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Melhores de 2010 no blog do Club Silêncio + Um burrito com a Isobel Campbell

O Daniel Spot, baixista do Club Silêncio, convidou dez amigos para escalarem seus dez discos preferidos de 2010. Seis das listas já estão no site www.clubsilencio.com.br – e as outras serão publicadas até 31 de dezembro.

Participam na enquete o próprio Spot e mais Lauro Montana (DJ e figura única), Gustavo Bill (guitarrista, DJ e produtor, responsável pelo Macaco Malvado), Mari Vass (DJ e fotógrafa), Marcius Fabiani (baterista do Club Silêncio e fotógrafo), Adriano Brasil (baixista da banda Watson), Luis Fernando (guitarrista e vocalista do Club Silêncio), Gas (produtor/DJ da Toranja), Pedro Brandt (produtor/apresentador do programa Senhor F, da Cultura FM, e repórter do Correio Braziliense) e eu.

Se me permitem um momento ego, não foi meu ano mais ativo musicalmente falando. Minha grande prioridade se chama Luiz Carlos e completou e 1 ano e três meses há poucos dias. Não ouvi com afinco tudo que deveria, mas deu tempo de fisgar os discos dos meus preferidos e buscar coisas novas. Minha lista ficou assim:

1 – Isobel Campbell + Mark Lanegan – “Hawk”
2 – Arcade Fire – “The suburbs”
3 – Teenage Fanclub – “Shadows”
4 – Best Coast – “Crazy for you”
5 – Belle and Sebastian – “Write about love”
6 – Stornoway – “Beachcomber’s Windowsill”
7 – Laetitia Sadier – “The trip”
8 – Avi Buffalo – “Avi Buffalo”
9 – Tired Pony – “The place we ran from”
10 – Darwin Deez – “Darwin Deez”

Outros bons discos que merecem citação: Wavves – “King of the beach” // The Drums – “The Drums” // Beach House – “Teen dream // Band of Horses – “Infinite arms” // Dum Dum Girls – “I will be” // Cloud Control – “Bliss release” // eels – “Tomorrow morning” // Tame Impala – “Innerspeaker” // LCD Soundsystem – “This is happening” // Deerhunter – “Halcyon digest”

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Aproveito o voto de número um para Isobel e Lanegan para compensar a ausência do post sobre o show dos dois que assisti em Toronto, no dia 20 outubro. Enrolei, enrolei e acabei não escrevendo nada na época.

O show foi no Lee’s Palace, tradicional casa no ponto mais cool da Bloor Street, em Toronto. O Lee’s Palace é o local do show da fictícia banda The Clash at Demonhead e da briga entre Scott Pilgrim e Todd Ingram no filme Scott Pilgrim Contra o Mundo. Por motivos de saudade explícita de Toronto, esse virou meu filme favorito do ano.

Até dar o horário do show, fiquei andando pelas redondezas. Pouco antes de entrar, fui tomar um refrigerante no Big Fat Burrito, lanchonete encravada no meio da fachada do Lee’s. Peguei um Sprite na geladeira e rumei para a fila do caixa. Umas duas ou três pessoas na minha frente. Enquanto o caixa me dizia o preço, o cara da chapa gritou um “Veggie Burrito é pra quem?”. Eu, com dinheiro na mão, quase deixei cair as moedas: “é para mim”, falou meio baixinho uma moça do meu lado. Já tinha ouvido aquela voz um milhão de vezes na vida e, claro, sabia a quem pertencia. É, a Isobel estava ali do meu lado e tinha ficado alguns minutos na minha frente na fila do burrito.

Fiquei sem reação, com o olhão arregalado. Não tive as manhas de ir lá e pedir para tirar uma foto com ela. Me senti um adolescente tímido. Tímido eu sou, mas talvez nunca tenha sido adolescente.

O show, obviamente, foi inesquecível. Fiquei muito perto do (pouco iluminado) palco, do lado da Isobel. Tinha um bêbado (eles estão em todos os lugares) gritando o tempo inteiro que a Isobel era linda (em fotos, sinceramente, ela fica melhor) e pedindo música do Belle and Sebastian.

O repertório é todo dos discos que Isobel e Lanegan gravaram juntos (“Ballad of the Broken Seas”, de 2006; “Sunday at Devil Dirt”, de 2008; e “Hawk”, de 2010). A acústica do Lee’s Palace me fez perceber ao vivo o que todos suspeitam: a voz de Lanegan é única, no sentido soturno. Em pé, ali, ele era quase que como uma estátua daquele cara do Screaming Trees, mas segurando o microfone preso ao pedestal, mexendo a boca e piscando os olhos para ler as letras na estante de partituras. Se algum som saísse de uma garganta de bronze, a voz seria a dele.

Quase esqueci de mencionar, embora não devesse: o show de abertura ficou a cargo do cantor americano Willy Mason. Depois, ele voltou à ribalta e cantou “No Place to Fall”, do Townes Van Zandt, e “Cool Water” ao lado de Isobel.

Como vocês notam, as imagens do show estão longe dos meus melhores cliques. Justifico que estava sem equipamento de verdade (usei só o celular e uma camerazinha point-and-shoot antiga) e a iluminação era fraquíssima.

Abaixo, vídeo do ponto alto do show (“You won’t let me down again”), feito com meu telefone:

Agora, o vídeo original da música:



Não foi só por isso, só que, após o burrito e o show na primeira fila, “Hawk” pularia para o primeiro lugar da minha lista. Fácil, fácil.

» Leia também a lista de 100 melhores músicas de 2010, na opinião de Ivan Bicudo

Um comentário sobre “Melhores de 2010 no blog do Club Silêncio + Um burrito com a Isobel Campbell

  1. A photo ficou ótima!!
    Ah se eu ficasse numa fila do hot dog pertinho da GaGa… inté parece que eu num ia falar com a divônica!!!…
    Cara, na real, num gostei de álbum nenhum; só escolhi uma musiquinha aqui, outra ali e mesmo assim “pescado” do blog da Júlia Petit – porque ali é indie até o osso e eu gosto das canções!!!!!

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