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Aerosmith: os velhinhos ainda dão no couro

Aerosmith BrasíliaNão foi “o” show do ano. Pelo menos não para quem foi a outros eventos de rock fora de Brasília ao longo de 2013. Mas os “velhinhos” do Aerosmith mostraram ontem à noite (23/10), para um público estimado em 25 mil pessoas no Estádio Mané Garrincha, que ainda têm lenha pra queimar. Steven Tyler, aos 65 anos, permanece com voz em forma e, com performance arrebatadora, comandou a massa – sempre escudado pelo “toxic twin” Joe Perry, 63, empunhando com competência as várias guitarras que usou ao longo das duas horas de apresentação, que teve início às 23h05 com Eat the rich, do álbum Get a grip (1993). Uma alteração na música de abertura, onde normalmente tocam a clássica Back in the saddle, lamentavelmente deixada de lado aqui em Brasília. No mais, o repertório seguiu praticamente igual ao que publicamos aqui no blog na última terça-feira. As “novidades” foram Combination (do disco Rocks, 1976) e a versão para Mother Popcorn, de James Brown, cujo swing serviu como boa introdução para o sucesso Walk this way, que encerrou a primeira parte.

Aerosmith Brasília 2Conforme o esperado também, o público estava recheado de meninas sedentas para cantar aos berros as canções românticas que marcam a carreira do quinteto de Boston (EUA) – leia-se, principalmente, Cryin´, I Don’t Want to Miss a Thing e Crazy -, recebidas em clima de histeria coletiva. Mas a gig começou bem rock and roll, embora o som embolado nas primeiras músicas tenha comprometido a qualidade. Só em Pink, a quinta do set list, a coisa se equalizou e daí o show fluiu melhor. No bis, uma sequência matadora que começou com Dream on, uma semibalada “roots” dos caras, com Steven Tyler cantando ao piano e Joe Perry (com uma camisa do Flamengo) atacando de guitar hero. Os dois subiram alternadamente no instrumento branco e levaram a galera ao delírio, com direito à explosão de fumaça. Depois, em Sweet emotion, ainda teve chuva de papel picado. Isso sem contar na “ventania” constante nos cabelos da dupla de protagonistas. Uma farofada em alto estilo!

Quem estava do meio para o fundo da chamada Pista Premium teve visão mais privilegiada dos que ficaram colados no palco. Com uma passarela que avançava no meio da área “VIP”, Tyler e Perry passaram mais tempo lá do que no palco convencional. Impressionante que a gente percebe melhor, ao vivo, como os dois têm vários trejeitos inspirados na dupla Mick Jagger-Keith Richards, dos Rolling Stones. As dancinhas do cantor, a forma como o guitarrista se veste – Perry estava parecendo o Jack Sparrow, do Piratas do Caribe, personagem que foi inspirado em… Por outro lado, é notório também sacar de onde Axl Rose chupou toda a sua performance a frente do Guns n´Roses. Destaque também para os três super telões em alta definição que realçaram o espetáculo.

A se lamentar a total falta de organização no lado de fora do estádio. Iluminação precária, ninguém para dar informação e poucos portões de acesso proporcionaram filas gigantescas tanto na bilheteria quanto na entrada. Demorei quase 50 minutos, o suficiente para perder praticamente todo o show do Whitesnake. OK, cheguei mais de 21h, mas isso não justifica. Peguei o finalzinho, as duas ou três últimas músicas. Mas me pareceu que não estava lá essas coisas – som emboladíssimo e o David Coverdale com voz comprometida, embora menos constrangedor que há dois anos, quando a banda inglesa abriu para o Judas Priest, no Ginásio Nilson Nelson.

Para uma cidade tão carente de grandes shows internacionais, a dobradinha de ontem foi muito importante. Mas ficou evidente também que é preciso fazer vários ajustes estruturais no estádio, incluindo o trânsito em torno – preferi parar o carro mais distante e caminhar uns 15 minutos do que pegar aquele engarrafamento na saída. Ficou como teste. Que a lição seja aprendida.

Set list do Aerosmith em Brasília
. Eat the Rich
. Love in an Elevator
. Toys in the Attic
. Oh Yeah
. Pink
. Dude (Looks Like a Lady)
. Rag Doll
. Cryin’
. Last Child
. Jaded
. Combination
. What It Takes
. Livin’ on the Edge
. I Don’t Want to Miss a Thing
. No More No More
. Come Together
(The Beatles)
. Mother Popcorn (James Brown)
. Walk This Way
Bis
. Dream On
. Sweet Emotion

Bis 2
. Crazy
. Mama Kin

4 comentários sobre “Aerosmith: os velhinhos ainda dão no couro

  1. Pois é Marcos, comigo aconteceu a mesma coisa, cheguei quase no final do show do Whitesnake. Valeu a pena pelo show, foi incrível! A pista atrás da pista premium tava em tranquilia, dava pra se movimentar com facilidade. Enfim, para um show que deu 25 mil pessoas numa quarta-feira, já está de bom tamanho. Com certeza, Brasília agradece pela oportunidade. Pena que eles fizeram um pequena introdução de Angel, que gostaria bastante de ouvi-la, e Crazy que, exatamente ao que foi o show no RJ, tocou apenas metade dela, deixando um gostinho de quero mais. No mais, foi tudo excelente, tirando os alguns problemas que você já citou.

  2. Primeiro: Quem é o autor do texto ? rsrsrsrs. Segundo: é impressionante como um evento desses tinha gente despreparada para dar informações. Eu havia comprado meu ingresso pelo groupon e por vacilo não me toquei que deveria ter trocado pelo ingresso convencional um dia antes. O problema foi : chegar ao estádio cedo; passar pela entrada; chegar à roleta de acesso; ser obrigado a ir a bilheteria trocar o ; comprovante de compra pelo ingresso e a atendente me dizer que aquilo não teria mais validade e que eu havia perdido a compra. Por sorte lembrei que havia posto do Live Pass no Brasília Shopping e chegando lá fiz a troca sem problemas e sem filas. Fiquei puto por quase ter perdido esse show. Mas chegando lá nem sei se valeu a pena assim. Som péssimo quase estragou a experiência.

  3. Eu achei tudo perfeito, cheguei bem antes, entrei de boa e não vi problema em nada. Só acho ruim não termos uma grande casa de shows de primeiro mundo e eu acho complicado o som ficar maneiro em estádio de futebol, afinal, serve para se jogar bola.
    Mas a produção está de parabéns, pelo menos entre pós e contras está nos proporcionando grandes shows!!!! Reclamação sempre haverá.

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