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Rock in Rio (24/9): um final pouco empolgante

Sepultura

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Rock in Rio/Divulgação

Rio de Janeiro – Domingo, 24 de setembro, último dia de Rock in Rio 2017. Um festival que se encerrou de forma, digamos, “pouco ortodoxa” com show curto e “lado B” do Red Hot Chili Peppers. E que não teve nenhuma outra atração que empolgasse muito no Palco Mundo, a despeito da histeria dos fãs. O destaque do dia foi o Sepultura fechando o Palco Sunset com uma cavalar apresentação do novo álbum. Mas vamos por partes…

Ego Kill TalentO tão reclamado “dia de heavy metal” do Rock in Rio se fez parcialmente presente na despedida do Sunset. Quem abriu os trabalhos foi a banda de stoner e grunge Ego Kill Talent, jovem em existência, mas formada por músicos experientes sob a liderança de Jean Dollabella, ex-baterista do Sepultura, além de antigos integrantes do Diesel, Reação em Cadeia e Sayowa. Nos vocais, Jonathan Correa, com visual e timbre bem ao estilo Alice in Chains e derivados – só faltaram as camisas de flanela. Os caras, aliás, estarão em Brasília no dia 25 de novembro dentro da programação do Porão do Rock.

RepublicaNa sequência, o hard rock da Doctor Pheabes tendo como convidado o “arroz de festa”, mas sempre divertido Supla, o eterno “Papito” – que ainda “deu pinta” no público do Sepultura com seu blazer verde limão e stage diving para delírio dos presentes. Já a paulista de heavy metal ,Republica apresentou o recém-lançado quarto álbum, “Brutal & Beautiful”, produzido pelo norte-americano Matt Wallace. O poderoso show contou com a participação da violinista Iva Giracca. Destaque para “Tears Will Shine” com o telão projetando imagens de grandes nomes da música que já se foram.

Sepultura 2Mas foi o Sepultura quem detonou a p* toda! O novo disco “Machine Messiah”, lançado no início deste ano, predominou no repertório. Mas não faltaram também momentos das antigas como “Inner self”, “Arise”, “Refuse/resist”, “Ratamahatta” e “Roots bloody roots” tendo como convidado o quarteto de cordas Família Lima. Foi um dos grandes shows desse Rock in Rio, que também poderá ser visto no próximo Porão do Rock.

PALCO MUNDO
Capital InicialÀs 19h, após as tradicionais chuvas de fogos de artifício, o Capital Inicial chegou com um show pra lá de burocrático. Sei que os fãs – e até amigos jornalistas – vão ficar com raiva, mas todo aquele discurso político do muito falante Dinho Ouro Preto não me convence. O repertório também não apresenta novidades: sucessos como “Independência”, “Fátima”, “Olhos vermelhos”, “Veraneio vascaína”, “Música urbana” e “A sua maneira” se misturam as já manjadas versões de “Primeiros erros” (Kiko Zambianchi) e “Mulher de fases” (Raimundos), além de “Que país é esse?” (Legião Urbana) dedicada à “classe política brasileira”. Soninho…

OffspringNa sequência, a banda punk californiana The Offspring também atacou com vários hits: “All I want”, “Come out and play”, “Original prankster”, “Hit that”, “Get a job”, “Pretty fly”… Uma apresentação correta, mas que também não me empolga, assim como foi da outra vez que os assisti no extinto festival Planeta Terra. Não é tão divertido como um Green Day ou Ramones, nem tem a visceralidade inerente ao estilo. Enfim…

30 Seconds to MarsA atração seguinte foi a também americana Thirty Seconds to Mars, liderada pelo vocalista e premiado ator Jared Leto, que se preocupou mais em entreter o público do que propriamente cantar. Explosão de confetes, balões coloridos, participação rápida do rapper carioca Projota… muito blá blá blá e pouca música. No meio do show, Leto largou o palco para descer de tirolesa pelo meio da galera – tudo devidamente filmado e fotografado, claro! Antes, tomou um açaí e ainda fez propaganda. Os fãs, que eram muitos, foram convidados a subir para cantar a música de encerramento “Closer to the edge” – o palco ficou lotado de gente. Muita presepada!

Red Hot Chili PeppersE aí foi a vez do Red Hot Chili Peppers, pela terceira vez no Rock in Rio – e pela terceira vez deixando a desejar. A banda californiana até apresentou sucessos como “Can´t stop”, “The zephyr song”, “Dark necessities”, “Californication”, “Under the bridge” e “Give it away”. Mas também apostou em músicas menos conhecidas e em muita improvisação, com longos momentos instrumentais em clima de “jam session” – com direito a inserts de Stooges (“I wanna be your dog”, que quase ninguém ali sabia do que se tratava) e até o brasileiro Jorge Ben. Musicalmente falando, não há o que se discutir: os músicos são excelentes, com destaque para o sempre agitado Flea, um “monstro” como baixista. Mas para um festival daquela proporção, o formato foi bastante inadequado. Pra piorar, o set durou apenas 1h30, decepcionando boa parte da massa de fãs presente à Cidade do Rock.

O Rock in Rio estará de volta daqui a dois anos, conforme já anunciou a organização. Torçamos para que o line up traga bandas mais inspiradas e que tenha mais rock no festival, sobretudo no Palco Sunset, que só dedicou dois dias ao estilo. Que venha 2019!

Ouça a “Agenda 100,9″ produzida para a Rádio Cultura FM com o balanço final do Rock in Rio 2017:

Acompanhe como foi a cobertura do Cult 22/Cultura FM no Rock in Rio 2017:
www.cult22.com
facebook.com/cult22
soundcloud.com/cult-22
Instagram @cult22

Um comentário sobre “Rock in Rio (24/9): um final pouco empolgante

  1. Verdade seja dita: Anthony Kieds estava num dia péssimo porque não sorriu uma única vez!
    Nem vi Jared Leto e sua chatíssima banda de nome comprido!
    Concordo contigo em relação ao Offspring e Sepultura!
    Dinho tava mais animado do que a banda toda do Flea!

    p.s.: te vejo no Lolla, amigo! :)

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