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Echo & the Bunnymen decepciona no Rio

Ian Mcculloch

Por Marcos Pinheiro

Rio de Janeiro - Em quase 30 anos de andanças por shows nunca fui da euforia à decepção em tão pouco tempo. Já tinha em mente todo um texto em que explicaria o quanto gosto do Echo & the Bunnymen, como os ouvi pela primeira vez, o quanto lamentei por não ter ido ao histórico show do Canecão (Rio de Janeiro) em maio de 1987, a oportunidade de vê-los ao vivo finalmente em 1999 e a felicidade de poder reencontrar a banda agora, 15 anos depois. Mas o que aconteceu na noite de sábado (1/11) na Fundição Progresso, localizada na boêmia Lapa, foi absolutamente decepcionante: após 1h08 da ótima apresentação, com 16 músicas, os ingleses deixaram o palco… para simplesmente não voltar mais! Um balde de água gelada para os pouco mais de mil presentes, que estavam em delírio até então.

Passados seis minutos da espera pelo bis – um tempo já acima do habitual -, o som mecânico do DJ tomou conta dos alto-falantes. Era o sinal definitivo de que o show acabara. Os fãs, que pagaram entre R$ 160 e R$ 180 pelo ingresso de inteira, ensaiaram alguma vaias, até tímidas pela “gravidade” do momento. Dois ou três, mais exaltados, jogaram latas no palco enquanto os técnicos iam desmontando os equipamentos. Mas nada demais, ficou por isso mesmo: nenhuma justificativa, nenhuma “desculpa”. Entre incredulidade, tristeza e inconformismo, a galera foi indo embora sem entender nada do que tinha acontecido.

Echo & The BunnymenO motivo mais plausível deve ter sido a insatisfação dos músicos com o sistema de som do palco. Ian McCulloch, fumando pouco e com voz bem melhor que das outras vezes, deixou clara a sua irritação no início do show – que começou 23h45, 15 minutos após o previsto -, largando o microfone várias vezes para falar com o roadie de sua equipe. Para o público, a primeira impressão era de que os instrumentos estavam em nível mais baixo. Mas a partir da quarta música o som ficou mais equalizado, McCulloch parou de reclamar e a apresentação fluiu lindamente com clássicos do início da carreira – Rescue, Do it Clean, Never Stop, Seven Seas, Bedbugs and Ballyhoo, Over the Wall -, a indefectível versão de People are Strange (The Doors) e alguns momentos mais recentes, como Meteorites – faixa-título do novo disco, lançado este ano – e Holy Moses. Era 0h40 quando o Echo emendou uma sequência que pôs os presentes em êxtase: Bring On the Dancing Horses, The Killing Moon e The Cutter, todas cantadas em coro. Era impossível segurar a emoção!

Mas ficou por aí: a banda foi embora e deixou todos com água na boca. Melhor sorte teve quem foi ao show de ontem (2/11), no HSBC Brasil (São Paulo) – caso dos amigos Rafael “Bode Velho” e Adriana “Psi Eros” -, onde os Bunnymen fizeram o show completo, com mais 30 minutos e quatro músicas: The Game, Nothing Lasts Forever – com inserts de Walk on the Wild Side e Coney Island Baby (Lou Reed), Don’t Let Me Down (Beatles) e In the Midnight Hour (Wilson Pickett) -, Lips Like Sugar – simplesmente uma de minhas músicas preferidas de todos os tempos – e a belíssima Ocean Rain. Lamentável!

Set list (Rio de Janeiro)
. Meteorites
. Rescue
. Do It Clean
(inserts de Sex Machine e When I Fall in Love)
. Never Stop
. People Are Strange
(The Doors)
. Seven Seas
. Bedbugs and Ballyhoo
. Holy Moses
. Rust
. All My Colours
. Over the Wall
. Constantinople
. All That Jazz
. Bring On the Dancing Horses
. The Killing Moon
. The Cutter

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