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Moby agita Brasília, apesar do público

O grande inconveniente em assistir a shows de graça e ao ar livre é ter que conviver com várias pessoas que não estão nem aí pro que rola no palco. Ficam conversando alto ao seu lado como se estivessem num bar de música ao vivo. E circulam pra lá e pra cá na sua frente sem qualquer respeito. Não tem como não ficar irritado. Foi assim que me senti na apresentação do Moby realizada no início da madrugada de domingo (18/4), na arena montada ao lado do Museu da República. Para aquele público, em sua grande maioria formado por playboys e patricinhas arrumados para uma boate da moda, o que valiam apenas eram as batidas aceleradas dos BPMs. Bastava algum momento mais “tuntistun” para as mãos se levantarem e os corpos sacudirem.

Mas felizmente Richard Melville Hall, 44 anos, é bem mais do que isso. Ao contrário: o DJ, produtor e vocalista norte-americano fez show com 1h30 de duração e atitude “rock and roll”. Está certo que Moby tem voz pequena para um grande público. E, como guitarrista, é apenas esforçado. Sua música, porém, passeia com desenvoltura entre o rock, a eletrônica e a black music, com lirismo e pitadas depressivas, ancorado por uma banda afiada onde se destaca a cantora negra Inyang Bassey. À exceção do baterista, aliás, todos os demais integrantes também são mulheres, com baixo, teclado e… violino!

No set com 20 músicas, Moby selecionou faixas de sete dos 10 discos de estúdio. Embora esteja na turnê mundial de Wait for me, lançado em 2009, tocou apenas três ou quatro músicas dele, incluindo a abertura, exatamente à meia-noite (conforme o anunciado pela produção) com A seated night. O álbum mais “explorado” no show brasiliense foi o premiado Play!, de 1999, de onde escolheu seis – entre elas as belas Why does my heart feel so bad e Porcelain (dedicada ao aniversário de Brasília), que rendeu momento emocionante fora do palco: suspensas por um guindaste, três moças vestidas de branco, como ninfas, faziam acrobacias e jogavam purpurinas para a plateia, calculada em quase 30 mil pessoas ao longo da noite – não sei se tinha tanto na hora do show mesmo.

Demonstrando que queria agradar ao público eletrônico, mas sempre mantendo um pé no rock, Moby ainda mandou versões bacanas paraWalk on the wild side (Lou Reed) e, no bis, Whole lotta love (Led Zeppelin), cantada pela tecladista Kelli Scarr com o astro da noite “pagando” de Jimmy Page.

Faltaram, na minha opinião, alguns momentos como Lift me up, Beautiful, All that I need is to be loved, Live for tomorrow, a bela versão que gravou de Temptation (New Order) ou a recente Shot in the back of the head.  Mas valeu, apesar da recepção fria dos muitos que esperavam apenas a “vibe” de uma rave. Azar deles!

Set list
A Seated Night
Extreme Ways
In My Heart
Mistake
Flower
Bodyrock
Go
Why Does My Heart Feel So Bad?
Pale Horses
Porcelain
We Are All Made Of Stars
Walk on the Wild Side
(Lou Reed)
Natural Blues
Raining Again
Disco Lies
The Stars
Bis
In This World
Honey
Whole Lotta Love
(Led Zeppelin)
Feeling So Real

Confira trechos de alguns vídeos gravados pela equipe de produção…

MOBY – Celebrar Brasília 2010 – (by TMTA) 1 from TMTA on Vimeo.

MOBY – Celebrar Brasília 2010 (by TMTA) from TMTA on Vimeo.

