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I´m still alive!!!

Por Marcos Pinheiro
Fotos: Lollapalooza / Divulgação

O Lollapalooza 2013 terminou na noite desse domingo (31/3) com a sensação de “alma lavada” para as quase 170 mil pessoas que circularam pelo Jockey Club de São Paulo durante as três noites de festival. Afinal, o Pearl Jam, por si só, já valeria pelo evento inteiro dada a grandiosidade e o carisma da banda. Eddie Vedder & cia. novamente fizeram bonito na noite enluarada e bastante agradável da capital paulista e encerraram a maratona de 33 horas de shows da melhor forma possível.

Claro que o festival teve pontos desagradáveis. O maior deles, como já escrevemos ontem aqui, foi a lama que se acumulou na pista e que dificultava imensamente o trajeto entre os palcos. Um grande vacilo da organização, já que no sábado e no domingo não caiu uma gota de chuva. E na sexta-feira choveu pouco no meio da tarde e ao final da noite – nada que justificasse o terreno baldio que se transformaram diversos pontos. Isso sem contar no “cheirinho desagradável” de esterco.

Outro fator negativo foi a quadrilha que conseguiu se infiltrar no Jockey para roubar celulares e demais objetos eletrônicos. O golpe era quase sempre o mesmo: eles simulavam uma discussão no meio da galera e, enquanto quem estava em volta se distraía, outro ia e pegava os aparelhos – muitas vezes metendo a mão em bolsas e bolsos das calças. Quatro amigos e/ou conhecidos nossos tiveram celulares furtados no sábado, só pra se ter uma ideia. Ao que parece, os malandros foram presos ontem pela polícia.

O som, sobretudo no Palco Butantã, “caiu” em diversos momentos, o que causava uma sensação de perda de impacto e potência. As filas longas nos bares e banheiros já são tão costumeiras em grandes eventos, ainda mais pelo Brasil, que nem vou considerar tanto. Até porque, em geral, elas não foram tão demoradas assim.

Nossa saga no último dia de Lolla começou por volta das 15h20 quando chegamos à arena a tempo de ver a banda inglesa Foals no Palco Butantã. Quem estava animada por esse show era a amiga e jornalista Daniela Paiva. Eu, particularmente, fui sem muitas expectativas, mas confesso que gostei. Os caras têm sons climáticos, mas também apresentam um bom duelo de guitarras e baixo. E a música Inhaler, do terceiro e mais recente álbum Holy fire, de 2012, é ótima. Valeu a pena.

Fim da apresentação e… intervalo para encontrar os amigos. O que é Puscifer? O que justifica essa banda ter tocado no palco principal (Cidade Jardim)? São amigos do Perry Farrell? Como não encontramos respostas, preferimos circular pela arena, aproveitar o solzinho gostoso da tarde paulistana e colocar o papo em dia.

Só que em festivais assim não se pode vacilar. Voltamos ao Palco Butantã muito em cima da hora e o público já tinha se aglomerado para ver o Kaiser Chiefs, que começou pontualmente às 17h15. Conseguimos nos posicionar meio de lado e assistir a mais uma performance contagiante do vocalista Ricky Wilson, um dos ganhadores do troféu “mais pilhado” do Lolla 2013. O cara não para um segundo no palco, movimenta-se por todos os lados e, não contente, ainda desceu por um corredor entre a galera para escalar a torre de som em frente, durante a música The angry mob. Aliás, não faltaram sucessos no set list, que terminou arrasador com a trinca Ruby, I Predict Riot e Oh! My God. Excelente!

