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Um manifesto pelo rock de Brasília

Nós sonhamos sempre que Brasília tenha cada vez mais estrutura para shows com grandes atrações internacionais, né? Isso é o desejo da galera em geral que ama o rock, como nós, claro!  Só que existem pessoas que vão além e entendem que, mais do que o mero showbusiness e os investimentos eventuais, é preciso um trabalho de formação de público em torno do rock and roll. Que a garotada comece a ouvir a boa música desde as escolas e tenha outras opções muito além daquilo que a grande mídia nos impõe goela abaixo.

Nossa cidade, já batizada outrora de “capital do rock”, tem parcela significativa neste contexto. Mostrar para mais e mais pessoas a história do movimento em Brasília, seu significado e representatividade em âmbito nacional e, principalmente, revelar de forma mais contundente o que tem sido produzido nos últimos anos, é uma missão importante da consolidação de um conceito. Afinal, mesmo também produzindo vários outros estilos musicais, o que ainda predominam nas garagens e estúdios do DF são novas (e muitas) bandas de rock.

A partir dessa premissa, vários músicos, produtores, jornalistas, zineiros e outros formadores de opinião se reuniram para lançar um manifesto chamado simplesmente “Brasília, Capital do Rock”. É apenas o pontapé inicial de um grande projeto que ganhará as esferas políticas do Governo do Distrito Federal e da Câmara Legislativa do DF em 2012. E que envolverá ações diversas nas áreas de cultura, educação, turismo, formação e capacitação de profissionais, entre outras iniciativas.

Quem quiser participar – quantos mais assinaturas houver, mais força o movimento terá, obviamente -, eis o link para o abaixo assinado:  http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/9185.

Segue abaixo a íntegra do texto-manifesto…

MANIFESTO “BRASÍLIA, CAPITAL DO ROCK”

Não há mais mentiras nem verdades aqui
Só há música urbana.”
(Renato Russo)

O rock de Brasília precisa se reinventar. Não na forma de seus arranjos e, sim, no relacionamento como música urbana, que emerge da cidade sem esquinas diretamente para o consciente público. O rock que fervilhou deixando marcas em duas décadas – 1980 e 1990 –, e nos deu o título de “Capital do Rock”, continua vivo, mas sem a consideração e o apoio que lhe é devido.

A cidade que foi colocada no mapa cultural do país ao exportar bandas de sucesso como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Raimundos, vem assistindo, na última década, a marginalização da sua mais celebrada vocação musical. Ao contrário de outras capitais, como o Rio, berço do samba; Salvador, com o axé; e Recife, do frevo, Brasília não investiu na manutenção do patrimônio cultural que a tornou referência em todo o país. Com as mudanças no mercado musical, apesar de ainda ser um celeiro de talentos do rock e de organizar vários festivais de grande e médio porte, a cidade não exporta mais sua música e não surpreende mais o Brasil.

Brasília precisa ver o rock com outros olhos. Afinal, marginalizar o estilo é negar a nossa maior vocação para a música e o símbolo cultural mais forte produzido pela cidade em seus 51 anos de vida. Por isso, não queremos esforços pontuais. Queremos uma política estruturante. Ações coordenadas que permitam com que toda a cadeia produtiva do rock seja fortalecida, gerando benefícios culturais, sociais e econômicos para a cidade.

É nesse contexto que nós – músicos, produtores, jornalistas, coletivos de cultura, agitadores culturais e profissionais independentes – ligados a toda a cadeia produtiva em torno do rock de Brasília, nos reunimos em um movimento que pretende reestruturar a cena no Distrito Federal e Entorno. Sabemos que para isso, além de nos organizarmos, precisamos contar com a parceria dos cidadãos brasilienses e do poder público. E desde já contamos com isso! Vamos defender o rock como um patrimônio nosso! Vamos fazer do nosso rock ferramenta de inclusão social e fortalecimento econômico! Vamos fazer com que nossa principal vertente musical volte a ser motivo de orgulho para Brasília e para o Brasil.

