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Na Rota do Rock Brasília – parte 2

A correria ontem (5/12) foi tão grande, que nem deu para comentar como foi a segunda noite do Festival Na Rota do Rock Brasília. Talvez também porque tenha batido uma decepção com o público irrisório que compareceu ao Blues Pub na quinta-feira (4/12). Se na véspera, no UK Brasil, mais de 250 pessoas circularam ao longo da noite, nem 50 compareceram à casa de Taguatinga.

Justificativas (ou tentativas de) não faltaram nas discussões internas. Talvez tenha havido falta de divulgação mais forte e específica naquela cidade. Talvez as bandas escaladas não tenham apelo de público na região. Talvez a mudança de última hora na programação tenha atrapalhado. Talvez o preço cobrado seja fora dos padrões vigentes por lá – a produção, inclusive, decidiu manter o valor de R$ 7,00 a noite inteira. Talvez a casa tenha tradição de abrigar muitos shows cover ou tributos e menos trabalhos autorais. Muitos “talvez”, enfim…

Casa vazia à parte, as bandas cumpriram muito bem com seu papel. Os shows só poderiam começar após as 23h, seguindo acordo do Blues Pub com um vizinho restaurante chinês delivery. Somado a alguns problemas técnicos na montagem do palco, o Brown-Há deu início aos trabalhos às 23h15 e mostrou um rock and roll energético, com influências notórias de Led Zeppelin e algo de Strokes. O instrumental é afiado e o vocalista João Paulo se destaca pela boa presença. Destaques para as canções Hey, Babe! e Essa Rotina, faixas do EP-demo lançado este ano.

Era quase meia-noite quando o Pelicanos da Lua começou sua apresentação. A banda, que já tem 10 anos de estrada, muitos shows pelo país e um CD lançado, anda meio sumida dos principais eventos candangos. Tocando como um trio, mostrou um pop/rock competente, alternando momentos mais amenos, com pitadas de reggae, com riffs acelerados. No repertório, não faltou seu maior hit, Todas as tribos. Vamos esperar para ver o que o grupo apresentará de novidade daqui pra frente.


A terceira atração foi o Quebraqueixo, liderada por Evandro “Esfolando Ouvidos” Vieira. Com muita energia e groove, amparado pela cozinha de Herman e Berma e a guitarra experiente de Paulo Mattos, o quarteto subiu a 0h45 e fez um set mais curto que o previsto, com repertório baseado no único CD, Terra torta, de 2004, e duas ótimas versões de Dead Kennedys (Holiday in Cambodja) e Suicidal Tendencies (“Essa é para o Phú, a banda que ele mais gosta no mundo”, dedicou Evandro ao amigo e ex-companheiro de Macakongs 2099). Autor de bons livros de contos ou que narram histórias da cena hardcore local, Evandro precisa agora é colocar sua banda em estúdio para gravar material novo. Estamos esperando…

Antes da 1h30, o veterano ARD chegou para provar que seu discurso punk continua atual. A banda, convidada de última hora do festival, não se abateu com o pequeno público e mandou ver “homenageando” Pedro Álvares Cabral (Ìndios), os Estados Unidos (Maggie) e a juventude transviada (Drogados), entre outras, e fechou com o hino Morrer punk. O show não durou mais que 20 minutos, mas foram suficientes. Apesar do tributo gravado por bandas candangas em 2006, a turma do vocalista Gilmar merece mais…

Fotos: Marx Menezes e Rômulo Campos (programa Synergia)

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