosco no estúdio da Cultura FM não somente para falar sobre o livro, mas também para tocar uma programação musical especialíssima, que tem tudo a ver com o universo do personagem-título. Com direito, claro, ao sorteio de um exemplar entre os ouvintes que ligarem durante todo o programa, que começa, como vocês sabem, às 22h. Não percam!

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Renato Russo – O Filho da Revolução

Editora Agir, 416 páginas
Autor: Carlos Marcelo
Preço sugerido: R$ 59,90
Lançamento no dia 2 de junho (terça-feira), às 19h, na Livraria Dom Quixote, no CCBB (Setor de Clubes Sul)

8 comentários sobre “Literatura do rock Brasília

  1. Viva ao Renato Russo!
    Já li muitas biografias sobre a vida do Renato e da Legião, muitas revistas sencionalistas publicaram coisas ao meu ponto de vista horrivéis e não atestadas sobre a história do qual para mim é o maior cantor e compositor da nossa história. Desejo que esse seja livro seja mais realista e reconhecedor da grande história de vida e mensagem que é o Renato.

    Hoje tem Rolla Pedra, mas vou tentar chegar mais cedo em casa e além de escutar o final do programa, também concorrer ao livro!

    °/

  2. É, Marquinhos, ler ou ouvir algo sobre Brasília e sua produção artística me dá muita saudade. Doces lembranças de quando assistia a algumas apresentações de bandas em locais inimagináveis. Valeu a pulicação de um livro como esse! Saudades!

  3. Olá galera do Cult…

    Estou fascinado com o livro…
    Uma verdadeira aula sobre a situação política de Brasília da época pra entender todo o objetivo da obra do mestre Renato…
    Carlos Marcelo, obrigado por esse grande livro.

    Um Abraço

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