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Radiohead, impressões de um grande fã

Não se trata de uma cobertura oficial do blog, mas de resenha feita por Klans Otoniel, músico da banda brasiliense Alcoopop, webdesigner do site Rock Brasília (www.rockbrasilia.com.br) e, claro, fã de carteirinha do Radiohead. Ele gentilmente nos mandou, na terça-feira, o texto abaixo com suas impressões do show realizado no domingo passado (22/3), em São Paulo.  Nos enrolamos e só hoje estamos publicando. Sorry, Klans, pelo atraso. E muito obrigado!

radiohead_tiagoqueiroz

Texto: Klans Otoniel

Foi inesquecível! Valeu cada real gasto por mim e por minha garota para sairmos de Brazlândia (DF) com mais cinco amigos e irmos a São Paulo ver o show mais importante/significativo/melhor de minha tosca vida. Que fique claro que estou falando da apresentação do Radiohead, pois a organização do Just a fest foi um lixo, de um desrespeito total com o público. Fiquei puto quando entramos e não vi ninguém cobrando a carteirinha de estudante (já que  paguei inteira, a R$ 200, quando comprei o ingresso, em dezembro). As reclamações não param por aí, mas deixa pra lá!

A abertura com o Los Hermanos foi boa, mas já vi apresentações melhores da banda carioca. Acertaram no set list, embora estivessem meio “sem gás”. Os mais animados eram o Barba (baterista) e o Rodrigo Amarante, que compensou a voz, limitada. Na sequência, os alemães do Kraftwerk também mandaram muito bem, mas não empolgaram. Acho que o som deles não funciona muito bem em arena – ou pode ser que sejam ilustres desconhecidos para aquele público.

Chegou a hora tão esperada. E o set list, com 26 músicas (!), foi perfeito. Claro que poderia ter tocado esta ou aquela, mas, para isso, teria que deixar de tocar aquela outra. Em termos de Radiohead, acredito ser impossível montar um repertório onde não fique algo bom de fora. As canções de In Rainbows funcionam muito bem ao vivo. Logo ao final de 15 step, que abriu o show, quando os roadies estavam acertando os “tons” para os guitarristas, eu (um cara com 33 anos no couro) comecei a gritar feito menina histérica o nome da próxima música. Para surpresa dos que estavam ao meu lado, acertei. There There foi a definição daquilo que eu já suspeitava: estava diante do show da melhor banda do mundo. Era verdade, não era sonho.

Eu estava a uns 10 metros da mesa de som e vi o Jonny Greenwood pegando umas de suas tralhas. De repente, começa a sair alto nas caixas do P.A. um anúncio de alguma rádio local. Como um tiete adolescente, eu sabia que aquilo era o guitarrista gênio-andrógino que estava manipulando seu rádio (daqueles analógicos, que tem que girar um botão causando ruídos estranhos quando tentamos sintonizar alguma emissora) plugado em seu set de pedais, que nos enchem com delays e pitchs. Assim, o show seguiu com The National Anthem.

radiohead-liveEm All I Need, nem olhei para o palco. Curvei-me em direção à minha garota, abracei-a e cantei toda a música em seu ouvido: “I am a moth who just wants to share your light / I’m just an insect trying to get out of the night”…  No primeiro bis, com Paranoid Android, o vocalista Thom Yorke “entrou no clima”: pegou o violão e voltou a fazer a primeira voz entrelaçando-se com a platéia (com quase 30 mil pessoas) num daqueles momentos raros que valem uma vida. Ao final da música, grande parte do público começou a cantar novamente a parte que tem o backing vocal do guitarrista Ed O’Brien: “Rain down, rain down / Come on rain down on me / From a great height / From a great height… height”. Foi bonito ouvir!

Não posso deixar de falar, claro, sobre Creep, que encerrou as mais de duas do show. Afinal, foi com esta canção que o mundo começou a escutar o Radiohead. As vidas de muitas pessoas mudaram para sempre, desde então. Minha garota, grávida de cinco meses, com os pés inchados e cansada, cantou e foi ao delírio completo neste momento. Ainda mais porque foi a única música em que ela conseguiu ver o palco de forma integral (eu e um amigo resolvemos erguê-la): “You´re so fucking special”.

Voltei a Brasilia com um sorriso no rosto igual a de uma criança que acabou de ganhar aquele brinquedo tão desejado. Abraços e tudo de bom.

Set list
15 Step
There There
The National Anthem
All I Need
Pyramid Song
Karma Police
Nude
Weird Fishes/Arpeggi
The Gloaming
Talk Show Host
Optimistic
Faust Arp
Jigsaw Falling Into Place
Idioteque
Climbing Up The Walls
Exit Music
Bodysnatchers

Bis 1
Videotape
Paranoid Android
Fake Plastic Trees
Lucky
Reckoner

Bis 2
House of Cards
You and Whose Army
Everything In Its Right Place
Bis 3
Creep

radiohead-publico

6 comentários sobre “Radiohead, impressões de um grande fã

  1. Eu faço as palavras do Diogo mainardi da veja do seu podcast as minhas.Ele foi cruel mas a contudência tem sentido.

  2. Vi o Mainardi lá no Rio, ele estava ao lado da mesa de som… ele nem tinha feito esse podcast, mas a vontade já era de jogar um sapato na cabeça dele. Aproveitando, o show de SP foi mesmo fantástico, mas achei no Rio melhor ainda… 5 mil pessoas a menos tornaram a experiência de ver o show bem mais agradável

  3. O show em sampa foi lindo!!! Que apresentação foi aquela de paranoid android?! Foi simplesmente fantastica…eheh.. eu gravida de 3 meses n aguentei e me acabei pulando,gritando,dançando,chorando… simplesmente D+… faltou “no surprises”, a musica q marcou meu relacionamento… Eu e meu namorado estavamos mto esperançosos pra q eles tocassem nossa música mas infelizmente não tocaram… msm assim foi um show maravilhoso…e ate hj ñ acredito q eu fui no show tão perfeito do radiohead

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