                                                            Movimento Brasília Capital do Rock

“Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus.”
(Philippe Seabra e André X)

18 comentários sobre “Um manifesto pelo rock de Brasília

  1. Pois é, depois de anos fomentando bandas de amiguinhos ou que só agradam a meia dúzia de jornalistazinhos, e desprezando outras com mais alcance pop, parece que o pessoal aprendeu da pior maneira possível que elogio de jornalista, principalmente de uns zés-ninguém de Correio Braziliense ou de indie-sindicalistas, não move cena nem cria público.

    Será que ainda tem jeito? Acho difícil, mas torço que sim.

    Mas, enquanto os cabeças brilhantes do rock local continuarem acreditando que o público de rock na cidade está nas faculdades de comunicação, a parada vai continuar ladeira a baixo. Sem dúvida.

  2. O Rock de/em Brasília está morto e sepultado. Quem matou? Essas bandazinhas indies de merda com suas letras de merda e seus integrantes de merda e esse publicozinho de merda e esses pseudojornalistazinhos de merda…

  3. é muito triste ver as pessoas colocando rótulos em faculdades, jornais, grupos..
    mal percebem eles que isso é a própria semente da segregação…

    o rock de brasília só tem futuro quando as pessoas deixarem de rotular quem está do próprio lado tentando alcançar os mesmos feitos.. e simplesmente se unirem pra uma abordagem mais colaborativa da coisa.

    afinal, o osso nunca esteve na mão de ninguem pra sempre, e nunca existiu pra estar.

  4. O rock de Brasília morreu há muito tempo. A Brasília de hoje é muito diferente da Brasília anos 80 e início dos anos 90. A cidade cresceu, a economia se desenvolveu, e a migração aumentou absurdamente… Já no início dos anos 90, essa cidade passou a ser predominada pelo axé. E agora, a partir da metade da década passada, estamos vivendo a febre do sertanejo.

    Infelizmente, nós, apreciadores do bom rock (e mesmo incluindo os apreciadores do péssimo ‘rock’), somos minoria atualmente.

  5. Realmente, não dá pra rotular, mas… 1. tenho q dar o braço a torcer, infelizmente, essas bandas pseudo-intelectuais, indie, ou sei lá o que, ajudam em muito a afundar a cena rock and roll. O pior é ver uma meia dúzia de gente querendo empurrar desesperadamente guela abaixo na galera. Bem, não quero que acabe com essa bandas, mas não as chamem de ROCK AND ROLL ou queiram mistura-las no cenário ROCK. Isso já ajudará muito!!!!!! Estou sendo radical? Não. JÁ QUE FALAM DA HISTÓRIA DO ROCK DE BRASÍLIA, vamos a um exemplo HISTÓRICO, peguemos a época de ouro de rock daqui que pra mim foi de 80 a meados de 90, época em que pouco se enfiava goela abaixo do pessoal. Quais bandas tínhamos? ABORTO ELÉTRICO, DETRITO FEDERAL, PLEBE RUDE, RAIMUNDOS, CABELO DURO, RESTLESS, DUNGEON. E ainda querem chamar essas pseudo bandas de rock? Sabem qual a diferença entre as antigas e as atuais que empurram na galera (além da qualidade)? ATITUDE! ATITUDE ROCK AND ROLL! 2. Vamos colocar bandas boas e que toquem rock de verdade nos festivais. ALGUNS FALAM Q NÃO EXISTE PANELINHA! TENHO MINHAS DÚVIDAS. MAIS EXEMPLOS: PESSOAL, FALEM SÉRIO, QUANTAS BANDAS DE BSB PROJETADAS PELO PORÃO DE ROCK QUE CONSEGUIRAM FAZER SUCESSO? BEM, NESSES ANOS TODOS, NÃO LEMBRO DE NENHUMA!!! ESSES FESTIVAIS são UM SHOW DE BANDAS RUINS. O pessoal tenta tenta empurrar, mas não tem jeito, agradam só uma meia dúzia de pessoas que devem ter algum grau de relacionamento ou parentesco. 3. PRA ACABAR, O QUE O COLEGA DISSE SOBRE O ROCK TA NAS FACULDADE DE COMUNICAÇÃO TEM MUITO SENTIDO. Infelizmente esse é um fenômeno mundial, o rock em muitos lugares virou cool (como brasília), virou teen, virou um monte de coisa, menos rock. E o que aconteceu? ESTILOS MUSICAS COMO RAP, ISSO MESMO RAP, preencheram essa lacuna por apresentarem muuuuuuito mais atitude e tomaram conta do vácuo que o rock deixou. Antes o rock estava em todas as partes, principalmente onde ele deveria estar, em lugares com gente com atitude. Só que aí… bem, todos já sabem. Ele mudou e foi parar em revistas teens, em lugares onde estão os pseudo intelectuais, na mídia (especializada ou não) que o desvirtou e por aí… PORTANTO, se querem promover esse MANIFESTO, parem de dar um tiro no próprio pé e valorizem o ROCK DE VERDADE. Se gostam dessas bandas aí q não queerem dizer nada, blz, mas não as misture, seja em show, sites ou qualquer outro meio vinculado ao rock. Isso é uma vergonha.

