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Entre baladas e ferroadas


Ótimo! Diria até surpreendente para mim que não sou propriamente um fã da banda – confesso inclusive que tinha certo preconceito contra os caras. Sei lá porquê, talvez pelo excesso de baladas de sucesso. Pois a 1h40 de show do Scorpions, que teve início às 22h38 de ontem (22/9), num lotado Ginásio Nilson Nelson (10, 12 mil pessoas?), foi uma experiência mais que agradável. Os “velhinhos” estão em plena forma, muito melhores que outros rockstars mais novos que passaram pelo mesmo espaço nos últimos meses.

Klaus Meine (foto) continua com voz poderosa, além de esbanjar carisma e simpatia. E os fiéis companheiros Rudolph Schencker e Matthias Jabs ainda esmerilham as guitarras como garotos. Quem dera todos pudessem chegar aos 60 anos (ou quase) com aquela energia! Isso sem contar com o malucaço baterista James Kottak, bêbado, hilário… e exagerado! Tudo em nome da diversão!

O cara, por sinal, teve a manha de protagonizar um dos momentos mais bacanas do show com seu solo Kottak Attack. Enquanto batia nos bumbos e pedais, imagens projetadas nos (sensacionais) telões mostravam cenas dele em ambientes e situações que reproduziam capas de discos clássicos da banda, como Fly to the Rainbow, Lovedrive, Blackout, Love at First Sting, Crazy World e o mais recente, Sting in the Tail (cuja música-título abriu o show), entre outros. Mais do que isso, ele tocava ao vivo trechos de canções destes álbuns como se fossem vinhetas mixadas. Coisa de arrepiar qualquer fã! Mas Kottak exagerou na dose ao, em seguida, ficar expondo demoradamente mensagens em camisetas como “You kick ass” ou “Rock & roll forever” (aliás nas costas dele está tatuada a mesma frase). Se a intenção foi ganhar tempo para os companheiros recuperarem o fôlego no camarim, tudo bem. Mesmo assim…

Outro momento chato foi a quantidade de baladas enfileiradas no set list.  Podiam ter sido melhor divididas. Primeiro foi a nova The Best is Yet to Come (muito bem recebida pelo público) seguida por mais três, Send me an angel, Holiday e a inevitável Wind of Change – reconheço a importância histórica desta música, seu conteúdo político falando das mudanças na Alemanha, a queda do Muro de Berlin, etc. Mas sempre a achei bem chatinha, que me perdoem! Porém é um épico do Scorpions que não poderia faltar, claro!

Passado este período semi acústico, em que toda a banda chegou a se juntar na frente do palco, os caras voltaram à fúria com velhos “cavalos de batalha” como Tease Me Please Me, Dynamite, Blackout (no palco, Schencker se transformou no personagem da capa deste disco) e Big City Nights. No telão, o nome de Brasília aparecia entre luzes vermelhas de neon em imagem que remetia mais a Las Vegas. Pequena pausa e a volta pro bis com mais “clássicos”: a baladaça Still Loving You (definitivamente me senti de volta ao Rock in Rio 1!) e o petardo Rock You Like a Hurricane. Catarse geral!

0h20, fim do show e a impressão de ter presenciado algo realmente histórico. Quarta-feira à noite, ginásio lotado, Brasília dando mais uma prova de que o rock não morreu por aqui, pelo contrário. Sobre os boatos do Kiss… Bem, aguardemos.

Segue o set list, com apenas uma mudança em relação aos shows paulistas: a inclusão da balada Send me an angel.
1. Sting in the Tail
2. Make it Real
3. Bad Boys Running Wild
4. The Zoo
5. Coast to Coast
6. Loving You Sunday Morning
7. The Best is Yet to Come
8. Send me an angel
9. Holiday
10. Wind of Change
11. Tease Me Please Me
12. Dynamite
Solo de bateria de James Kottak (Kottak Attack)
13. Blackout
Solo de Matthias Jabs
14. Big City Nights
Bis
15. Still Loving You
16. Rock You Like a Hurricane

26 comentários sobre “Entre baladas e ferroadas

  1. O show foi muito bom, porém acho que teve alguns problemas.
    1º – Acho poderiam ter escolhido uma banda melhor para abertura do show.
    2º – Acharam um desculpa esfarrapada para atrasarem o show que foram os tais canhões de luz. Pq não instalaram o conhoes em outro lugar.
    3º – A acústica do Nilson Nelson não é boa. Os caras do som tem um problema sério de audição e não conseguem perceber que o som das guitarras estava mais auto que a voz. Mais o problema de audição do das equipes de som de BSB é bem antigo, lembro do show do New Order que tb teve o mesmo problema, o vocalista passou boa parte do show pedindo para melhorarem o seu audio e os caras faziam de conta de nem viam ou ouviam…
    4º – Os caras foram bem profissionais e procuram sempre agradar e conquistar o público. E como foi dito pelo Marcos Pinheiro, ” Os “velhinhos” estão em plena forma, muito melhores que outros rockstars mais novos que passaram pelo mesmo espaço nos últimos meses.”

