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Rock in Rio 2017 (21/9): a apoteose do hard rock

Alice Cooper

Por Marcos Pinheiro
Colaboração: Ana Júlia Tolentino
Fotos: Rock in Rio/Divulgação

Rio de Janeiro – Quinta-feira, 21 de setembro, primeiro dia da cobertura do Cult 22/Cultura FM no Rock in Rio 2017. As guitarras ecoaram e o rock finalmente “estreou” nessa edição festival no quarto dia de programação. Entre as atrações, uma grande apoteose do estilo hard rock com muitos solos, pirotecnias, baladas e cabelos esvoaçantes.

Ana Cañas e HyldonA guitarra se fez presente até mesmo no show mais “brasileiro” do dia: o da cantora paulista Ana Cañas e do veterano baiano Hyldon, que abriu o Palco Sunset às 15h05. Na banda de apoio ninguém menos que o virtuoso Edgar Scandurra, do Ira!, ovacionado pelo público. No repertório, músicas dos dois artistas, incluindo o tema feminista “Respeita”, de Ana Cañas, e uma homenagem a Elis Regina em “O bêbado e a equilibrista”, de João Bosco. Mas foram composições como “As dores do mundo” e “Na rua, na chuva, na fazenda”, ambas de Hyldon, que fizeram a galera cantar junto.

Tyler BryantEscalada de última hora no Rock in Rio, a novata banda norte-americana Tyler Bryant and The Shakedown foi a atração seguinte levantando a galera com um misto de blues, country e hard rock presentes em seu único disco cheio, “Wild child” (2013), e em alguns EPs. Ao lado do líder Tyler Bryant, virtuoso e com ótima presença de palco, um talento que vem de berço: o guitarrista e backing vocal Graham Whitford, filho de Brad Whitford, do Aerosmith. Bom show com direito a versão elétrica de “Got my mojo working”, clássico do bluesman Muddy Waters.

The KillsO público, já animado, recebeu em seguida The Kills, encabeçado pelos cantores e guitarristas Alisson Mosshart e Jamie Hince. A dupla mostrou total entrosamento, com destaque para a performance da endiabrada Alisson, de voz potente e visceral. O set list deu mais ênfase às músicas do mais recente álbum, “Ash and ice”, lançado em 2016. Para os fãs mais antigos faltaram momentos como “The good ones” e “Night train”.

ScaleneÀs 19h, após a costumeira chuva de fogos de artifício, o Palco Mundo foi aberto pela brasiliense Scalene, que subiu com a honrosa (e árdua) missão de ocupar o espaço normalmente destinado a bandas brasileiras com mais experiência – que nesse festival está sendo ocupado por nomes como Jota Quest, Titãs, Capital Inicial, Skank, Frejat e Ivete Sangalo, só pra “sentir o drama”. O próprio vocalista e guitarrista Gustavo Bertoni demonstrou certo susto com a quantidade de público. Mas o quarteto não fez feio e ainda abriu mão de algumas músicas mais conhecidas como “Alter ego” e “Inércia” e apostou em outras do recém-lançado álbum “Magnetite”. Destaque também para as belas e lisérgicas projeções no telão do fundo.

dia21_palcosunset_alicecooper_diegopadilha_ihateflash_-11Se ainda falta mais experiência ao Scalene, sobra ao norte-americano Alice Cooper, 69 anos, que tomou de assalto o Palco Sunset com seu já conhecido, mas sempre divertido, show de horrores. Labaredas de fogo, corpos eletrocutados, cabeça guilhotinada, muito sangue e projeções macabras fazem parte do mise en scene do artista. Com direito a convidados ilustres como o também performático e veterano inglês Arthur Brown e a participação especialíssima do guitarrista Joe Perry, do Aerosmith, reeditando com Alice a dobradinha do projeto Hollywood Vampires, atração do Rock in Rio em 2015. Showzaço que merecia lugar no Palco Mundo!

Fall Out BoyO principal espaço do Rock in Rio teve na sequência a banda norte-americana “emo-punk-alternativa” Fall Out Boy com estreia aclamada na Cidade do Rock em seus 16 anos de existência. O set list foi uma junção de “greatest hits”, passando por todas as fases da carreira, sem exceção. Um coro intenso e nostálgico dos adolescentes dos anos 2000 trouxe uma visceralidade ao show, mesmo que para alguns fãs parecesse ser previsível demais. A banda da cidade de Illinois fez jus ao peso do line up e à substituição do veterano cantor Billy Idol, atração anunciada inicialmente pelo festival.

Def LeppardA próxima atração foram os ingleses do Def Leppard, comemorando 40 anos de estrada e 30 de seu disco mais famoso, “Hysteria”, que compareceu com seis das 14 músicas apresentadas no set. O show começou irregular e passou por momento curioso: enquanto a banda tocava a balada “Love bites”, parte do público acompanhava cantando a versão em português “Mordida de amor” (“Eu não quero tocar em você, oh baby! Me fazer seu jogo vai me deixar louco” – lembra disso?), gravada pelo extinto grupo Yahoo. Mas o Def Leppard esquentou a partir da música “Hysteria”, com o clipe original (de 1987) rodando no telão, e encerrou em alto estilo. Destaque para a impressionante performance do baterista Rick Allen, que teve um braço amputado no fim de 1984 – acidente que, por sinal, impediu o grupo de tocar no primeiro Rock in Rio, em janeiro de seguinte. Mais de 32 anos depois, a “dívida” entre banda e festival foi devidamente paga.

AerosmithEncerrando a noite, o Aerosmith não poupou sucessos dos mais de 45 anos leftde carreira nessa que está sendo anunciada como sua turnê de despedida: “Love in an elevator”, “Cryin”, “Living on the edge”, “Crazy”, “Sweet emotion”, “Dream on”, “Walk this way”… Estava tudo lá no set, com 1h40 de duração. No grande momento “vamos cantar todos juntos”, veio a balada “I don´t wanna miss a thing”, tema do filme “Armageddon” (1998), que levou o público ao delírio. Tudo conduzido com maestria e simpatia pelo quase setentão Steven Tyler e o fiel parceiro e guitarrista Joe Perry, os chamados “toxic twins”, sobreviventes dos excessos do mundo do rock. Valeu!

Ouça a resenha sobre os shows de 21 de setembro (quinta-feira) gravada para a Rádio Cultura FM (100,9Mhz):

Acompanhe a cobertura do Cult 22/Cultura FM no Rock in Rio 2017:
www.cult22.com
facebook.com/cult22
soundcloud.com/cult-22
Instagram @cult22

Um comentário sobre “Rock in Rio 2017 (21/9): a apoteose do hard rock

  1. Fall Out Boys representa o pior do emocore, se é que essa vertente tem “melhor”! (sic)
    Scalene , fabricada pela REDESGOTO, nada mais é do que Coldplay piorado!
    The Kills deveria ser escalado pelo Lollapalooza e não pra esse festival popularíssimo!
    O que salva a banda de Nashiville é a belezura dos caras e prova de que quem tem padrinho(forte) não morre pagão!
    Nesse festival teve Pablo V., Geraldo Azevedo, Maria Rita, Martinália…só não pode a Anitta; parece que a família Medina tem asco da cantante! af

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