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SuperHodgson

Foi como uma partida de futebol: dois tempos de 45 minutos, com intervalo de 20 e direito a uma pequena prorrogação de 10 ou 15. Assim, o inglês Roger Hodgson, acompanhado por uma banda de jovens, mas competentes músicos, conquistou o público brasiliense na noite de quinta-feira (4/9), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Tocando para, sei lá, pouco mais de duas mil pessoas (não sou bom para fazer cálculos deste tipo), o cara entrou em campo com (ironia!) 45 minutos de atraso em relação ao horário inicialmente previsto (21h). A torcida estava completamente a favor e, nem por isso, ele pisou na bola. Pelo contrário. Um amigo sentado ao lado chegou a desconfiar que fosse playback de tão cristalina era a voz do ex-líder do Supertramp. Aos 58 anos, Hodgson continua cantando como nos velhos discos dos anos 70 e início dos 80.

Tanto quanto o talento, demonstrou muita simpatia. Após a abertura com a clássica “Take a long way home”, ele pegou o papel e, com muito esforço, leu um texto em português dizendo estar muito feliz de voltar ao Brasil, 10 anos depois da primeira apresentação solo, agora para lançar o primeiro DVD. Fez os elogios de praxe ao país e empunhou o violão para tocar “Give a little bit”.

E assim foi. Revezando-se entre teclado, violão, piano e discursos em português e inglês, Hodgson foi desfiando sucessos como “Hide in your shell”, “Crime of the century”, “Rudy”… Para encerrar o “primeiro tempo”, “Breakfast in America”, que arrancou aplausos de pé do público, em sua imensa maioria formado pelos acima de 40 anos. A turma sub-30 até marcou presença, mas dava para contar nos dedos.

Para a segunda etapa, os trabalhos foram abertos com outro clássico, que serviu como ponte da música anterior: “The logical song”. Na sequência, um grande sucesso da carreira solo, “It´s alright”, e outras canções mais obscuras, como a bela “Even in the quietest moments”. Até o final grandiloqüente, com a dobradinha “Dreamer” e “It´s Rainning Again”, ambas acompanhadas de pé pela platéia, que pediu bis. Hodgson e banda voltaram, então, para mais duas: “School” e a repetição de “Give a little bit”, que, nas palavras dele, sempre o deixa muito feliz.

A se lamentar a ausência da épica “Fool´s overture”. E de outras, como “Goodbye stranger” e “Bloody well right”, que ficaram mais famosas na voz do antigo parceiro, Rick Davies, mas que não custava nada ele cantar, né? Mas quem vacilou mesmo foi parte do público que chegou bem depois das 22h, atrapalhando os presentes.

Que a competência e a simpatia do “bom velhinho” sirva de exemplo para algumas bandas novas, que esbanjam arrogância, mas ainda engatinham no quesito relevância.

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