  6. Acompanho o rock feito na cidade desde a segunda metade da década de 80. Não faço e nunca fiz parte de nenhuma turma; nunca gostei de grupo, gueto, “panelinha”, etc. Já vi muita coisa boa em tempos passados. Já ví muita coisa de qualidade “duvidável” também. Na minha opinião, o que é feito na cidade, de uns tempos pra cá, é algo bisonho e deprimente. É lamentável a qualidade dessas bandas. Bandas contendo integrantes com cara de espantalho e com o ego que faria inveja a narciso; letras insonsas e repletas de nada! O que vejo hoje nessas bandas é uma mistura de emo-indie-pueril e amorfo. É a valorização da idiotice-imbecilidade. É claro e não poderia ser diferente, tudo isso com a ajuda e o apoio moral de meia dúzia de pessoas que pensam (e é até divertido observar isso) serem os formadores de opinião sobre o rock produzido na cidade. Com exceção de duas ou três bandas, o rock aqui morreu! Estou velho? Talvez sim. Mais aida sei distinguir o que faz bem daquilo que faz mal. Não acho correto dizer aqui quem matou o rock da cidade. Muita gente sabe que foi. Digo mais, esse processo de extinção parece caminhar no ritmo da velocidade da luz. O rock de verdade produzido na cidade está guardado a sete chaves na lembrança de um desconhecido grupo de pessoas que presenciaram aquilo. A cidade já não é mais o que foi outrora. Pedir ajuda do Poder Público p/ salvá-lo? Será o golpe de misericórdia…

