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R.I.P. Redson (Cólera)

Cheguei em casa há pouco, abri o Facebook e recebi a má notícia: morreu no início da madrugada de hoje (28/9) Edson Lopes Pozzi, o Redson, vocalista da veterana banda punk paulista Cólera. Não foram informados maiores detalhes, mas pessoas próximas ao músico falam em parada cárdio-respiratória.

“É o fim de uma era da música brasileira, das minhas influências musicais, de atitude, de underground, da porra toda. Com a morte do Redson e o fim do Cólera, fica tudo pra trás. Fui pra Europa por causa desse cara, ele começou tudo pra todo mundo no Brasil. Cada banda de punk/HC que foi pra Europa, foi porque esse cara passou meses escrevendo cartas, mandando fax, esperando, marcando. Redson foi a maior influência em tudo que eu fiz até hoje na música”, lamentou o músico e produtor carioca Leonardo Panço.

Em 1979, Redson e seu irmão, Pierre, montaram o Cólera. Dois anos depois, Val Pinheiro assumiu o baixo e Redson foi para a guitarra e voz. Nesta época, a banda adotou uma postura pacifista, antimilitarista e ecológica. Foram 32 anos de história e alguns álbuns seminais do punk nacional, como Tente Mudar o Amanhã (1984), Pela Paz em Todo Mundo (1986), Caos Mental Geral (1998) e Deixe a Terra em Paz (2004).

Redson iria participar do show dos conterrâneos (e contemporâneos) Inocentes aqui em Brasília no Festival Mundano, dia 15 de outubro, no Arena Futebol Clube. Triste.

Cólera na Finlândia (2008)

Cólera no festival O Começo do Fim do Mundo (1982)

19 comentários sobre “R.I.P. Redson (Cólera)

  1. A morte do Redson não cala o movimento punk, talvez enfraqueça a linha de frente…o ultimo show deles aqui em Brasilia o qual tive orgulho de estar ao lado do ARD, Maltrapilhos e Alarme na produção se torna agora mais inesquecível.. lembro me do Redson falando de como ele gostava de tocar em Brasilia… Descanse em Paz

  2. Tristeza pelo falecimento, ontem (27.09.2011), de Redson (49 anos), guitarrista e vocalista do Cólera, um dos maiores incentivadores e representantes do punk rock nacional. Conhecia o Redson desde quando o punk começou a surgir em SP, na época (1979-80) morava na Zona Norte e acompanhava os primeiros ensaios do pessoal da Lixomania – Mirão, Adauto e Tikinho… Anos atrás, encontrei e conversei umas duas vezes com Redson, gente finíssima!, que estava ensaiando com o Cólera no Studio AD Road; eu estava com meu amigo Joab Dantas, que tb. faleceu este ano, e minha banda, os Gooks… Mais uma perda inestimável de um “irmão de som” de toda uma geração.

  3. Faz bem mais de 20 anos que me apaixonei pelo Cólera, graças a uma amizade eterna com o queridíssimo Pi R que se mantém até hoje! Lamento a partida do Redson. Marcos, teu texto é muito verdadeiro. O Cólera tem um imenso e inestimável valor.

  4. O ADEUS DA ÁGUIA FILHOTE

    “Às vezes tenho medo, às vezes sinto minhas mãos presas pelo ar…”

    Hoje não é um simples dia, hoje é um dia amargamente triste para todos aqueles que tiveram o prazer de conhecer o Edson Lopes Pozzi, seja por suas poesias, suas canções ou simplesmente por conhecê-lo.Conheci o Edson ainda nos anos 80, para ser mais preciso em 1987, graças ao álbum lançado um ano antes “PELA PAZ EM TODO MUNDO”. O conheci pelo nome em que a maioria das pessoas o conheceu e que o chamam (E eu ainda o chamo assim) REDSON.

    Em 1987 eu conhecia o REDSON músico, punk, agitador cultural, mas nunca tinha o visto pessoalmente, só podendo ver uma apresentação da banda Cólera em 1989, após 10 anos de exílio eu voltava para Barueri e vi que existiam mais pessoas que eram punks como eu era.

