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Lollapalooza pela TV: Duran Duran x The Strokes

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Portal G1

Lollapalooza 2017Assisti pela televisão bem pouco desse Lollapalooza. Confesso que o line up não me agradou a ponto de investir em toda a logística de viagem a São Paulo, nem sequer tentar um credenciamento de imprensa que me pouparia dos R$ 800 em ingressos (valores de inteira). Sendo mais sincero, vi dois shows na íntegra, o resto foi só de passagem. Queria ter curtido o Rancid e o Metallica também, mas no sábado estava trabalhando num evento em Brasília. Depois eu confiro numa das inúmeras reprises do MultiShow, sem problemas.

Falemos então de duas das grandes atrações de ontem (26/3): os veteraníssimos Duran Duran e os já-não-mais-novatos The Strokes. Duas bandas que acumulam diversos “hits” na carreira, mas que receberam tratamentos bem “diferenciados” pela organização do Lolla. Os ingleses, com quase 40 anos de estrada e 14 discos na “bagagem”, tiveram apenas uma hora de show debaixo do sol das 16h30. Os nova-iorquinos, com metade do tempo de formação e cinco discos “cheios”, foram “headliners” no horário nobre das 20h30.

Duran DuranCom pouco tempo para “mostrar serviço” ao público essencialmente jovem (sub-25?) do festival, o Duran Duran fez uma apresentação que considerei “impactante”. O quinteto liderado pelo vocalista Simon LeBon – e que ainda conta com os originais Nick Rhodes (teclados), John Taylor (baixo) e Roger Taylor (bateria) – partiu para o “ataque” com “The Wild Boys”, “Hungry Like the Wolf” e “A View to a Kill” (tema do homônimo filme da saga 007). Mas não deixou de lado seu mais recente disco, “Paper Gods” (2015), representado por duas músicas: “Last Night in the City” e, mais pra frente, “Pressure Off” – “malandramente” emendada ao sucesso “Notorious”. Coube ainda duas baladas – “Come Undone” e “Ordinary World” (com a participação da cantora paulista Céu). A surpresa talvez tenha ficado por conta da versão para “White Lines” (do Grandmaster Flash), que gravaram no álbum “Thank You” (1995). Para finalizar, as ótimas “Girls on Film” e “Rio”. Faltou “Save a Prayer”, mas é bom lembrar/avisar que essa eles têm deixado de lado muitas vezes.

StrokesSe o Duran Duran talvez ainda precisasse ser “apresentado” à turminha do Lolla, os Strokes entraram com o “jogo ganho”, tipo “estádio lotado com torcida a favor”. Ao final da 1h30 de apresentação, debaixo de chuva fina, mas persistente, os caras não mostraram aquele “futebol bonito” que se esperava. Não pelo set list (veja abaixo), que foi bem escolhido e distribuído por todos os álbuns, incluindo duas do EP “Present Past Future”, de 2016. Mas o ar “blasé” e displicente do vocalista Julian Casablancas (foto), sempre de óculos escuros, às vezes irrita. Os fãs vão dizer que ele é assim mesmo, que isso já virou “marca” da banda. Outros podem brincar que o cara está sempre “doidão”. Os comentários entre as músicas, considerados “bem humorados” pelos apresentadores do MultiShow, para mim foram bobos, desnecessários, resvalando até no machismo. O quinteto ao menos soa mais coesa no palco, como se estivesse novamente em paz – algo que pareceu faltar no Festival Planeta Terra de 2011, última vez que se apresentou no Brasil. Foi legal, mas ficou a sensação de que poderia ter sido bem melhor.

Seja pela crise econômica, seja por mudança de perfil, o Lollapalooza Brasil não é mais o mesmo. Apostar em bandas/artistas novos, que estão explodindo nas redes sociais, é salutar e já vinha sendo explorado pelo festival desde a primeira edição nacional, em 2012. Mas falta – ou pelo menos faltou este ano – mais “relevância”, mais nomes que compensem o alto investimento em ingressos. O irônico é que, num line up predominamente indie, pop e eletrônico, quem arrastou multidão – e estabeleceu a quebra do recorde de público no evento – foi o veterano thrash metal do Metallica. É de se pensar…

SET LISTS

Duran Duran
. The Wild Boys
. Hungry Like the Wolf
. A View to a Kill
. Last Night in the City
. Come Undone
. Notorious
. Pressure Off
. Ordinary World
(com Céu)
. (Reach Up for the) Sunrise / New Moon on Monday
. White Lines
(Grandmaster Flash)
. Girls on Film
. Rio

The Strokes
. The Modern Age
. Soma
. Drag Queen
. Someday
. 12:51
. Reptilia
. Is This It?
. Threat of Joy
. Automatic Stop
. Trying Your Luck
. New York City Cops
. Electricityscape
. Alone, Together
. Last Nite

Bis
. Heart in a Cage
. 80s Comedown Machine
. Hard to Explain

3 comentários sobre “Lollapalooza pela TV: Duran Duran x The Strokes

  1. Vi pela tv que Baiana System foi a única que sacudiu o público, embora sendo cópia descarada d’O Rappa!
    Amava D.Duran na juventude, sabe?! Incrível como o Simon canta bem!
    Na minha arrogante opinião, o pior show de todos foi do Strokes! 0 povo clamando por Fabrízio e o Julian só lhe concedeu 2 palavrinhas porque é brasileiro e o resto dos ovacionados nem deram uma palavra! A exigência dos estrelos foi palco escuro e os caras atrasaram pra entrar e saíram no horário marcado! af
    Show bem bom foi do Two Door C.Club!

  2. O show do Duran Duran foi ótimo, com os principais hits, a impecável voz do Siman e a boa participação da Céu. Na minha humilde opinião foi o melhor show do Lolla! sou fã dos Strokes, mas infelismente ainda não digeri esse show deles em que o palco estava escuro, um breu e nem dava pra vê – los direito, a frescura da banda em não permitir a ótima camera de 360 graus, a má distribuição da discografia deles, o quarto cd Angles, por exemplo, o Julian não cantou nenhuma música e pecaram em não rolar You only live once, Juicebox e Under cover of darkness os principais hits. mas valeu a pena ele ter cantado Soma e Electricytiscape, as quais eu adoro! sairam de repente e depois do bis foram embora do nada em meio a escuridão sem se despedir da galera, tremenda falta de respeito e educação para os fãs que os idolatram, contribuiram para o sucesso deles e pagaram ingressos caríssimos! Julian de óculos escuros não sei pra que se o palco estava na escuridão e parecia que não estava afim de estar ali e com má vontade! Strokes, a principal banda do Lolla, teve a faca e o queijo na mão para ter uma ótima apresentação e o privilegio de encerrar o festival com chave de ouro, mas infelismente não soube aproveitar a oportunidade e esse show ficou a desejar! Os fãs esperaram tanto pra isso?! Duran Duran que tinha que encerrar esse festival e os Strokes se apresentarem a tarde, só assim o palco não ficaria na escuridão das trevas!

  3. palhaçada do Julian de ficar de óculos escuro no palco escuro e na chuva, ele nem viu o mar de gente curtindo o show!

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