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Musical sobre Cássia Eller faz rir e chorar

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Por Alessandra Braz Santos

São Paulo - Uma moça tímida que quando sobe ao palco se transforma. Bom, isso você já ouviu e leu sobre Cássia Rejane Eller desde o começo de sua carreira e até mesmo no fim – ou depois. Mas Cássia era mais do que isso. Era uma mulher alegre, extrovertida com os amigos e muito safadinha quando o assunto era mulher bonita.

Está em cartaz em São Paulo o espetáculo Cássia Eller – O Musical, que conta a história de vida da cantora carioca-brasiliense, com direção de João Fonseca e Vinícius Arneiro e texto de Patrícia Andrade – e que será encenada no CCBB Brasília em dezembro e janeiro. No papel principal, Tacy de Campos, uma também cantora de 24 anos que passou pelo crivo dos diretores, depois de analisarem mil candidatas (e até alguns candidatos). Tacy não é atriz, mas resolveu, como Cássia, enfrentar a timidez e essa grande personagem.

Isso é perceptível porque algumas vezes ela esquece falas e se atropela, mas nada que não soe natural. Isso não atrapalha e também não tem importância porque, quando abre a boca para cantar, Tacy parece não fazer grande esforço para se tornar Cássia no palco. A semelhança física é impressionante. Ela protagoniza as melhores cenas e cantorias.

A turma que a acompanha faz vários papéis ao mesmo tempo. A única que em algum momento consegue roubar (um pouco) a cena é Juliane Bondini. Emerson Espíndola que, entre vários personagens, faz o cantor Nando Reis, por exemplo, sofre no dueto de All Star, mas chama atenção na pele do ator, músico e diretor Marcelo Saback quando, junto com Cássia, vão de Ne Me Quitte Pas. E é neste começo que a história parece ir para o rumo dos depoimentos. Marcelo aguarda que todos saiam do palco, explica como se distanciou de Cássia e lembra da última vez que a viu, grávida, e perguntou: “Quem é a mãe desse filho?”.

A “mãe” era Maria Eugênia, que Cássia conheceu numa noite na qual cantava em Brasília. As duas ficaram juntas por 14 anos. “Geninha”, como era chamada por Eller e os amigos próximos, era quem cuidava da casa. Pagava as contas, deixava tudo arrumado, fazia o que fosse prático. Cássia não tinha o menor saco ou jeito para isso. Ela aguentava o gênio travesso e as escapadas da artista. A única vez em que sentiu ciúmes foi quando a percussionista Lan Lan apareceu e tomou parte do amor de Cássia para si. As duas namoraram e não era bem segredo.

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A própria Lan Lan é responsável pela direção musical da peça, que está primorosa. Os encaixes das canções perpassam pela carreira da cantora de uma forma muito bonita. E é justamente na parte musical que muitas vezes não dá para segurar o choro. Daí, o espetáculo vira uma mistura. Você ri, você chora e às vezes faz tudo ao mesmo tempo. Vi muita gente saindo do pequeno teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112) com os olhos e narizes vermelhos. A sutileza da morte de Cássia é também muito bonita e acontece ao som de O Segundo Sol.

A temporada em São Paulo acaba em 10 de novembro e, até lá, a sala deve continuar cheia, já que o teatro tem capacidade para apenas 125 lugares – o que tem gerado filas para comprar e filas de espera. Em Brasília, também no CCBB (Setor de Clubes Sul, trecho 4), ficará em cartaz entre 4 e 22 de dezembro e, depois, de 9 a 26 de janeiro. Acho que os brasilienses vão chiar com o fato de Zélia Duncan ou o Bistrô Bom Demais não estarem no texto. Mas as piadinhas com o tempo e a falta de ruas são divertidas.

Saiba mais:
https://www.facebook.com/cassiaelleromusical/
http://www.cassiaelleromusical.com.br/

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