  7. CONCORDO COM O “SEM SOBRENOME”. E VOU FAZER UM COMENTÁRIO DO TEXTO ACIMA!
    “É apenas o pontapé inicial de um grande projeto que ganhará as esferas políticas do Governo do Distrito Federal e da Câmara Legislativa do DF em 2012. E que envolverá ações diversas nas áreas de cultura, educação, turismo, formação e capacitação de profissionais, entre outras iniciativas”
    Meu Deus pessoal, quando é que, no passado, o rock and roll precisou da esfera política para poder chegar público???????
    Antigamente não se tinha estúdio direito, tudo era caro, vivíamos numa decadência econômica e mesmo assim COM MUITA DIFICULDADE pipocavam boas bandas e músicas isso tudo CONTRA O PODER PÚBLICO, na década de 80 e SEM O PODER PÚBLICO NA DÉCADA DE 90. Tudo era feito na raça mesmo. Aliás, SE UMA BANDA DE ATITUDE SURGISSE HJ, ELA COM CERTEZA ATACARIA OS ATUAIS GOVERNOS QUE HJ ACABAM COM NOSSA CIDADE, TAL COMO ABORTO ELÉTRICO, PLEBE RUDE E DETRITO FEDERAL, . E AÍ, QUAL MOVIMENTO “CUSTEADO” PELO GOVERNO, PROTESTARÁ CONTRA O PRÓPRIO? AFFFFF E hj em dia COM TODAS AS FACILIDADES ainda pedem ajuda ao poder público?? TSC TSC TSC
    “Formação e capacitação de profissionais”. Pra que? Quem vai capacitá-los? A mesma galera que ajudou a afundar o rock? O mesmo pessoal que COM TODAS AS FACILIDADES ainda fazem esses shows desgorganizados?
    Outra “Que a garotada comece a ouvir a boa música desde as escolas e tenha outras opções muito além daquilo que a grande mídia nos impõe goela abaixo”. Acredito que a boa música tenha que vir da cidade de Brasília, uma vez que o projeto é daqui para o pessoal daqui. Tá, mas quem tá fazendo rock de verdade e de qualidade aqui? Impor goela abaixo não só a grande mídia faz, mas A MÍDIA ESPECIALIZADA daqui tb tenta empurrar, em vão.
    Posso até estar sendo chato, não quero ficar comparando épocas, mas contra fatos não há argumentos. O próprio texto da matéria já disse que o negócio tá feio. Os festivais não divulgam ninguém que presta, pois as bandas jamais alcançaram um sucesso mesmo entre o público rock and roll. As bandas antigas tem e tinham muito mais atitude, isso até a garotada de hj em dia sabe. Os shows antigamente, mesmo diante das dificuldades, salvo as devidas proporçoes, tinham muito mais qualidade que os de hj que tem tudo e ainda fazem besteira.O rock encolheu em lugares onde era forte, perdendo espaço.
    Olha, o texto aí acima tem muito mais incoerências, mas to com preguiça, depois escrevo mais.

  8. Dá até preguiça de escrever para debater com análises tão “profundas” e “atuais”. mas vamos lá: Brasília tem muita banda de qualidade hoje, com atitude e letras boas. 10 zero 4, Etno e Darshan são algumas delas. Mas parece que a galera que escreveu só conhece os indies e genralizam quando comentam. Existem bandas ruins como existiam na década de 80 e 90 mas existem diversos grupos bons. Fica difícil acreditar que vcs esteja comparecendo aos shows de rock e não conheçam os novos artistas de Brasília.

    2. Nenhum festival tem a capacidade de lançar um artista, nem o Porão do Rock. Isso não existia antigamente e não existe hoje. Antigamente quem lançava eram as gravadores. Elas injetavam dinheiro, promoviam e apostavam em bandas. Hoje, o cenário musical já não permite isso. É mais democrático até certo ponto, mas é mais difícil exportar o rock daqui porque não existe mídia aqui, nem dinheiro. É muito difícil surgir uma banda de rock nos moldes de sucesso de antigamente não só no Brasil, mas no mundo. E não sou eu quem digo, são pessoas que estudam e conhecem o mercado. Então é muito injusto cobrar das bandas da cidade algo que, salvo exceções, não acontece no mundo. Me diz que banda de rock nova, no planeta, tem o status de mega, super, ultra stars atualmente?

    3. O rock sempre foi e sempre será marginalizado, mas, nós que gostamos de rock resolvemos melhorar um pouco essa situação. Vamos tentar, pelo menos. Em nenhum momento pensamos em ser sustentados por governo algum, mas, por acreditarmos na qualidade dos artistas daqui, queremos aproveitar que Brasília é conhecida, ainda, como Capital do Rock, para buscar parcerias (públicas e privadas) no sentido de impulsionarmos ações que fortaleçam essa cena musical. Nesse caso, mais espços públicos para shows e eventos de grande porte são algumas das iniciativas. Mas nada vai acontecer se as próprias bandas não fizerem a cena. NADA! Por isso, pela primeira vez ao longo de anos, estamos (bandas) nos organizando para fazer a cena do rock voltar a crescer e ser referência no país. Em Goiânia esse passos foram seguidos e geraram frutos.