    Nos anos 90 tive o grande prazer de conhecer o Redson pessoalmente. O cara incrível que estava sempre de bom humor, sempre com mensagens positivas e com uma criatividade incrível, me lembro de que eu costumava dizer que ele era o Coelho Branco da Alice, com a cabeça a mim por hora e parindo ideias como se fosse um coelho de verdade.

    Com o passar dos anos, a amizade ficou mais forte e graças ao Marcos Vicente, a aproximação foi mais contínua e cada vez mais eu fui aprendendo. Quem foi seu professor? Como você faz tudo? Simples, meu professor cultural foi o Redson. Ele quem me mostrou que se eu gosto de um tipo de musica e não tem ninguém para tocar, eu poderia tocá-la. Não sei tocar um instrumento, eu posso aprender sozinho. Não tenho quem lance minhas obras, eu descubro o caminho e lanço por mim mesmo. A total essência do Do It Yourself estava em Redson Pozzi.

    Costumo dizer que toda banda punk tem um pouco de Cólera em seu DNA, afinal, qual banda é a maior expressão do punk nacional?

    Num dos períodos mais tristes de minha vida, ele me disse: “Quando eu digo que Forte e grande é você, serve para você também nesse momento. Tudo vai dar certo”. Me lembro que eu sempre o saudava dizendo: “A-há, Redson daquela banda lá… Como é o nome? Ira!? Raiva? Nervosismo? Ah não, é Cólera mesmo”. Redson sempre foi uma escola.

    Hoje em dia é tudo mais fácil, mas se voltarmos 30 anos no tempo, vemos que o primeiro álbum de bandas punks tinha Redson na organização, tinha Redson na participação. Vemos o primeiro festival punk do Brasil e mais uma vez tínhamos Redson na organização, Cólera participando. E a primeira banda a excursionar fora do país, fechar diversas datas e se aventurar por uma Europa em plenos anos 80? Redson e sua banda Cólera, lá estava ele, sempre acompanhado de seu irmão Pierre, um dos maiores baruerienses que conheci e com orgulho o chamo de conterrâneo.

    Hoje se fala muito em ecologia, paz, direitos humanos, sustentabilidade. Assuntos do momento, mas voltando no tempo, vemos o Redson já falar sobre isso, já educar sobre isso ainda nos anos 80.

    Dos momentos mais marcantes em minha vida, posso assegurar que entrevistar o Redson em 2008 para o Vinagre & Fel e produzir um álbum em 2004/2005 que continha a banda Cólera e era beneficente ao Projeto Esperança Animal foram as melhores coisas que consegui produzir em minha carreira.

    Hoje acordo com a triste notícia de que esse meu grande amigo, professor, ídolo, herói, inspirador e tantos adjetivos que passaria o dia escrevendo se foi. É triste e com imenso pesar que digo isso. Acabou uma grande parte da história da musica nacional, um capítulo se encerra e mesmo na minha tristeza e em minhas lágrimas, posso dizer que Redson deixou um grande legado. Quando ninguém sabia como fazer, ele foi lá e fez. Disse não a indústria musical, produziu seus discos, ensinou o Know-How e sempre foi humilde, a ponto de sair de casa de shorts e chinelo para comprar pão na padaria e conversar com todos os vizinhos. Tratar as pessoas como iguais e sempre estar disposto a ouvir qualquer que seja a pessoa.

    Então eu me pergunto, como o próprio Rogério se questionou: “Uma pessoa que não come carne vermelha, não bebe, não fuma e leva uma vida saudável, deveria morrer com 80 anos e não com 49”. Que vida é essa?

    Vá em paz, menino vermelho, águia filhote, pois como você dizia: “Se você quer estar, você já está lá” e nada mais justo para uma pessoa que lutou pela paz, gritou pela paz, pediu para que salvassem e deixassem a terra em paz, tenha o seu merecido descanse em paz.

    Aqui continuamos com seu legado e ainda acreditamos em sua frase “QUERO UM MUNDO MELHOR, SERÁ QUE ISSO GRITO É EM VÃO?” Claro que não é em vão.