  2. Muito bom o show, os caras sabem animar a galera.
    Porém, o som estava muito embolado, acústica do ginásio é uma tremenda bosta… Outro detalhe: Cerveja a R$ 5,00., água R$ 4,00. Absurdo, uma sacanagem !!

  3. Fiquei impressionado também como brasilia tem reagido bem a (qualquer) show que vem por aqui. Como vocÊ, nao sou exatamente um fã da banda. Mas adorei todo o clima ontem, vi muita gente velha (como eu), muita gente empolgada e cantando o show inteiro. A banda super carismática e simpática.

    Cara, nota 10 pra Brasilia por ter lotado o ginasio numa quarta a noite.

    Achei antipatico apenas o babaquinha antes do show dizendo que o show nao ia começar enquanto a galera nao saisse de perto dos canhoes. Achei ele grosseiro e, afinal, o publico la em cima nao tem nada com isso – eles que tivessem isolado a area em volta dos canhoes antes do show.

    Mas isso foi detalhe. O show foi bom demais.

    Ah, um amigo me disse que o Kiss estaria sondando para dar show aqui, mas precisaria de garantia que pelo menso 20 mil pessoas fossem ao show. Com o Mané Garrincha fechado, acho que nao existe opção pra isso por aqui, ne? So se fosse no estacionamento externo, sei lá…

    Abração!

  4. Felipe, depois de botar 12 mil pessoas (informação do dite clicabrasília) em uma quarta-feira, 28 mil no show do Iron ele ainda tem dúvida de que Brasília não leve 20 mil a um show do Kiss?

    A opção seria o autódromo Nelson Piquet ou o estacionamento do Nilson Nelson. Este receberá o show da banda pop Black Eyed Peas com previsão de público para 15 a 20 mil.

    Brasília está arrebentando!
    Levando ótimos públicos aos shows, superando em númeor os públicos de capitais mais tradicionais nesses eventos como Rio, Curitiba e POA, fora a energia e educação da galera.

    Ouvi vários comentários de pessoas de outros estados que estavam na quilométrica fila da arquibancada dizendo que se fosse em outras localidades o público já teria forçado a entrada e criado tumulto com a demora na abertura dos portões.

    Palmas e mais palmas para a cidade.

  5. pois é galera, muito bom o show nunca pensei que fosse ser diferente pois sou fã da banda desde meus idos 14 anos, hj um quase senhor que beira os 39 continuo a admirar os sábios que sabem envelhecer como o bom vinho…concordo com todos sobre os problemas aqui relatados, marcos essas bandas já que passaram por qui como heaven and hell, , joey linn turner,saxon, deeep purple, iron maiden, a-ha etc os caras tem fãs fiés por isso : qualidade musical e carisma acima do normal, agora que brasilia precisa urgente de um bom local pra shows isso não é novidade, público tem de sobra, agora perder grandes shows como Kiss, Rush, ac/dc erc..por falta de iniciativa pra resolver o problema é dose.

  6. Falar que Wind Of Change é chatinha é uma opinião bem pessoal, porque essa música é quase que unanimidade, agrada “gregos e troianos”.
    A sonoridade estava ruim, péssima nas bases (riffs) de guitarra, uma prova disso é a BlackOut que ficou uma barulheira só!!!
    Com certeza algum problema no ajuste daquele som.
    Já fui em locais muito mais simples (Lions Club Tag. Sul por exemplo) , escutando show do Deicide (brutal Death Metal) e conseguia ouvir as bases os solos de guitarra perfeitamente.
    O som (ou acústica) do ginásio Nilson Nelson não estavam à altura do repertório e qualidade do Scorpions.
    Foi bom , mas podia ter sido infinitamente melhor!

  7. Marcos, além do KISS, o que pode pintar mais esse ano e no próximo em BSB ?
    Roger Waters ? Bad Religion ? Arcade Fire ? e o Paul ?
    Abração!
    ps: showzao, assim como o do Peter Frampton.
    Tb fiquei de cara com o público enorme mas ninguém da jeito na acústica do Ginásio.