17 comentários sobre “Moby agita Brasília, apesar do público

  1. gostei muito do show e concordo, em parte, com o que foi dito a respeito do público. porém a maioria das pessoas que estavam na frente do palco estavam adorando e isso criou um ótimo clima na frente. show excelente, banda ótima, estrutura de som muito boa! gostei do moby como guitarrista e praticamente de todo o set-list do show. só no final que achei meio “bate-cabelo”. :)

  2. Outra coisa ruim foi a tal área VIP. Quem ficou fora dela estava a uns 500m de distância do palco…e o pior…junto com um povo que nem sabia quem era Moby. Por isto este show tinha que ter sido pago!! Somente ia quem gosta e não aquele povo que não tinha o que fazer no sábado…

  3. Po, Marcos, eu só queria saber onde a produção anunciou que o show do Moby começaria à meia-noite. No mais, concordo em tudo. Muito chato ter que conviver com a playboyzada, mas o show valeu muito. Não foi um “DJ” tocando no museu, como muita gente interpretou.

  4. Concordo plenamente com você, Marcos.
    Me lembro do show do Ira! na Concha acustica, onde eu via várias pessoas conversando de costas para o palco, além de outras que não paravam de passar de um lado pro outro empurrando com falta de educação mesmo.

  5. Marcos, também gostei muito do show. o traço marcante do Moby é a versatilidade e isso ficou evidente na apresentação e no set list. quem acompanha a carreira dele saiu de lá bastante satisfeito, como é meu caso…acho que faltaram algumas músicas como Lift me up e Southside, que gosto muito! mesmo assim, valeu muito!

    sobre o público, concordo plenamente, embora próximo ao palco (onde fiquei), tinha gente cantando junto e vibrando a cada nova música. tinha até os ets com as plaquinhas do clipe de in this world. mas deu pra ver que muita gente foi realmente esperando a “‘vibe’ de uma rave”, como você mesmo disse. tanto é que o momento mais animado para o público foi quando rolou raining again, disco lies e the stars. quando ele pediu que todos cantassem walk on the wild side, por exemplo,o público ficou paradão, com cara de tacho. infelizmente, acho que só uns gatos pingados conheciam Lou Reed.

  6. ah, uma coisa ruim que achei! para quem ficou fora da área reservada, não tinha telão…não sei como o pessoal conseguiu ver o show… :/

  7. Concordo que faltou “lift me up”, esperava muito por ela.
    Porém, cada música cantada por Inyang Bassey, me arrepiava até o último fio de cabelo.
    O show foi simplesmente, maravilhoso!!!

  8. Curioso.. no set list que tenho que peguei de um dos musicos da banda, natural Blues vem antes de walk on the wild side..

    nao consta do set list nem In This World nem Whole Lotta Love .. mas à caneta está: JAM escrito.. ou seja.. fica parecendo que mudaram de ultima hora ou fizeram mesmo algo nao planejado.

  9. “Whole Lotta Love” eles tocaram com certeza no bis. Também vi dois set lists, com “Natural Bues” antes e depois de “Walk on the wild side”. Fica a dúvida. “In this world” foi a primeira do bis pelas minhas contas.

  10. gente, eles tocaram ‘in this world’ em homenagem ao público que levou os cartazes dos ets do videoclipe da música (ao menos foi o que o próprio moby falou), ou seja, não devia estar no set list, mas cantou a pedidos. tanto é que a banda não acompanhou, foi só piano e voz.

  11. VIAJEI 15 HS PARA ESSE SHOW E ACHEI 10…
    CHEGUEI FALTANDO 3 MINUTS PARA O SHOW CONSEGUI A VIP NA HORA RS, E CONSEGUI COSTURAR O POVO PELOS CANTOS ATE CHEGAR NA FRENTE NA MORAL, NEM REPAREI NO POVO DO FUNDAO, MAS DEVE SER PELO FATO DA VIBE E ONDA DO POVO RS, MAS QUEM FICOU NA FRENTE PARA VER O MOBY E A BANDA AGITAMOS SIM…SHOW FORA DE SERIO O CARA COMANDA MESMO…QUEM FOI SABE COMO FOI FODA ESSE SHOW…
    DE QUEBRA CONHECI BRASILIA MUITO 10 E FUI BEM RECEBIDO, THX BRASILIA, VALEW AS 15 HS DE IDA E 15 HS DE VOLTA PARA ESSE SHOW…

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