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Com a ajuda da galera

Fotos: Cristiano Porfírio (Na Rota do Rock.com)

Foi uma pena. O show do A-Ha, realizado ontem à noite (16/3), em Brasília, tinha tudo para ser perfeito: o público, estimado em quatro mil pessoas – e formado por uma turma em sua maioria com mais de 30 anos, alguns acompanhados até por filhos ou sobrinhos -, permitia uma circulação tranquila pela pista e cadeiras do Ginásio Nilson Nelson, sem confusões (apesar da saída um pouco complicada); a apresentação começou às 22h10, apenas 10 minutos de atraso; o som estava muito bom, com simples, mas belas projeções de imagem no telão; o repertório, como antecipamos, era recheado de hits dos anos 1980, mas também privilegiava músicas novas ou de discos posteriores à “fase áurea”; e a banda esbanjava simpatia, sem grandes excessos.

E o que é melhor: a voz de Morten Harket, aos 50 anos, ecoava cristalina como se fosse aquele jovem norueguês de 25 anos atrás. Porém, o encanto não durou muito.  Antes de Summer moved on, a sexta de um set list com 20 músicas, o vocalista, até então econômico nas palavras, confessou estar com problemas na garganta, pediu desculpas e prometeu “dar o melhor de si” para o show seguir. A partir daí, nada foi o mesmo. Para não forçar muito e não desafinar, passou nitidamente a economizar nos agudos e a cantar um tom abaixo do normal. Aproveitou os sucessos e botou a galera pra cantar em coro, “oferecendo” o microfone ao público e transformando o ginásio por vezes num gigante karaokê.

Claro que as músicas falaram mais alto, executadas com esmero pela banda. A simpatia de todos e a empolgação do falante tecladista Magne Furuholmen – que arriscou várias palavras em português e não cansou de agradecer e elogiar Brasília e o Brasil – abafaram o visível constrangimento de Morten Harket, que chegou a perguntar se queriam que o show continuasse. Os fãs pareciam não se incomodar e continuaram cantando e vibrando. Teve até camiseta amarela da Seleção sendo atirada ao palco – ainda bem que a Noruega não está na Copa!

Após encerrar, com Cry wolf, a primeira parte do show, voltaram para o primeiro bis com uma dobradinha clássica – Hunting high and low e The sun always shines on TV. Saíram novamente e retornaram com a já esperada Take on me, com direito a inserts do videoclipe original no telão. Bacana. Enquanto agradeciam, eram projetadas imagens piegas de fogos de artifício e mensagens do tipo “Brasil para sempre. Obrigado Brasília”, que fecharam a noitada, após 1h40 daquela que foi a última apresentação do A-Ha na capital brasileira – esta turnê está sendo anunciada como a de despedida da carreira de 28 anos do trio, que ainda conta com o discreto guitarrista Paul Waaktaar-Savoy e dois músicos de apoio, na bateria e teclados.

Não sei se por causa dos problemas com Morten Harket, o set foi reduzido em três músicas (ficaram de fora Early morning, You are the one e Train of thought), em relação ao que  publicamos ontem, com poucas alterações na ordem.

Eis o que rolou:

. The bandstand
. Foot of the mountain
. Analogue
. Forever not yours
. Minor earth, Major sky
. Summer moved on
. Move to Memphis
. The blood that moves the body
. Stay on these roads
. The living daylights
. Crying in the rain
. Scoundrel days
. The swing of things
. Manhattan skyline
. I’ve been losing you
. We’re looking for the whales
. Cry wolf
Bis:
. Hunting high and low
. The sun always shines on TV
2º Bis:
. Take on me

32 comentários sobre “Com a ajuda da galera

  1. te contar… com ou sem voz de morten harket, aguentar hora e meia desse tecnopop de antena 1 para, no SEGUNDO bis, os caras levarem take on me com a galera cantando junto…
    tem que ser muito fã de pop oitenta.

  2. Por que será que não incluíram “Dark is the night for all” no setlist? Uma das melhores músicas dos caras.
    Não fui nesse show, mas to cogitando o “Simply Red”, que é o sufflé do brega – hitpower da Antena 1 -, mas que tinha um vocalista afinado pra caramba.
    Ele ainda tem voz?

  3. Gostando ou não de A-ha, tem-se que parabenizar a banda pelos míseros 10 minutos de atraso- tempo considerado ínfimo se compararmos a outros exemplos de desrespeito pelo público brasiliense. Além de “You are the one” e “Early morning”,senti falta de “Touchy”! Sobre o Simply Red, pelo menos no último show (no BMF), achei a voz do Mick Hucknall bem parecida com a que escutava na minha infância, principalmente em “Stars”.

  4. realmente o esforço do morten ficou evidente, mas achei humilde admitir a falha na garganta.

    também senti muita falta de “you are the one” e “early morning”. no mais, achei completinho, inclusive pela pontualidade. juro que vi gente chegando na hora que o show acabou (!!!)

    em suma, foi muito legal, e que não foi perdeu (felipe campbell feelings hahaha)

  5. kkkkkk, caro the beat e ronaldo, o show em si foi muito bom, caso não viveu a época ou tenha bom gosto ( bem que isso seja bastante subjetivo) o show foi bom pra caramba e não vejo bandas novas com estoque suficiente pra 30 min de show imagine 1h 40m, qto ao Simply Red quem foi ao BMF sabe que é um show bom e vocal continua o mesmo de sempre, repertório pra agradar a todos.