  8. Renault, só pra corrigir e não inflar os números: o Iron trouxe 23 mil pessoas (e nao 28). É coisa pra caralho, de toda forma. Só ficamos atrás de São Paulo, que é outro patamar de competição.

    O autódromo seria o bicho pro Kiss, hein?

  9. Acredito que o show deva ter sido muito bom pras quem estava na frente das caixas de som, na pista. Como não era exatamente fã, contentei-me com a arquibancada e, após mais de 1h na fila, só a arquibancada lateral estava disponível. Acreditem, só ouvi ecos. Sequer conseguia entender qualquer coisa dita ao microfone, desde o “organizador” reclamando do canhão ao vocalista da banda. A situação era tão ruim que, ao início do show, as pessoas se espremeram no meio pra tentar ouvir alguma coisa. Achei uma falta de respeito tremenda com, talvez, 1/3 das pessoas que ficaram nas arquibancadas laterais. Depois do último crédito a esses organizadores brasilienses, decidi que não irei mais a shows no Nilson Nelson. Ir a um show para não ouvir a música não faz o menor sentido… melhor um Anathema num galpão sem estrutura, no escuro, com uma águia de asa quebrada ao fundo que qualquer show no Nilson Nelson.

  10. Quero deixar uma sugestão ao Marcos Pinheiro, quando vc for fazer resenha sobre algum show de alguma banda que não é de sua preferência musical, faça um favor a todos a limitar-se a falar apenas sobre o show, pois falar que Wind Of Chance é uma música “chatinha” é demais sinceramente! Algumas opiniões são totalmente desnecessárias.

  11. Jorgito, acho que tenho o direito de expressar no blog meus pontos de vista. Como escreveu o César Ribeiro, trata-se apenas de uma “opinião pessoal”, não é uma verdade absoluta, por favor. Não estou ofendendo ninguém ao dizer que não gosto de determinada música. Veja pelo lado positivo: mesmo não sendo fã, gostei muito do Scorpions. Para mim está entre os melhores shows internacionais do ano em Brasília, sem dúvida.

    Quanto à acústica do ginásio, já ficou provado que quem assiste de arquibancada sempre sai prejudicado. O som tem que ser projetado também para o alto e reverbera no teto, fica embolado. Na pista costuma dar menos problemas – e quando o público se concentra apenas lá embaixo, sem arquibancada, a equalização em geral sai melhor. Embora no New Order, há quatro anos, não tenha ficado tão bom principalmente para quem assistiu mais atrás. Enfim, não é o lugar ideal para shows! Mas é o que tem, né?

    Sobre outros shows internacionais, existem estes boatos sobre o Kiss e até o Paul McCartney, mas nada mais que isso, por enquanto. Além de shows menores como os de Marky Ramone e Jello Biafra. Certo é o que a gente já vem divulgando pelo blog e agenda: Green Day (17/10) e The Cranberries (19/10), ambos no ginásio, Black Eyed Peas (22/10, no estacionamento do Mané Garrincha)e Creedence Clearwater Revisited (21/11), no Centro de Convenções.

  12. Scorpions e sinonimo de baladas no meio hard/heavy. Os caras sao referencia nesse quesito, quer gostem ou nao. Se fizessem um show so de baladas, ainda sim seria compreensivel. Show do Scorpions sem umas 4 ou 5 baladas nao e show do Scorpions, apesar de preferir os rock and roll mesmo.
    Alias, salvo engano, foram justamente as baladas que levantaram mais o publico. Por isso, nao creio que a sequencia de baladas tenha esfriado o show.

  13. Jorgito,

    Qual o sentido de o cara fazer uma resenha e não colocar a opinião dele? Se fosse um relatório formal e meramente descritivo, não seria resenha – e seria chato demais de ler.

    Democracia não é só aprender a falar o que a gente quer, é aprender ouvir o que a gente não quer.

    E, como o próprio autor escreveu, ele gostou do show. Não basta isso? Tem que tietar, é?

  14. Uma pena mesmo foi eu não ter ido! :(

    Que bom que os shows aqui estão com a reputação cada vez melhor. Sobre o Nilson Nelson eu nem posso falar porque a única vez que era pra ver um show lá foi na época do show do Megadeth, que acabou sendo do lado de fora no anel externo porque o Ginásio estava interditado.

