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D.R.I. no Toinha: noite histórica para o underground brasiliense

show DRI 2

 
Por Thiago “Barbosa Osvaldo”
Fotos: Henrique Janssen / Acervo Pessoal

Enfim, o D.R.I. tocou em Brasília! Noite memorável na terça-feira (14/3) no Toinha Brasil Show! Daquelas que quem esteve presente contará histórias para o resto da vida. A lendária banda norte-americana hardcore/thrash/crossover, formada há 40 anos, tocou no Brasil em 1997 – e tinha um anúncio na revista Rock Brigade de datas daquela turnê, que incluía Brasília. Mas não rolou. Em 2014, estava certo para virem, seria um show organizado pelo Ferrock na Aruc, tinha flyer e muita divulgação rolando. E faltando poucos dias para começar a turnê, a banda cancelou tudo.

show MacakongsEis que, para sua sétima vinda ao país, em julho de 2022 saiu a divulgação com Brasília no roteiro, mas sem detalhes. Em novembro veio a confirmação com o local e o anúncio da vendas de ingressos. Animação e desconfiança pairavam no ar. “Será que vai rolar mesmo dessa vez?”. Macakongs 2099 e Eskröta (SP) foram as bandas escaladas para a abertura do show. A banda brasiliense, liderada pelo Djalma Phú (foto) – grande fã do D.R.I. -, está comemorando 25 anos de estrada e muita resistência. Foi escolhida a melhor casa de shows de Brasília, o Toinha Brasil Show, que comporta bem um público de médio porte e tem uma estrutura incrível.

Eu estava ansioso pra caralho e contando os dias. Já tinha assistido o D.R.I. outras vezes, mas agora teria um sabor especial. Nada melhor que ver o show em sua cidade, cheio de camaradas, amigas e amigos presentes. Apareceu cada figura por lá. Pra quem gosta de hardcore/thrash/crossover, o D.R.I. é um dos nomes mais importantes e que ainda influencia milhares de bandas por todo o mundo. E os sul-americanos amam o D.R.I.. Tem discos lançados desde os anos 1980 pelo Brasil que marcaram várias gerações.

Bandas + DRIVi uns caras que não apareciam há muito tempo: Podrinho, Podrão, Cascão, Robson Galego, Chapolin, Caneca, Claudão, Topeira, Merthiolate… Vários veteranos, coroas em sua maioria, esperavam por esse momento. Gilvany Barbosa com sua clássica banquinha de camisetas. Tinham umas oficiais que a banda trouxe pra vender e que, ao final do show, se esgotaram. Meus companheiros e ex-companheiros de bandas estavam em peso: Terror Revolucionário, Innocent Kids e Possuído pelo Cão. Vários camaradas de Formosa e Goiânia presentes. Muitos mesmo. Vetão Carroceiro chegou com aquele seu jeito único gritando e falando alto.

show EskrotaÀs 20h29 a Eskröta começou a tocar. A banda, natural da cidade paulista de Rio Claro, pegou o público chegando numa terça-feira, alguns fãs presentes. Primeira vez que as vi. Gostei! Espero que arrumem um batera tão bom quanto o Jhon França, que tocou com elas nesse show, mas não faz mais parte do trio.

show Macakongs 221h15 e entra o Macakongs 2099. Casa mais cheia. Phú questionou a divisão da pista. Realmente uma merda. Seria muito melhor se não tivesse essa grade dividindo o público. Produção vacilou nesse quesito, visto o tipo de show. Não funciona e foi desnecessário. Poderiam perceber desde o início que a venda era de só um tipo de ingresso. Espero que avaliem isso e não cometam mais a mesma falha. Mas o Macakongs deu o seu recado. Evandro “Cigano Igor” participou. Nada mais justo: ele foi o vocalista original da banda.

Palco sendo preparado para o D.R.I., backdrop no fundo, o símbolo da banda no bumbo da bateria. Gilvany vendendo camiseta, várias cervejas sendo detonadas. O quarteto veio desfalcado do Spike Cassidy, guitarrista e um dos fundadores da banda junto com o vocalista Kurt Brecht. Spike teve problemas de saúde e, em seu lugar, foi convidado Yapple, ex-guitarrista do Attitude Adjustment. Ele teve poucas semanas para ensaiar e tirar os sons. Eu vinha acompanhando alguns vídeos dos primeiros shows dessa tour sul-americana, com casas lotadas, mas o público vinha reclamando do set list curto e da execução “meia boca”. Brasília deu sorte por ser a última data – e já pegou a banda mais afiada e com algumas músicas adicionadas ao repertório.

show DRIE que set list! Não tem como dar errado. Quando puxaram “Violent Pacification”, já na segunda música, foi uma comoção absurda. Grande hit. E só vieram clássicos depois. A divisão da pista também incomodou Kurt Brecht (foto), que incitou a galera a pular a grade – e aí não teve mais como os seguranças conterem o público. Era o que faltava para o show ficar mais caloroso. Tocaram quatro sons do maravilhoso disco “Four of a Kind”. Pra qualquer direção que se olhava tinha um coroa de cabelo branco, dentes amarelados e tortos, e sorrisão no rosto. Não me segurei e agitei como nunca mais havia feito. Que sensação boa entrar num “circle pit” ao som de uma de suas bandas favoritas. “Thrashard” foi um dos pontos altos. Uma das músicas que estava de fora dos primeiros shows era “Beneath the Wheel”, resgatada em Brasília. A galera “pirou”. Em “I Don’t Need Society” eu cantei o refrão abraçado ao meu amigo Mutante. “The 5 Year Plan” fechou. Que arregaço de show! Mesmo com algumas falhas na execução, foi memorável e acho que agradou todo mundo. 1h02 cronometrados. Foda demais!

Tiago + DRIAo final, o Phú me levou ao camarim e consegui tirar uma foto com o Kurt Brecht e agradecer pela grande noite, histórica para a cena underground do Distrito Federal! Dirty Rotten Imbeciles tocou aqui…

3 comentários sobre “D.R.I. no Toinha: noite histórica para o underground brasiliense

  1. Que descrição incrível!
    Me senti no show e desfrutando dessa vibe incrível trazida pelo Capitão.
    Gosto do movimento hardcore/thrash/crossover por influência do Capitão Barbosa e do Terror Revolucionário.
    Parabéns pelo resumo espetacular e por compartilhar com a gente esse show que certamente foi dukaraaaaalho!
    Resistência!!!

  2. Showww foi muito daora!!! Mas vale lembrar que nem só a galera antiga compareceu e curtiu, Brasília e entorno tem um underground jovem, cheio de gás e que movimenta a cena!!!!

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