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Welcome to the jungle, parte 3… ou parte 6 pra mim!

Guns abre

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Katarina Benzova/Divulgação

O Guns n´Roses estabeleceu um recorde pessoal em shows internacionais: foi a sexta vez que assisti ao vivo a banda norte-americana superando nomes como U2 (5), Iron Maiden (5), New Order (4), The Cure (4), Pearl Jam (4), Faith No More (4) e Smashing Pumpkins (4), só para citar alguns. Lendo assim, fica parecendo que sou grande fã de Axl Rose & cia. Mas quem acompanha nosso blog e já leu as resenhas anteriores sabe muito bem de todas as ressalvas e reservas que tenho pela figura do vocalista em seu comportamento errático de “rock star” decadente. E o quanto acho que desgastou desnecessariamente a imagem de sua banda nos últimos 20 anos.

Guns chuvaDito isso, vamos ao que interessa: foi excelente rever o “verdadeiro” Guns n´Roses ontem (20/11), em noite chuvosa (november rain?) que reuniu quase 30 mil pessoas no Estádio Mané Garrincha, na terceira vinda do grupo a Brasília. Fez até lembrar o distante 20 de janeiro de 1991 quando tive a oportunidade de ver os caras pela primeira vez, no auge – e com Izzy Stradlin na segunda guitarra – durante o Rock in Rio 2, realizado no Maracanã. Foram quase 26 anos de espera… mas valeu a pena!

A94A6986Alguns fãs podem achar exagero essa comparação. Foi mal, mas ter Slash e Duff McKagan no palco faz toda a diferença! Seja pelo feeling, pelo carisma ou pelo simples fato de que foram eles que gravaram aqueles sucessos todos. Ou alguém foi lá ávido para ouvir as quatro músicas apresentadas do irregular álbum “Chinese democracy” (2008), única coisa que o “resto” do Guns gravou após a debandada dos antigos companheiros? O guitarrista e o baixista “envelheceram” como vinho. E vou ser justo: o gordinho Axl está cantando bem. Segurou a voz praticamente sem falhar e se movimentou muito durante as 2h45 de apresentação, que teve início às 21h em ponto – uma hora de atraso, justificado talvez pelo erro na divulgação: o show estava anunciado na mídia “a partir das 20h”. Só que o público sabia que havia a Plebe Rude como banda de abertura – e imaginou que o quarteto brasiliense fosse tocar nesse horário quando, na verdade, o set deles teve início às 18h45. Se todos lessem o blog do Cult 22 (risos)

Para coroar o “grande encontro” pela primeira vez em Brasília, o Guns foi generoso no repertório: tocou um total de 27 músicas, incluindo “Sorry”, até então inédita nessa turnê brasileira – que antes passou por Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. E ainda mandou as “extras” “Used to Love Her”, “Outta get me” e “Yesterdays”, apresentadas apenas em um ou dois shows no país. Nesse pacote entraram as já registradas versões de “Live and let die” (Paul McCartney nos tempos de Wings) e “Knockin’ on Heaven’s door” (Bob Dylan) e as anunciadas “Attitude” (The Misfits), “Wish you were here” (Pink Floyd, em “duelo” instrumental entre Slash e Duffy) e “The seeker” (The Who) – além de citações a New York Dolls (“You can’t put your arms around a memory”), Jimi Hendrix (“Voodoo child”), Eric Clapton (“Layla”) e Rolling Stones (“Angie”).

Guns papel picadoA chuva, que ensaiava chegar a qualquer momento, começou na quinta música (“Double talkin’ jive”) e alternou de intensidade até o fim do show. Chegou a ser poético ouvir o solo de Slash no tema de “Poderoso Chefão” (“Speak softly love”, de Nino Rota) emendado com “Sweet Child O’ Mine” enquanto a água descia mais forte. E “November rain” só veio coroar esse momento “a vida imita a arte”: Axl, ao piano, quase reproduzia ao vivo o famoso videoclipe – menos mal que não veio o mesmo dilúvio das imagens! Para encerrar a “apoteose gunner”, recheada de explosões no palco e belas projeções nos telões ao longo da jornada, uma outra “chuva”, só que de papel picado em verde e amarelo, na clássica “Paradise city”.

A94A8125A se lamentar, dois fatos: por exigência de Axl Rose – ele não poderia deixar de “pisar na bola”, né? – não foi permitido o credenciamento de fotógrafos profissionais. Motivo? Ele não queria que fossem registradas imagens que não o “favorecessem” anatomicamente falando. Ridículo! Além disso, o som estava péssimo no show da Plebe Rude – banda de abertura sempre é prejudicada nessas horas – e muito embolado na primeira meia hora do Guns – depois foi se ajustando.

Minha sexta saga frente a frente com o Guns n´Roses muito provavelmente foi a última. Dificilmente eles farão mais alguma coisa que mereça minha atenção novamente…

Set list
. It’s so easy
. Mr. Brownstone
. Chinese democracy
. Welcome to the jungle
. Double talkin’ jive
. Sorry
. Better
. Estranged
. Live and let die
(The Wings)
. Rocket queen
. You could be mine
. Attitude
(The Misfits, com intro de “You can’t put your arms around a memory”, New York Dolls)
. This I love
. Used to love her
. Civil war
(com intro de “Voodoo Child”, de Jimi Hendrix)
. Coma
. Speak softly love
(Nino Rota)
. Sweet Child O’ Mine
. Outta get me
. Wish you were here
(Pink Floyd)
. November rain (com intro de “Layla”, de Eric Clapton)
. Yesterdays
. Knockin’ on Heaven’s door
(Bob Dylan)
. Nightrain
Bis
. Patience (com intro de “Angie”, dos Rolling Stones)
. The seeker (The Who)
. Paradise city

4 comentários sobre “Welcome to the jungle, parte 3… ou parte 6 pra mim!

  1. Caraca, nego hackeou sinistro o blog. Vou avisar o Marcos Pinheiro que tem alguém escrevendo em seu nome. Isso não se faz!!!! Fora, hackerzinho!!!

  2. Como de costume, brilhante análise. Mas por favor, exclua esse Felipe Campbell. Conheço a figura. Axézero das antiga. Poser total. Usa camisa do AC DC e baixa mp3 do X Calipso

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