    O que eu acho que está faltando mesmo é o esforço pra trazer algumas grandes bandas de rock/metal que chegam a vir no país mas não passam por Brasília; Dream Theater, Kamelot e algumas outras teriam condições de vir mas talvez por falta de interesse dos produtores e medo de pouco público só vão em SP. Mas acho que vamos chegar lá e no futuro Brasília vira rota obrigatória dessas turnês no Brasil também! :)

    E sobre um bom local, ter de esperar o tal Estádio Nacional de Brasília ficar pronto pra Copa é problemático. O negócio é arrumar uma estrutura melhor lá no Nilson Nelson mesmo. O show do Megadeth por exemplo ficou com o som excelente lá do lado de fora.

    E se não for pedir muito, tomara que os Ecorpiões venham de novo pra depois se aposentarem de vez, perder eles tocando ‘Dynamite’ num show é um pecado mortal e eu cometi! X(

    Abraço ao pessoal do Cult 22 pelo ótimo trabalho e a galera rockeira de Brasília!! \m/

  15. Caramba, acabei de ler na agenda do site que vai ter show do echo and the bunnymen,em outubro, em SP e RJ

    SERÁ QUE NÃO TEM NENHUMA PRODUTORA DE BRASILIA QUE SE HABILITA A TRAZE-LOS PARA CÁ NÃO?????
    TENHO CERTEZA QUE IRIA SER EXCELENTE, E PÚBLICO TERIA SIM “!!!

  16. Sou mais um da turma de quem não é tão fã da banda mas curtiu bastante o show. Os caras deram uma aula de como fazer um grande show de rock: excelente produção visual, performance acima da média e uma energia impressionante para a idade dos músicos, realmente deixaram muitos jovens no chinelo.

    É claro que eu também achei muito legal ver 12.000 pessoas em um show na quarta-feira à noite, mas, com um público grande desse, aconteceu aquela coisa desagradável de ver alguns playboyzinhos e patricinhas que não conheciam a maioria das músicas e só devem ter ouvido Still Loving You e Wind Of Change (em defesa do colega Marcos Pinheiro, também acho essa música meio fraquinha). Foi meio bizarro ver muita gente parada quando os caras detonaram tudo com Blackout e Dynamite, e tinha gente que não cantava nem mesmo Rock You Like a Hurricane. É o preço que se paga em um show de uma banda que se expôs demais na mídia com baladas e acaba atraindo quem não tem nada a ver com o rock.

  17. Caro Alexandre Soares, tem show do ECHO em BH vou pagar 54,00 no ingresso 45,00 + 9,00 (serviço) consegui uma promoção da hora na webjet.
    Saiu mais barato ir pra BH ver os caras do que sairia aqui em BSB. A nego acha que a gente caga dinheiro…
    É foda vei!!!
    4 lascas uma água mineral, 5 lascas uma cerveja, é um abuso.
    Isso sem contar a enorme falta de respeito que os produtores tem o público de BSB em relação aos horários.
    Paga-se caro por um ingresso pra um bosta daqueles ficar pagando sapo e fazendo ameaças dizendo que o show só começa se a galera liberar os canhões de luz. Daí tivemos que esperar mais de uma hora além da horário previsto.

  18. Estive no Nilson Nelson na última quarta-feira e curtir muito o show do Scorpions,apesar das baladas!
    Só sentir falta das explosões (Pirotécnia),como as que tiveram no show do Guns.
    Mas agora, estou empolgado mesmo é com o possível show do Kiss aqui em Brasília. Pra mim particularmente seria a realização de um sonho,pois fui presidente de um fã-clube da banda aqui na cidade que durou entre 94 à 2002 e ainda gosto muito do som do Kiss!
    O autódromo Nelson Piquet estaria perfeito para este espetáculo!
    Marcos Pinheiro fale mais detalhadamente sobre esta negociação nos próximos posts!
    Já tive a oportunidade de ver os caras ao vivo duas vezes,em 94 no primeiro Monsters of Rock e em 99 na turnê da volta da formação original com Ace e Peter.
    Não vejo a hora deste show se confirmar!!!

  19. Scorpions foi muito melhor que Guns. Os caras mandaram muito bem e demonstraram carisma, empolgaram os reais fãs que não foram lá só pra ver Wind of Change e Still Loving You. Scorpions é muito mais que baladinhas. Só quem conhece a fundo os discos dos caras sabe disso.
    Kottak como sempre malucão. Achei massa que desta vez ele foi personagem das capas dos discos. Vídeo muito bacana aquele.
    Pena que o Nilson Nelson não é um bom local para shows, e sorte que fui de Premium e curti todos os momentos. Valeu cada centavo pago. Set list excelente!
    Para mim, os melhores shows que rolaram em Brasília foram Iron e Scorpions. O resto é resto…
    Que venha o Kiss!

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