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Maskavo só se for Roots

Maskavo Roots

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Lyanna Soares

Maskavo Roots 2O abraço forte dos vocalistas Marcelo Vourakis e Joana Lewis no palco – e que se repetiu mais de uma vez no camarim – foi um bonito resumo do que rolou na noite de sábado passado (30/5) no salão social da Asbac: a emoção tomou conta de verdade da galera do Maskavo Roots e das quase 1.500 pessoas que compareceram ao encontro histórico de seis dos sete integrantes originais – apenas o guitarrista Prata, cumprindo agenda com o Maskavo, ficou de fora. Foi substituído (muito bem, aliás) por Rafael Farret, ex-Bois de Gerião e fã de carteirinha da banda, que já vinha ensaiando com a turma para qualquer eventualidade.

Maskavo Roots 3As expressões no rosto se alternavam entre muitos sorrisos e até algumas lágrimas de felicidade. Foi arrebatador ver o público cantando a plenos pulmões músicas como Chá preto, Don Genaro, Homem não tem amiga, Far away, Besta mole, Tempestade, Djorous, Escotilha… Se a intenção do evento era comemorar os 20 anos do ótimo e homônimo disco de estreia, parecia que 1995 estava cristalizado ali naquele espaço, tamanho o entrosamento dos músicos – Pinduca (guitarra), Marrara (baixo), Txotxa (bateria) e Quim (teclados), além de Rafinha. Era como se tivessem continuado juntos na estrada esse tempo todo. Com a vantagem de estarem mais maduros e seguros. Confesso que há muito tempo não me emocionava tanto com um show de banda da cidade. Muitas memórias, muitas histórias passaram pela minha cabeça. Afinal, foi no programa Cult 22, em 1992, que começou a trajetória radiofônica do Maskavo Roots.

Maskavo Roots 4A apresentação começou a 1h da madrugada (em ponto!) e cumpriu o prometido. Tocou na íntegra todo o citado disco, mas sem seguir a ordem das faixas, decisão que achei muito acertada. Melhor ainda: o set list mesclou com as tais músicas que todos compuseram, mas não gravaram juntos para o segundo álbum, Se não guenta por que veio? (1998) – RSF, Homem não tem amiga, Vaso chinês, Melodia que eu conheço -; as inéditas Freio de mão, Depois da chuva e Saltimbancos (que ficaram apenas em demos); o medley em tributo a Bob Marley (afinal, o Maskavo Roots nasceu em 1992 a partir do Cravo Rastafari, banda cover do rei do reggae); a sempre ótima versão de Qui nem jiló (Luiz Gonzaga) e o “hino” Djorous. Ou seja, estava tudo lá, em 26 canções e quase 1h45 de duração!

Os Wallaces 2Uma grande festa que, de início, chegou a preocupar a produção e demais envolvidos. Apesar da temperatura amena da noite e dos mais de quatro mil “confirmados” no evento postado no Facebook, o salão, com capacidade para até duas mil pessoas, estava ainda vazio às 23h15. Entre o público, vários produtores, fotógrafos, jornalistas e músicos de bandas surgidas naquela geração 1990 – Pravda, Oz, Low Dream, Cabeloduro, DFC, Dungeon, Nata Violeta… Mas às 23h55, quando Os Wallaces subiram ao palco, o clima já tinha esquentado. O show de abertura, por sinal, já deu o tom do revival. Vestidos a caráter com roupas espalhafatosas e perucas – e “auxiliados” por um time de “ring girls” levantando tabuletas com dizeres do tipo “Round 1″, “Aplausos”, “Banana a R$ 0,99″, “Senti firmesa (com “s” mesmo) Demacol” e “Festa do Paulinho: compre 1 e leve 4″ (uma sacanagem com Paulinho Madrugada, um dos produtores da noite e da badalada festa A Volta aos Anos 80) -, a trupe desfilou seu conhecido repertório brega de canções como Sorria, sorria (Evaldo Braga), Farofa-fá (Silvio Brito), Melô do Patins (A Patotinha), Feiticeira (Carlos Alexandre), Tenho (Sidney Magal) e a “clássica” (composição própria) Pedras pomes do amor, cantada em coro pela galera. Quase 40 minutos de puro deboche ao melhor estilo Os Wallaces.

Maskavo Roots 5O tamanho da alegria de quem esteve presente pode ser medido pela quantidade de fotos e vídeos que vem sendo compartilhados nas redes sociais desde então. Um momento realmente inesquecível que deixou gosto de “quero mais”. Parabéns a Paulinho Madrugada, Bronx Produções e Monstrengo Kustom pela iniciativa. Fica a nossa torcida por novos shows do Maskavo Roots. E, por que não?, de outros reencontros – que tal do Bois de Gerião, por exemplo? Fica a dica…
 
Confira o álbum de fotos (por Lyanna Soares): fotos

Maskavo Roots - set list

2 comentários sobre “Maskavo só se for Roots

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