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15 anos sem Renato Russo

Sexta-feira, 11 de outubro de 1996. 8h30 e cheguei à Rádio Cultura FM, na época eu era gerente de programação da emissora. Ia fazer excepcionalmente a locução entre 9h e 12h, já que a titular do horário ficou fortemente gripada. Estava no ar o programa Música e Informação e o telefone do estúdio tocou. Um amigo, jornalista da CBN e também locutor da nossa rádio, queria falar comigo: “Tá sabendo dos boatos que o Renato Russo morreu?”. Não, não sabia de nada. Naqueles tempos, Internet ainda era algo incipiente no Brasil.

Deixei nossa equipe de jornalismo de prontidão para buscar mais informações. E liguei para colegas na imprensa. Nada ainda. Até que, por volta das 9h45,  um amigo que trabalhava na TV Globo confirmou: “Vamos entrar com flash ao vivo agora. O Renato morreu de complicações decorrentes da Aids, no apartamento dele, no Rio”. A morte tinha ocorrido no início da madrugada, vejam só. A notícia oficial só foi dada mais de oito horas depois.

Atônito, tive que imediatamente separar o “fã” do “comunicador”. Terminava uma música e eu abri o microfone para dar a notícia aos ouvintes da Cultura FM, segurando as lágrimas. Ainda sem muitos detalhes e quase que simultaneamente à TV. Emendei com uma música que naquele momento acabara de ser lançada, mas que me pareceu bastante significativa: Dezesseis, a que conta a história que o “aluno João Roberto não está mais entre nós”. Fiz um bloco inteiro de canções da Legião Urbana, pinçando de discos diferentes.

Depois, a rádio dedicou seus noticiários e programação a mais e mais informações sobre o ocorrido. Com a participação de convidados, depoimentos, etc. Lembro que, na época, exibíamos, aos sábados, uma série de programas sobre a história do rock de Brasília, produzido e apresentado pelo jornalista Carlos Eduardo Rollo.  A edição do dia seguinte teve que ser urgentemente reformulada e se tornou um incrível documento.

Ontem, 11 de outubro de 2011, fez 15 anos da morte deste grande ídolo da música brasileira. Parece que foi ontem. Fica a homenagem do Cult 22. Um videoclipe não-oficial, mas representativo…

4 comentários sobre “15 anos sem Renato Russo

  1. Renato foi meu psicólogo. Eu sempre encontrava as respostas para as minhas dúvidas em suas canções. Na época eu era adolescente, e como todo adolescente, cheia de complicações e indecisões. No dia que ele morreu eu fiquei sabendo dessa forma: Eu havia acabado de chegar da escola, quando abrir a porta minha mãe me falou de sua morte. Eu me tranquei no quarto e comecei a chorar, e ouvi durante o dia inteiro as suas canções. Naquele momento eu me senti órfã.

  2. Aquele 11 de outubro foi um dos dias mais tristes da minha vida. Lembro que só fiquei sabendo da notícia quando cheguei à rádio com o segundo programa pronto para ser gravado. Sinceramente, não sei como conseguimos fazer a reformulação do programa… Estávamos todos muito emocionados.

  3. Realmente parece que foi ontem, lembro do lançamento da música “A Via Láctea” nas rádios e eu gravando a música na minha fita k7, voltando, voltando e escrevendo a letra no caderno. Vários comentários sobre a letra muito triste (“Vem de repente um anjo triste perto de mim”) e o álbum viria no mesmo tom de despedida! “A Tempestade” é o disco que mais amo da minha coleção. 15 Anos COM Renato!

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