Por Marcos Pinheiro
Fotos: Lyanna Soares
O comentário que circulou ainda durante o show é que Joss Stone estava se sentindo muito mal desde que pisou em Brasília. Com crises de diarréia e vômito, houve até suspeitas de que tinha contraído dengue. Mas no palco do NET Live (Setor de Clubes Norte) na noite de sexta-feira (13/3) nada disso transpareceu – o máximo que daria para “desconfiar” eram as seguidas xícaras de chá que tomou no início. Graciosa em um vestido estampado preto com flores brancas – e com os pés descalços, como de costume -, a cantora inglesa esbanjou talento, simpatia e carisma como se nada houvera, além da super competente banda, que conta com duas backing vocals e mais guitarra, baixo, bateria, percussão e teclados. O show foi bem curto, é verdade: teve início às 21h48 e terminou por volta das 23h10 com pequeno intervalo antes do bis. Mas se comparado com o que apresentou em São Paulo, na quarta-feira passada (11/3), o set só teve o corte de uma música, The Love We Had. Amanhã (15) ela fecha a pequena turnê brasileira em Recife.
Descrever o quanto essa moça é linda e encantadora é chover no molhado. Não tem como não ficar hiptonizado com aquele rosto angelical de cabelos louros ondulados, com sua voz rouca e a delicada presença de palco. Impressão que não vinha só da ala masculina. “Linda!”, gritou uma mulher a certa altura. “Linda? What is linda?”, perguntou uma divertida Joss Stone. “Beautiful!”", respondeu um coro de vozes para melhor compreensão da sempre sorridente cantora. Além de conversar frequentemente com o público e fazer as habituais saudações ao Brasil e do “prazer de estar em Brasília pela primeira vez”, a inglesa repetiu um ritual já comum: atirar girassóis para a plateia ao final da apresentação.
Confesso que me decepcionei um pouco com o repertório escolhido que, além de soul e r&b, também mergulha forte no reggae. Sucessos como Less is more, Victim of a foolish heart, Tell me ’bout it, Put your hands on me, Bad habit, Free me e While You’re Out Looking for Sugar, por exemplo, ficaram de fora. Não teve nenhuma música, aliás, do mais recente álbum, The Soul Sessions Vol. 2 (2012). Do terceiro, Introducing Joss Stone (2007), apenas a presença quase despercebida de Music emendada com Jet Lag. Mas teve espaço para a nova Molly Town, que deve estar presente no novo disco, Water for the soul, previsto para sair no segundo semestre.
Os dois primeiros trabalhos, The Soul Sessions (2003) e Mind Body & Soul (2004), foram os mais “prestigiados” com, respectivamente, Super Duper Love, Fell in Love with a Boy e Some Kind of Wonderful (que encerrou), e Right to Be Wrong, Jet Lag e You Had Me (a que abriu). Não à toa, tornaram-se os pontos altos do show, assim como a rascante interpretação de I put a spell on you, clássico blues de Screamin´ Jay Hawkins. Mas Joss Stone não precisa disso: já enfeitiça por si só!
Depois de assistir Norah Jones (dezembro de 2012), Lana Del Rey (novembro de 2013) e, agora, Joss Stone – todas lindas e encantadoras, cada uma a seu estilo -, minha cota de “divas” está bem representada. Sou um cara de sorte.
Confira o álbum de fotos: por Lyanna Soares
Set list
. You Had Me
. Super Duper Love
. Molly Town
. Wake Up
. Could Have Been You
. Star
. Love Me
. Music/Jet Leg
. Stuck On You
. I Put A Spell On You (Screamin’ Jay Hawkins)
. The Answer
. Karma
. Harry’s Symphony
. Fell in Love with a Boy
Bis
. Right to Be Wrong
. Landlord
. Some Kind of Wonderful
Um comentário sobre “Joss Stone esbanja talento e carisma, mesmo passando mal”