  6. Ah, achei exagero essa crítica. Pelo que vi e senti de lá, ninguem se importou com a falta de “graves, medios e agudos”. Todo mundo cantou junto, se divertiu e no fim das contas, a infecção na garganta dele tornou-o apenas mais simpático. Até porque o cara não é exatamente um Bruce Dickinson ou um Freddy Mercurcy – o som do AHA, mais do que uma performance maravilhosa do vocal, é essencialmente sintetizadores e teclados e estes funcionaram muito bem ontem.

    Foi divertido.

    PS: Pense num povo feeeeeeeeeeeeio que tava lá ontem!!!

  7. Passou boa parte do show até que eu reconhecesse alguma música, o que fez com que eu não me sentisse tão velha. Afinal, ir a esse show é dar a maior bandeira. Minha irmã mais nova acho que só conhecia Take on me – e disse que preferia ter ido ao show do Skank. Ela era criança (e não adolescente) no tempo do A-ha. O tempo do A-ha que já foi. Não consegui deixar de pensar o tempo todo no filme Letra e Música, com Hugh Grant fazendo uma sátira engraçadíssima sobre bandas decadentes do anos 80.

    Foi bom, mas prefiro sempre o novo ao velho… esses shows me despertam um pouco de nostalgia, mas não saudades.

  8. Felipe não consegue mandar um comentário sem soltar um grão de idiotice. hehe

    Agora fala aí pra gente… e o Megadeth, novidades?

  9. Marcos Pinheiro, exagero seu começar a resenha com “foi uma pena”. Achei o show muito bom. Claro, faltou tocarem Touchy, e quanto aos problemas de garganta eu nem me importei…
    Foi impossível estar lá e não lembrar da minha inesquecível adolescencia!!! Valeu!!!

  10. Na boa, esperava muito mais. Já tinha visto no youtube em outros show do A-ha problemas técnicos ou algum imprevisto, se ele estava com dor de garganta poderia ter cancelado o show. Fui com uma amiga ao hotel onde estavam, conseguimos tirar foto com todos, menos com Morten que reclamou da gargante de novo, o mínimo q ele podia ter feito é ter sido simpático, afinal a gente pagou quase cem reais pra cantar pra banda. Mas valeu ‘parte’ do show, ótimas projeções e otimos músicos.

  11. Há pessoas aqui que precisam interpretar melhor, quando o Felipe Campbell escreveu: “Pense num povo feeeeeeeeeeeeio que tava lá ontem!!!” ele agiu com ironia, pensando em dizer justamente o contrário. Êta povo difícil de entender as coisas!

  12. Paulo, eu tava lá integrando a legião dos feios. Com orgulho!!! VocÊ achou o povo bonito? Ou é evoluído demais pra comentar esse tipo de bobagem?

    Jarbas, adoro seus comentários simpáticos! Abração pra você e até a VIP do Megadeth!!!

  13. Poxa, Claine, meus parabéns. Acho que você já pode passar num concurso público, se ainda não passou… Muita sapiência! :)

    Agora, que o Felipe sempre manda uma idiotice, é fato! hehe

  14. realmente o som ontem estava razoável, não acho que estava tão como o post, mas vai ver que era a voz do cara mesmo que estava totalmente comprometida.
    O que está matando o Nilson Nelson é a podridão das cadeiras. Aquilo está MUITO fedido. Quem já passou na invasão da estrutural, do lado do lixão, sabe o que eu estou falando. Como pagar pra fazer um show em um local que sequer é limpo.

  15. Que foto tosca é essa ilustrando o post???????

    O show foi bacana. E aquele Nilson Nelson tá uma vergonha, hein?

    Claine minha filha, voce é nova aqui né? Vai se divertir muito com os comentários do Felipe!

  16. Jarbas, obrigado pelos elogios. É sempre bom ler isso vindo de alguém que faz comentários tão profundos.

    O negócio é agitar o blog. Não leve a vida – muito menos comentários sobre qualquer coisa neste renomado espaço – tão a sério. Sinto que há muita raiva nestas agressões gratuitas.

    Abraço.

  17. O Mortem canta assim com uma infecção de garganta, imagina com a voz boa…

    É a visão de uma grande fã, mas acho que nada tirou o brilho do show.
    Dava pra ver o espanto do cara ao ouvir todos cantando todas as músicas.
    E tb acho que se ele estava realmente constrangido pela falta de voz, isso passou do meio para o final do show.

    Enfim, esse sim foi um showzaço, sem precisar de grandes efeitos.

  18. Problemas físicos a parte,foi um bom show.Pelo menos o Morten Harket foi ético e não se escondeu atrás de backing vocals e/ou playbacks ,subterfúgio usual de muitos “cantores”.

  19. fui ao show e gostei, foi simples, sincero e honesto, a primeira vez que ouvi o Aha foi em uma festinha tipo anos 80, tinha 16 anos, depois de quase 20 anos assistir os caras ao vivo foi demais. valeu. até a proxima.

  20. Mas não levo a sério mesmo, uai. É diversão. Agora, se há uma necessidade de se fazer comentários ‘profundos’, aí sim, existe alguma seriedade. hehe

    Mas… e o Megadeth? Alguém sabe de alguma coisa?

  21. Adorei o texto, em especial do set list que acho imprescindível p/ quem não foi! A análise do show feita pelo Lúcio Flávio e Pedro Brandt,respectivamente, no Correio Braziliense também foi nota dez!!!!!

  22. A merda é que nunca saberemos se o artista internacional é pontual ou não. Se chegamos no horário marcado, corremos o risco de ficar horas e horas de bobeira. Se chegamos tarde, corremos o pior risco – perder o show. Talvez a saída aqui é procurar saber se foram pontuais ou não nos shows anteriores.

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