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MotoCapital, Lobão, Passeio Ciclístico, The Doors gringo…

Brasília MotoCapital

Texto: Marcos Pinheiro
Fotos: Lyanna Soares e Marcos Pinheiro

Aos que ainda reclamam que Brasília é uma cidade tediosa, um aviso: isso é coisa do passado! Os fins de semana têm sido repletos de atrações para todos os gostos, inclusive aos que amam o rock. Eu particularmente tenho muuuita preguiça de assistir banda cover – acho sinceramente desperdício de tempo na maioria das vezes. Mas o legal é que vários shows autorais têm rolado por aí, ocupando praças e espaços públicos ao ar livre, aproveitando esses tempos de seca na capital. Os food trucks proliferaram – já são quase 80 diferentes em funcionamento – e têm servido de chamariz para os eventos. A comida é boa em geral, pena que com preços pouco convidativos.

Brasília MotoCapital 2Dentro dessa nova realidade, o fim de semana passado foi bastante agitado para mim. A ponto de estar presente até no maior “festival cover” que existe por aqui: o Brasília MotoCapital, em minha terceira ou quarta “participação”. Reconheço obviamente a importância dele dentro do contexto de unir motoclubes de todo o país, pelo intercâmbio de pessoas, produtos e projetos. Segundo a organização, foram quase 500 mil pessoas circulando na Granja do Torto por cinco dias (22 a 26/7). Números impressionantes. A ponto de já anunciarem que a edição 2016 terá 10 dias! Mas como não tenho – nem nunca tive – moto, o que poderia me atrair é a programação musical. E lá quase sempre o que rola são bandas de tributos ao rock do passado, muito “mais do mesmo”: Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Creedence Clearwater Revival, Led Zeppelin, The Doors, Raul Seixas… Nada que vá além dos anos 1970!

SuricatoClaro que, em 12 edições, já pintaram muitos convidados nacionais de peso: Matanza, Velhas Virgens, Celso Blues Boy, Marcelo Nova, Erasmo Carlos (que voltou este ano), etc. Algumas bandas independentes autorais da cidade também têm ganhado espaço. E este ano um dos motoclubes criou um palco só para elas, além das que ocuparam o espaço principal. Ponto para o evento que, assim, amplia suas opções e pode atrair outros públicos. Estive lá somente na sexta-feira (24) e, depois de circular por aquela arena gigante, parei para ver a jovem banda carioca Suricato (foto), revelação do concurso global Superstar do ano passado. Bons músicos, algumas canções bacanas – destaque para Trem -, mas falta ainda personalidade e repertório. Abusaram dos covers, talvez para agradar o público (mal) acostumado. Mas já tem um séquito de fãs, sobretudo da ala feminina – havia uma certa histeria na frente do palco.

LobãoNo sábado (25) fui ver o Lobão. Ignorei as posições políticas e as bobagens que ele tem falado e apostei na música. Afinal, sou um cara que cresci nos anos 1980. O tal Espaço Cultural Brasília, uma tenda enorme montada no estacionamento do Shopping Iguatemi, não é lá grande coisa. Mais uma improvisação para se passar por “casa de espetáculos” – até quando a capital do país vai viver disso? O show atrasou 45 minutos em relação ao horário anunciado e a plateia foi minguada, 300 a 400 pessoas no máximo. Problemas de microfonia e de retorno incomodaram o veterano cantor e compositor carioca, mas ele não perdeu o bom humor. Refutou os que pediam discurso político – “esse é um show de música, não de proselitismo. Falo de política se me der na telha”, riu – e, num formato power trio de guitarra, baixo e bateria, emendou um set com vários sucessos: Canos silenciosos, Baby lonest, A Vida é Doce, Vou Te Levar, Noite e Dia, Me Chama, Por Tudo Que For, Essa Noite Não, Vida Louca Vida, Rádio Blá, Corações Psicodélicos… A apresentação foi muito curta – menos de 1h10. E quem pagou para sentar na chamada “Cadeira Fã” deve ter ficado muito puto: uma galera foi para a frente do palco para dançar já na segunda música, tapando a visão dos mais “endinheirados”.

20150726_112301No domingo (26) eu cumpri dupla função como DJ. Antes das 8h estava na frente do Museu Nacional para comandar o som do 13º Passeio Ciclístico Rodas da Paz, onde participei pelo segundo ano consecutivo. Uma experiência deliciosa e muito bonita ver aquela pequena multidão de bicicletas – quase 10 mil, de acordo com a organização – pedalando por cartões postais da cidade como a Esplanada, Praça dos Três Poderes e Ponte JK, ida e volta, num trajeto que durou mais de duas horas. E eu, no alto do caminhão de som, vendo tudo aquilo e tocando muito rock. Revigorante!

Strange DaysA tarde fui para o NET Live Brasília no evento Brasília Food Trucks, que tinha como principal atração… uma banda cover do The Doors importada dos Estados Unidos – olha eu queimando a língua! Não sei se por problemas de divulgação ou por causa do próprio Brasília MotoCapital, mas o público foi ainda menor que no show do Lobão: nem 150 pessoas passaram por lá. Toquei das 16h até quase 18h e uma banda local, a Green Folkies, abriu os trabalhos no palco com versões folk de rock de várias épocas – teve até Arctic Monkeys!. Voltei para mais um set curto e, por volta das 19h50, entrou a tal atração gringa chamada Strange Days, alusão ao segundo disco do quarteto californiano, de 1967. Os caras se vestem a rigor e cumprem muito bem a performance de Jim Morrison & cia. tocando por quase duas horas. Correto, bacana, um delírio para os fãs, mas… Definitivamente tenho mesmo preguiça de bandas cover.

Confira álbum de fotos por Lyanna Soares Photography:
Brasília MotoCapital
Lobão
Strange Days

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