    4. O festival do Cult 22 será um bom local para vcs conhecerem algumas das bandas daqui…

    abraços

  9. Olha André, acho legal a sua vontade de promover algo melhor para a cena e acredito que você deva estar envolvido nesse projeto. A crítica que escrevi é para reflexão. Vc pode ignorá-la ou refletir sobre ela. Agora, verdade seja dita, o seu posicionamento não tem dado muito certo, talvez em outra época, mas como vc pode ver, o cenário tá ruim mesmo, tanto é que vcs estão querendo correr atrás. E se está ruim é porque, sobretudo, existe muita música ruim e gente (crítica e produtores locais) enaltecendo coisas ruins pra galera. Não estamos falando só só de bandas indies. Essas q vc citou, eu já conheço, e não vou falar delas pra não expor a galera, o que não é minha intenção. E elas não são indies! Quanto ao Porão ou demais shows, faço uma ressalva, como vocês querem que o pessoal compareça só com bandas ruins? O Porão lota pq muita gente que vai ali, vai no oba-oba ou até mesmo pra pegação, nem sabem o que tá tocando. Só fala que é rockeiro naquele dia e ponto. Quando disse do sucesso, foi pra mostrar um dado preocupante, todo ano dezenas de bandas tocam no Porão e nenhuma emplaca? Lembrando que muitas delas não são indie. Sério, não é de se estranhar? Com isso o pessoal realmente desanima, não tem como. Tb discordo de vc quando disse que o rock é marginalizado. Cara, foi-se a época viu. Que nem disse, esse espaço foi ocupado por outros gêneros como o Rap que, que nem eu disse, tem muito mais atitude. Se você passou dos 30 anos, volte naqueles lugares aki em Brasília onde o rock marcava presença e vá agora. Como vc disse o rock é e sempre deverá ser marginalizado, é essa sua força. Quando o pessoal tira isso, acontece o que tá acontecendo. Se você se ofendeu, me desculpe. Agora, se você quiser fazer algo pela cena, aprenda com os erros e acertos. Investir em fórmulas usadas nos últimos 15, 20 anos não vai dar certo. Sei que vc nao concordou muito comigo, vc ta no seu direito, mas tudo q eu disse acontece. E nunca fique com “preguiça” de debater sobre algo, qdo vc não ouve, vc não aprende, quando não se aprende, não tem como melhorar. Exemplo: a situação do rock em Brasília.

  10. BNegão, Black Allien e Gog, por exemplo, são infinitamente mais “rockeiros” do que todas as bandas da atualidade em Brasília! É vergonhoso e deprimente o que se faz e toca por aqui! Sem preconceito e sem querer julgar as aparências (já julgando) mas o visual, as caras, o jeito dos integrantes dessas “bandas” é idêntico aos de um espantalho mimado que foi criado tomando tody, iogurte, e coisas do gênero. Os caras são de uma atitude e bravura que fazem inveja a um coice de um grilo! Não tem jeito. O rock é p/ muito poucos. Somente pode ser usado por quem tem ATITUDE! é SINÔNIMO DE REVOLTA, INDIGNAÇÃO, PROTESTO, LUTA! Quais das “bandas” atuais tem um desses requisitos? Estão a milhares de quilômetros distantes de qualquer um desses requisitos. Para começar, tentem se inspirar, por exemplo, no marcelo nova, lobão, saudoso redson, mau, bosco, marcão, ariel, e afins. sabe quem é o herdeiro do rock na cidade? O Rap!

  11. Deve ser vergonhoso e decepcionante para o jander, philippe, RR, loro jones, bosco, podrão e afins que nos 80 fizeram o que fizeram cada qual deixando seu legado para hoje terem que “conviver” com o “talento musical” produzido de uns tempo pra cá nessa cidade amorfa, alienada e sem graça.

