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The Killers e sua apoteose em Brasília

THE KILLERS PUBLICO

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Chris Phelps / Divulgação
Vídeo: Eliane de Castro

THE KILLERS BRANDON FLOWERSBrandon Flowers, 41 anos, se tornou um dos grandes performers da atual geração do rock mundial. Tem ótima voz, carisma, simpatia e energia contagiantes, que tornam grandiosos os shows do The Killers. Suas músicas possuem força para conquistar fãs e encher arenas. Explosões de confetes e serpentinas, luzes de raio laser, queima de fogos de artifício e belas projeções de fundo – várias delas remetendo a imagens de cassinos da cidade natal, Las Vegas – são mera “decoração” em todo esse ritual. A banda norte-americana, há 21 anos na estrada e com sete discos de estúdio, tem competência suficiente para entregar um espetáculo de alto nível, independente disso.

Eram 22h34, apenas quatro minutos além do previsto, quando The Killers subiu ao palco montado dentro do Estádio Mané Garrincha – a agora Arena BRB -, em Brasília, na noite de segunda-feira (14/11), para encerrar o festival Metrópoles Music. A chuva persistente, que incomodou bastante o público nos shows de abertura de Jovem Dionísio, Raimundos e Capital Inicial – e provavelmente comprometeu sua presença no evento, que reuniu em torno de 15 mil pessoas – simplesmente foi se esvaindo ao som de “My Own Soul’s Warning”, que abre o set dos norte-americanos. E não mais voltou durante a 1h40 de apresentação, com 21 músicas, incluindo uma inusitada surpresa (veja a lista completa abaixo). Pacto celestial ou “milagre” do rock and roll?

THE KILLERS INFINITOA nova formação ao vivo parece ter dado um “gás” ao outrora quarteto. Sem os originais Mark Stoermer e Dave Keuning – nos últimos anos presentes apenas em discos -, o barbudo guitarrista Ted Sablay ganhou protagonismo figurando na linha de frente ao lado do excelente baterista Ronnie Vannucci Jr., completados por Taylor Milne (guitarra), Jake Blanton (baixo) e Robbie Connolly (teclados). O set list foi seguindo o roteiro dos três shows anteriores pela América do Sul, conforme publicamos aqui no blog. A partir da sexta música, “Shot at the Night”, veio o reforço das backing vocals Amanda Brown, Erica Canales e Danielle Withers.

Flowers, sempre empolgado – só eu achei ele parecido com o (ator) Mateus Solano? -, já tinha mandado bem no português. “Brasília, finalmente! Podemos mostrar como se faz em Las Vegas? Bora! Come on!”, gritou o vocalista, que ainda agradeceu o público: “Obrigado”. Veio a catártica dobradinha em “Human” – com o telão mostrando diversas pessoas dançando ou se movimentando em janelas de um edifício – e “Somebody Told Me”, um dos momentos mais aguardados. Com a plateia definitivamente conquistada, The Killers pode se arriscar ao apresentar a novíssima “Boy”, lançada este ano, emendada com “Runaway Horses”, única música vinda do mais recente disco, “Pressure Machine” (2021) – e que nessa breve pelo continente só havia sido tocada em Bogotá.

THE KILLERS BRANDON FLOWERS 2Eis que, após “A Dustland Fairytale”, veio a tal surpresa: Brandon Flowers recitou os versos de “Sozinho”, canção de autoria do paulista Peninha que se tornou sucesso nacional (em 1999) na voz do baiano Caetano Veloso. Poderia soar piegas, mas foi bonito, com a galera cantando em coro. O cantor americano, feliz com o retorno do público, elogiou: “Eu sei o que significa, essa é uma linda música”. “Runaways”, “Read My Mind” e “All These Things That I’ve Done” foram os destaques da reta final da primeira parte do show, encerrada às 23h53.

THE KILLERS BATERIANão demorou quase nada e The Killers voltou para o previsto “bis” com mais três músicas, encerrado com a apoteótica “Mr. Brightside” que, ao vivo, ganhou uma espécie de “versão estendida”, com levada mais lenta no início. Com a audiência em delírio, Brandon Flowers deixou o palco e abriu espaço para um competente solo de bateria de Ronnie Vannucci Jr. seguido por breve queima de fogos de artifício iluminando o céu de Brasília, aquela altura já sem sinais de chuva. 0h14, fim dos trabalhos.

Que a iniciativa do Metrópoles Music se multiplique, trazendo mais e mais grandes atrações internacionais para a capital do país. Eventos ao ar livre estão sujeitos a intempéries da natureza, mas vamos combinar: novembro é um notório mês chuvoso na cidade. Lembremos de Paul McCartney (2014), Guns n’Roses (2016) e até do Festival Porão do Rock (2017), só para citar alguns. Sabemos que no meio do ano existe a forte concorrência no showbizz com os festivais de verão da Europa e Estados Unidos. Fica a (óbvia) dica aos produtores locais: “colem” com eventos nacionais, tipo Lollapalooza (realizado entre março e abril) ou Rock in Rio (setembro), e tentem “importar” esses shows gringos em épocas mais propícias climaticamente. Brasília agradece.

THE KILLERS PUBLICO 2SET LIST
“My Own Soul’s Warning”
“Enterlude”
“When You Were Young”
“Jenny Was a Friend of Mine”
“Smile Like You Mean It”
“Shot at the Night”
“Running Towards a Place”
“Human”
“Somebody Told Me”
“Boy”
“Runaway Horses”
“A Dustland Fairytale”
“Sozinho” (Caetano Veloso cover)
“Runaways”
“Read My Mind”
“Dying Breed”
“Caution” (with “Rut”)
“All These Things That I’ve Done”
Bis
“Spaceman”
“Just Another Girl”
“Mr. Brightside”

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