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O dia que minha banda preferida dedicou uma música para mim em um show

[modo sentimental: on]

Já tem um tempo que não escrevo aqui. Juro que essa ausência temporária não foi um ato pensado. Cheguei até a esboçar um ou outro post, separei vídeos para publicar e… sei lá, perdia o timing e deixava quieto. Por favor, agora, permitam-me um longo post em primeira pessoa, sem lide e com nariz de cera, pois não tem jeito: minha banda preferida dedicou uma música para mim ao vivo e tenho que contar isso.

Nunca escondi, aqui no blog ou no Cult 22 pela Cultura FM, que sou super fã de Belle and Sebastian e Teenage Fanclub (sempre repito: Beatles não entram em comparações; estão acima de tudo). Com discos insossos nos últimos oito anos (exceção ao mais recente, “Write about love”), o Belle and Sebastian perdeu a liderança do ranking. Entra, aí, o novo número um e a música dedicada.

O Teenage Fanclub fez um show ontem (11 de maio) na The Week, em São Paulo. Avião atrasou e saí de Brasília pra lá de 19h – o show estava marcado para 22h. Fiquei preocupado, mas deu tempo de chegar ao local da apresentação, numa boa. Demorou para começar. Foi uma ótima oportunidade para conversar sobre música com os amigos das antigas João Luiz e Ciro Marcondes, embaixo de trilha sonora selecionado pelo Lucio Ribeiro. Ciro até contou que começou a gostar do Teenage ainda menino, depois que gravou em uma fita um CD meu (o “Grand Prix”, comprado em edição importada lá na Sounds, da 110 Norte). Contei que pouco me importei quando ouvi o “Catholic education”, ainda em 1990. Mas, um ano depois, pirei com o “Bandwagonesque” e, desde então, dedico semanas e semanas a eles cada vez que sai um novo disco.

O show começou muito bem: “Start again”. Durante a segunda música (“Sometimes I don’t need to believe in anything”, a melhor do disco “Shadows”), levantei o telefone. Em um aplicativo para o iPhone que imita um painelzinho de led (o app é esse aqui), escrevi o nome da tal música preferida.

Apontei primeiro para o Raymond McGinley, que sempre fica à esquerda do palco (no ponto de vista da plateia). Afinal, é ele o autor da música. Olhou, desviou, olhou de novo, focalizou, deu um sorriso e balançou a cabeça positivamente. McGinley e o baixista Gerard Love são extremamente tímidos e só chegam perto do microfone para suas intervenções vocais. Pouca interação.

Depois, mirei o mais expansivo: Norman Blake, que, assumindo a função de RP do TFC, sempre toca no centro no palco. Entre “The past” e “It’s all in my mind”, ele olhou uma vez, duas vezes, focalizou e leu em voz alta: “Your lôôôve is the… Laterrr, laterrr”, com sotacão escocês.

Lá no meio do show, levantei o iPhone de novo. Norman comentou mais uma vez: “it’s coming, it’s coming”.

Quando acabou “Mellow doubt”, Norman tirou a guitarra do ombro, andou até o fundo do palco, pegou um xilofone e voltou apontando para mim. “Sôôômeone was ááásking…”

Levantei o iPhone na hora!

“There, there. Yeah, yeah. Can you show to the óóódience, so they cááán see what’s côôôming next?”

Er… Todos olharam para a minha mão nessa hora. “Your love is the place where I come from” estava escrito. Quase chorei (coisa que, confesso, fiz na primeira vez que a ouvi ao vivo, em Curitiba, no ano de 2004).

Nunca imaginei que ficaria tão emocionado com uma piscadela e um “for you” vindos de um sorridente escocês quarentão. Melhor só se o “you” fosse plural e a mãe do meu filhote estivesse comigo, mas ela não pôde viajar ontem. I just can’t deny what I feel inside.

(atualização, às 11h do dia 13/5/2011)
A Elizabeth Mariya, que também é fã do Teenage Fanclub (e foi convidada VIP deles para o show), leu este texto e publicou no Youtube o vídeo com o momento que o Norman fala comigo e a música inteira. Obrigado, Elizabeth! ;-)

Taí. Foi assim que a minha banda preferida dedicou a minha música favorita para mim em um show.

Voo para Brasília às 6h. No total, cerca de 10h em São Paulo, mas cada segundo valeu muito. Banho em casa, terno, levar o filhote na escola, Esplanada. Agora, sono.

[modo sentimental: off]

» Fotos (perdoem a qualidade, por favor. Deixei a câmera de verdade em casa e levei só a de bolso)


» Teenage Fanclub: mistura perfeita de sujeira e melodia em SP (Texto do iG. Apareço em uma foto de relance, poucos segundos antes de levar uma sapatada no pescoço)

» Vídeo de “Start again”

» Setlist do show

1 “Start Again”
2 “Sometimes I Don’t Need to Believe in Anything”
3 “The Past”
4 “It’s All In My Mind”
5 “Don’t Look Back”
6 “Baby Lee”
7 “About You”
8 “Star Sign”
9 “I Don’t Want Control of You”
10 “I Need Direction”
11 “Mellow Doubt”
12 “Your Love Is The Place Where I Come From”
13 “Ain’t That Enough”
14 “When I Still Have Thee”
15 “Sparky’s Dream”
16 “The Concept”

Bis
17 “Sweet Days Waiting”
18 “My Uptight Life”
19 “Neil Jung”
20 “Discolite”
21 “Everything Flows”

» Outros posts antigos sobre o Teenage Fanclub aqui no Cult 22
Teenage Fanclub: a banda que começou como Helter Skelter e chegou a I want to hold your hand

Vídeo: The concept, Telekinesis

Vídeo: Fight for your right – BMX Bandits

Vídeo: Sparky’s dream – Teenage Fanclub

Fotos do aniversário do Cult 22

Imagens do aniversário do Cult 22, estúdio 2 da Rádio Cultura. Teve bolo e tudo.

Marcos Pinheiro, Bernardo Scartezini, Bruna Senseve, Penny Lane, Alexandre Trovão e Welbert Rabelo

Abelardo Mendes Jr, Marcos, Bernardo, Bruna, Penny Lane, Trovão e Welbert


Marcos, Bernardo, Bruna, Alê dos Santos, Djalma Phú e Abelardo