  12. Muito complicada essa história de o poder público escolher um gênero musical para ser o “legítimo” representante da cidade. O que será que os roqueiros de Recife pensam de tudo ser voltado para o frevo? O que pensarão os músicos clássicos de Brasília (que são muitos) se toda a política oficial for voltada para o rock? Não existe gênero representante de cidade e o estado tem (é sustentado para isso pelo povo) de fomentar tudo.
    Corporativismo não é manifesto cultural, é manifesto pelo controle do poder das verbas culturais.

  13. Tb acho problemática essa história de ir atrás de governo com o pires na mão. A história é sempre essa de “nós só queremos dinheiro público pra capacitar profissionais, formar público e aquecer a cadeia produtiva da música”. Mas o que se tem visto por aí é o MinC despejar o dinheiro e nenhuma dessas ações ter o efeito planejado – enquanto que os cabeças do movimento acabam é saindo da sua cidade de origem e indo morar em SP, tudo ainda devidamente custeado pelo contribuinte.

    E quem não lembra dos organizadores do Porão que foram pra cadeia, uns anos atrás, por corrupção no MinC? Não tem jeito, entrou dinheiro público no meio, vai ter encrenca mais cedo ou mais tarde.

    Por outro lado, críticas como essas que o pessoal está fazendo aqui, que o rock não é mais revolucionário o suficiente, não é mais PSTU o suficiente, tb não levam a nada. Duvido que se aparecesse uma versão moderna da Plebe Rude – playboys do Lago Norte pagando de punks – esses mesmos críticos os levariam a sério como legítimos representantes do rock candango.

    O que eu gostaria de ver seriam artistas de 2011, capazes de olhar pra Brasília de 2011 e traduzi-la em música de 2011. A última coisa que me interessa hoje é bandinha com discurso pseudo-Marxista fazendo de conta que o muro de Berlim não caiu. Mudou tudo, aqui e no resto do mundo. Hoje o Brasil empresta dinheiro pro FMI e é acusado de imperialista pela Bolívia. Os artistas precisam fazer um esforço pra entenderem esse mundo novo e criarem a trilha sonora pra ele. Pagar pau pro passado não vai dar nenhum subsídio pra saber como fazer esse trabalho. Entrar pra folha de pagamento do MinC também não.

  14. Os jovens brasileiros não gostam mais de rock porque o rock brasileiro sempre foi meio MPB, mais dependente da sofisticação literária e da relevância ideológica do que suas contrapartes anglófonas, sempre foi prioritariamente produzido e consumido pela classe média de escola particular, e este grupo perdeu o protagonismo histórico que possuía, político, cultural e econômico (foi espremido entre a ascensão massiva das ágrafas classes C e D, cuja experiência musical fundamental é a celebração coletiva da vida melhor, pululante e ao vivo, e a decolagem de uma superclasse de super-ricos acríticos cuja expressão cultural se dá por meio do consumo e do exibicionismo, e que vai tomar champanhe nos espaços VIPs dos megafestivais como quem vai a Aspen ou Nova York), donde o que se chama hoje de rock brasileiro pouco varia entre as ruínas emo-tatuadas do esquemão jabá-gravadora-Faustão e os indies dependentes, seja de patrocínio estatal, do circuito publicitário-Sesc ou de um cooperativismo anarco-grilo, e nem uns nem outros se conectam espiritualmente com nossa juventude, porque os jovens que tradicionalmente se apaixonariam pelo ideal platônico do Rock – provocação 360 graus – vomitam o rock de hoje, porque teen precocemente senil, banguela e broxa, e fogem para onde está a ação, seja em movimentos como o Occupy, no rap mal- encarado e no funk boca-suja, correndo atrás do dindin ou simplesmente boquejando infinitamente nas redes sociais; bandas boas sempre existiram e existem, as exceções comprovam a regra; o rock brasileiro não é contra nem a favor de nada, e por isso não é.

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