Blog voltar
|

Metal anos 1980

Nosso colaborador e colega da Rádio Cultura FM, Lelo Nirvana, é um cara fiel às origens. Ele ficou amigo do inglês Steve Grimmet (ex-Grim Reaper) durante sua passagem por Brasília, em 2009, no Festival Marreco´s Fest. Tanto que foi convidado pelo próprio cantor para acompanhar seu show em São Paulo, sábado passado (13/11), ao lado da banda Raven.

Lelo foi lá, claro! E nos mandou suas impressões…


Texto: Lelo Nirvana
Fotos: Paulo “Pauleira” Candeira

A cidade é São Paulo, o dia é 13 e dois monstros sagrados dividem o mesmo palco em nome do metal. Era a noite mais esperada pelos eternos headbangers dos anos 1980. A velha indumentária continua intacta, mesmo com o passar dos anos. Os antigos “pets” de bandas continuam costurados nas apertadas calças e nos amarelados coletes jeans e seguem padronizados nas roupas desses roqueiros. Não faltaram referências a ícones desta saudosa época: Exciter, Anvil, Saxon, Def Leppard, e claro, os donos da festa, Grim Reaper e Raven.

Os shows começaram cedo. O Carioca Club, bela casa de espetáculos, já estava com as portas abertas às 18h. O primeiro a adentrar o palco foi o inconfundível Steve Grimmett, iniciando um set de clássicos do Grim Reaper. Abriu com Rock you to hell, do álbum homônimo. Interessante como ele segue com o mesmo vocal potente dos velhos tempos. Em 2009, a galera de Brasília já tinha conferido no Marreco’s Fest e os paulistas, no Inferno Club. Seguiram mais duas do mesmo álbum, Night of the vampire e Lust for freedom. Na seqüência, para delírio dos fãs mais hardcore – nos quais eu me incluo -, quatro músicas matadoras dos dois primeiros discos: Wrath, Liar, Fear no evil e Never coming back. Mais uma do álbum Rock you to hell - Rock me till I die - seguidas novamente de quatro antigas: All hell let it loose, Now or never, Lay it on the line e Matter of time.

Pequeno intervalo. Na volta, uma falha na introdução de Final scream deu a dica de qual seria a próxima música, para mais uma série de moshes ou stage divings, que praticamente ocorreram durante todo o show. Pra fechar, a esta altura da noite com o pescoço muito dolorido, fui obrigado a continuar “batendo cabeça” em See you in hell. Steve Grimmett é um dos vocalistas mais competentes desse período, além de ser o cara mais gente boa do mundo, sempre atendendo a todos os fãs com muita simpatia e dedicação.

Depois de conferir, mais uma vez, esta lenda da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM), descem para o palco os três cavalheiros do apocalipse para por abaixo o Carioca Club. Pela primeira vez no Brasil, o Raven detonou os bangers de vez. O set trazia maiores referências aos três primeiros petardos da banda – Rock until you drop, Wiped out e All for one. Pra começar Take control, com o vocalista John Gallagher incrivelmente esgoelando os mesmos agudos de outrora. Emendaram mais três: Live at inferno, All for one e Breaking you down, esta do novo álbum Walk through fire. Na seqüência, uma das mais esperadas da noite, Rock until you drop, com a galera cantando junto. Mark Gallagher emendou um solo vibrante de guitarra, com muita energia.

O time retorna completo pro palco e mandam um medley, Speed of the reflex/ Run silent, Run deep/Mind over metal, para depois lançar outra bem legal do novo álbum e seguir com Faster than the speed of light. A próxima, On and on, merecia um capítulo a parte, pois faz parte de um álbum muito criticado nos anos 1980, o Stay hard. Muita gente torceu o nariz à época, não sei se foi pela sonoridade que ficou mais comercial ou por ser o primeiro clipe da banda. Por isso, eu não esperava a empatia que a música provocou nos fãs em forma de catarse.

A primeira parte do show fechou com Don’t need your money. Para o bis, John Gallagher apresentou ao público seu velho “companheiro de guerra”, o baixo Explorer vermelho, e mandou um solo absurdo mostrando que toca muito. Depois, a grande surpresa da noite: os irmãos Gallagher (nenhum parentesco com os do Oasis) chamaram Steve Grimmett para entoar o cover de Born to be wild, música gravada pelo Raven com a participação de Udo Dirkschneider (Accept) em um single – mais tarde a faixa foi acrescentada como bônus no álbum All for one. Seguiram com Break the chain e as incidentais Symptom of the universe (Black Sabbath) e Roadhouse blues (The Doors).

Faltando poucos minutos para as 23h, tocaram Crash, bang wallop. E algo inusitado aconteceu: antes do término da música tentaram fechar as cortinas do palco. Achei aquilo estranho, mas depois entendi. O Carioca Club é uma casa de samba e pagode com abertura às 23h. Por isso, os shows de heavy metal que passam por lá têm que começar cedo e acabar antes deste horário.

O metal reinou num templo do pagode!

Set lists

Steve Grimmett
1. Rock you to hell
2. Night of the vampire
3. Lust from freedom
4. Wrath
5. Liar
6. Fear no evil
7. Never coming back
8. Rock me til’ I die
9. All hell let it loose
10. Now or never
11. Lay it on the line
12. Matter of time
Bis
13. Final scream
14. See you in hell

Raven
1. Take control
2. Live at inferno
3. All for one
4. Breaking you down
5. Rock until you drop
6. Speed of the reflex/Run silent run deep/Mind over metal
7. Long day’s journey
8. Faster than the speed of light
9. On and on
10. Don’t need your money
Bis
11. Born to be wild (com Steve Grimmett)
12. Break the chain/ Symptom of the universe/Roadhouse blues
13. Crash bang wallop

Um comentário sobre “Metal anos 1980

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>