Ricky ainda brincou que, de lá do Butantã, já conseguia ver os Hives se preparando para o show no outro lado, numa distância de 1,5km mais ou menos. Talvez por camaradagem com o público, os Chiefs encerraram a apresentação cinco minutos mais cedo. E os suecos começaram cinco minutos após o previsto, facilitando o deslocamento de todos. No quesito “empolgação”, o vocalista Pelle Almqvist, vestido de fraque e cartola, não ficou devendo em nada ao anterior. Também se mexeu por todo o palco, desceu pra galera, comandou a massa e fez todo mundo se agachar durante a execução de Tick, tick, boom, protagonizando um dos shows mais contagiantes de todo o festival. Guitarras cortantes, bateria ensandencida e aquela cara de maníaco de Almqvist ao melhor estilo do personagem Alex, do cultuado filme Laranja Mecânica. Não tivesse o Pearl Jam logo mais, os caras teriam saído como os destaques da noite.

Assim como no sábado, bateu preguiça de atravessar novamente para o outro lado da arena, onde o Planet Hemp se apresentava. Mais uma vez decidimos fazer um intervalo pro lanche e banheiro. E ficamos ouvindo à distância o Hot Chip no Palco Alternativo. Climão dançante, meio balada de boate, meio rave. Sinceramente não curto muito, mas…

Com estômago forrado e bexiga esvaziada, voltamos ao palco principal. Acho bacana aqueles minutos que antecedem à apresentação de uma banda muito esperada. O tempo parece que não passa e o ar fica em suspenso. Dá até pra “ouvir” o silêncio em alguns instantes diante de tamanha expectativa. Por volta das 21h50, com quase cinco minutos de atraso, o Pearl Jam subiu mandando Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town, do segundo álbum Vs., de 1993. Como já é de costume na banda, o repertório não segue um padrão. Mas, por se tratar da única apresentação no Brasil dessa vez, eles não pouparam os grandes hits: teve Do the evolution, Even flow, Daughter, Jeremy, Rearviewmirror, Given to fly, Not for you, Better Man, Black, Alive, todas cantadas em coro por cerca de 60 mil pessoas… Na reta final, os covers já característicos de Ramones (I believe in miracles, que Eddie Vedder dedicou ao amigo e falecido guitarrista Johnny Ramone) e The Who (a sensacional Baba O´Riley).

Falando ao público ora em inglês, ora em simpático português, Vedder perguntou se estavam bem e seguros, agradeceu a presença de todos, disse estar honrado em tocar ao lado de tantas bandas bacanas (chegou a listar algumas que se apresentaram no festival), avisou que o Pearl Jam está gravando um novo disco (e que vai voltar ao Brasil em breve) e ainda parabenizou o governo dos Estados Unidos por apoiar o casamento gay. Para encerrar a noite, a belíssima Yellow ledbetter. Emocionante, como sempre. Pena que não houve liberação da transmissão pela TV. Melhor para quem estava lá.

Com um line up de primeira linha, o Lollapalooza parece ter se consolidado mesmo no Brasil e a terceira edição nacional já está confirmada para abril de 2014. Próxima missão agora: The Cure – nesta quinta-feira (4/4), no Rio, e no sábado (6), novamente aqui em São Paulo. Vai ser lindo!

2 comentários sobre “I´m still alive!!!

  1. Marcos estive lá os três dias, inclusive conversei com você antes do show do kaiser Chiefs. Tanto Sábado quanto domingo foram os melhores dias. Assim que falei contigo já fui pro kaiser e consegui um lugarzinho bacana por lá. Ricky e o Peter foram muito contagiantes. Fiquei dividio na hor de qual show ir, mas resolvi dá uma passada no Planet e no Hot. Gostei dos dois, mas o Hot tava muito bagaceira, parecia boate mesmo. Concrdo com você, o Pearl Jam foi o cara da noite e do evento. Não é à toa que mais de vinte anos de carreira não faz a total diferença. Ontem, soube do Line-up do Lolla de Chicago e tem boas bandas por lá, como The Cure, NIN, The Killers, etc. Analisando os dois últimos line-ups dos eventos de Chicago, ano que vem apostaria em Red Hot, Vampire Weekend, NIN, Justice, Jack White e, talvez, em YYY e Strokes. Sonhar não custa nada, mas vai que dá certo…

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