    Renato Sirqueira (Jay Rocker) – Banda Agnósia

  5. porra com certza a maior influencia de qualquer banda punk/hc
    daki e da gringa;tive a honra e o privilegio de tocar e dividir o palco
    com ele aqui em curitiba e tmbem em sp.porra irmao esteja onde
    estiver descanse em paz que com crtza suas sementes q foram
    plantadas um dia serao colhidas.

    fofinho vocalista repudiyo

  6. iniciam agora uma nova jornada,um novo momento uma nova oportunidade realmente o grande exemplo foi doado pelos longos anos agradeço pelo que fez,ao movimento punk nacional criamos esse fruto e dele pude tirar grande proveito seu verdadeiro trabalho foi a honestidade com a grande ação continuamos seu trabalho pois o punk rock nunca morre criam seus maiores admiradores,veio das escolas NAI-nos acorrentados no Inferno mais conhecida como Condutores de Cadaver na qual fiz parte e faço ate hoje,nosso baxista teve oportunidade juntos formarem colera,agora senhor pierre,val,continuem seu vasto trabalho e agradeço com emoções ha uns tres meses foi feito um som em porto alegre com o colera conversamos me fez uma homenagem hoje eu retribuo com grande certeza, estara para sempre ate o meu dia: contido em minhas emoções abraço grande redson teu trabalho sempre serão lembrados…abraço a todos anarquistas

  7. lamentável…grande perda, lembro dos tempos em que ainda adolescente em teresina-PI qdo me correspondia com ele e sua irmã trocando zines e material de punk rock , na época tinhamos uma banda de punk precussora na cidade VERMENOISE que tocava e era bastante influenciada pelo Cólera banda mais consciente e ativista do movimento, fica a mensagem que é indestrutível a palavra proferida ecoará e suas sementes germinarão …qdo vou a shows e vejo a nova geração fico feliz e tranquilo…quarta no programa da bandeirantes ” agora é tarde” rolou uma homenagem feita pelo ultraje a rigor na figura do Mingau tb punk de alma tocando cólera emocionado….sentimento triste….ecoando no ar…

  8. à voce que me ensinou a essencia do punk,
    nas suas letras e atitude. colera é a expressão
    daquilo que sentimos e aprendemos isso juntos
    com você. obrigado! levantem-se punk’s!!!

  9. É o fim de uma era! Mas o início de um legado!!! As pessoas boas, vão para o céu. As más…
    As más vão para onde quiser!
    Fica aqui o meu lamento e tristeza.
    Cóóóóóóóóóóóóóóóóóólera!!!

  10. Impressionante como experiencias do passado fazem parte da nossa personalidade até hoje, graças a mensagens iguais a do Colera que nos diferenciamos das pessoas que nos cercam para compreender e julgar a realidade.

    Salve REDSON

  11. Realmete a punkadaria perde um grande ícone protestante, PELA PAZ EM TODO MUNDO, ” somos vivos mas morremos sempre que erramos “, queremos violar suas leis , não nos perturbem com suas leis ” aaahhhhhhhhh aaahhhhhh ADOLESCENTE, nossa quantos hinos em uma nova visão do sistema podre ouvi aos meus 16anos na voz deste .
    descanse em paz, descanse em paz.

  12. Eu convivi com o REDSON por mais de 32 anos, aprendi muito com ele, ele foi responsável por boa parte da minha formação, desde que eu comecei a tocar no Cólera em 1980, até hoje eu sempre o admirei e o respeitei, então em virtude disso que eu, VAL e o PIERRE juntamente com o WENDEL e o ANSELMO, iremos continuar com o CÓLERA, não permitindo que a mensagem do UNDERGROUND no BRASIL, se cale com a partida de nosso grande amigo.
    Ele sempre viverá em cada um de nós que acreditamos que devemos fazer alguma coisa para melhorar o AMANHÃ.

    O CÓLERA NÃO ACABOU!!!!!!!

  13. Grande perda! Lenda! Deixou seu legado, seu grito não foi em vão! Sigam firmes Cólera, representando o verdadeiro e genuíno punk hardcore brasileiro!
    Saudades eternas do menino vermelho, mas a continuidade da banda conforta, regenera e encoraja a todos q acreditam no ideal representado pela Banda!

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