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Um giro pelo Brasília Capital Moto Week

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Por Marcos Pinheiro
Fotos: Lyanna Soares
e Divulgação

O Cult 22 esteve na versão 2017 do Brasília Capital Moto Week, o outrora Moto Capital, nome que a galera se acostumou e continua chamando o evento. Segundo dados da produção, quase 680 mil pessoas estiveram presentes na Granja do Torto ao longo de 10 dias, entre 21 e 30 de julho, com cerca de 300 mil motos, 1.704 motoclubes e 209 expositores, gerando 7 mil empregos (diretos e indiretos) e movimentando quase R$ 55 milhões na economia local. Números bastante expressivos que tornam o encontro de motociclistas o maior da América Latina e o terceiro maior do mundo. Como não sou integrante de motoclube, nem frequento habitualmente o meio, não vou entrar no mérito se a nova cara do festival está “comercial demais” e “traiu a essência” do movimento, como alguns grupos têm reclamado – um evento paralelo, com o objetivo de “resgatar as raízes”, até foi organizado no Autódromo na semana passada, mas fracassou devido à desorganização e ao desencontro de informações.

BCMW Passeio de Motos 2017Analisando como público comum, o encontro é um case de sucesso. Uma “cidade” é montada dentro da vasta área da Granja com diversas lojas de equipamentos para motos, roupas, calçados, bijuterias, camisetas, bonés, quadros/posters, ótica e outros artigos, bares temáticos e praça de alimentação com várias opções, atividades esportivas e o característico Globo da Morte (foto abaixo). O local ainda é ocupado pelas barracas de camping e tendas dos motoclubes nacionais que vêm especialmente visitar Brasília na ocasião. O tradicional (e gigantesco) passeio motociclístico (foto ao lado) encheu as pistas do Plano Piloto, no sábado passado (29/7), quebrando recorde com quase 40 mil motos num percurso de 60km! Na arena a música está espalhada por todos os cantos, seja no som mecânico que ecoa dos bares e tendas, seja nos palcos particulares montados por alguns motoclubes. Ou seja, os shows no palco principal não necessariamente são a maior atração do Brasília Capital Moto Week.

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E é nesse aspecto que vamos nos concentrar: a mudança na configuração artística chama bastante a atenção. Historicamente a programação do evento era essencialmente recheada por bandas cover, de nomes clássicos do rock (Rolling Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Beatles, The Doors, AC/DC, Creedence Clearwater Revival, Raul Seixas etc.), com poucos trabalhos autorais da cidade e algumas atrações de projeção nacional. Confesso que tinha certa “preguiça” em ir justamente por achar muito “mais do mesmo” – musicalmente falando.

DSC_9518Eis que a alteração de nome trouxe também uma renovação conceitual: dos 30 shows programados este ano para o palco principal, em sete noites, 24 eram de bandas/artistas autorais! Uma divisão que se manteve nos palcos paralelos dos motoclubes. A produção independente brasiliense saiu vencedora com as presenças de Brown-Há, Subinstante, Liwafelk, Distintos Filhos, Allmind, Adriah (foto), Massay, Blood Chip, Kábula, Detrito Federal, Mariana Camelo, Brazilian Blues Band, Calvet, Taís, Perpetual Legacy, Darshan (foto no final do texto), Trampa e Scalene tocando com as mesmas condições de som e iluminação que bandas do porte de Os Paralamas do Sucesso, Blitz, Camisa de Vênus, Casa das Máquinas e Jota Quest.

DSC_0251Uma atitude pra lá de louvável da organização, talvez até “estimulada” pelo suporte mais efetivo do GDF e de leis de incentivo à Cultura. A questão que incomoda é: o público habitual do evento concorda com essa mudança? Na noite de domingo (23/7), com line up selecionado pela equipe da Transamérica FM a partir do programa Toma Rock – que deu origem à coletânea homônima reunindo mais de 20 bandas locais -, a presença em frente ao palco era ínfima, não lotaria nem um pub! Fato que se repetiu no sábado seguinte (29), em outra noite só com atrações brasilienses – exceção apenas ao Scalene (foto), que está em patamar de “atração nacional” e encerrou o festival com ótima audiência.

DSC_9744Resumo: a falta de interesse pelo trabalho autoral e independente de Brasília continua a ser uma dolorosa realidade. Algo que pode ser percebido também nas primeiras atrações que se apresentam, por exemplo, em outro evento de grande porte da cidade, o Porão do Rock, esse sim destinado essencialmente à música. Uma pena. Mas a mudança artística do Brasília Capital Moto Week já representa uma nova (e grande) oportunidade aos artistas, algo que deve ser muito comemorado. Que as bandas aproveitem e se fortaleçam ao longo do ano para formar e movimentar seu público. Qualidade, sabemos, não falta! O desafio está lançado…

Confira o álbum de fotos por Lyanna Soares Photography

2 comentários sobre “Um giro pelo Brasília Capital Moto Week

  1. concordo contigo na parte final do texto! o público não é aquela galera raiz em rock! meio que virou moda com esses scalenes dá vida… mas toquei dois anos seguidos no moto capital e te digo, ficamos num palco de m… som péssimo e ainda fui ameaçado pelos “organizadores” desse palco b… quase apanhei! enfim, moto é moto, rock é rock

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