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Frutinha que dá um caldo


Fotos: Amanda Marinho e Alessandro Xoquitu

Após o “turbilhão” Green Day de domingo era até reconfortante voltar ao mesmo Ginásio Nilson Nelson, 48 horas depois, para ouvir a doce e boa voz de Dolores O´Riordan. Nada como um show mais calmo para baixar a adrenalina daquela noite sensacional. Legal também foi comprovar que o Cranberries tem uma legião de fãs na cidade, o que já se podia prever pela quantidade de comentários postados no blog demonstrando ansiedade pela vinda deles.

Resultado: pistas (VIP e normal) e cadeiras lotadas. Fazendo os cálculos, baseados nos números apresentados pelos nossos leitores, posso dizer que 6 mil pessoas (ou algo em torno disso) foram conferir os irlandeses. Depois eu confirmo.

O show teve início pontualmente às 22h, uma hora depois do escrito no ingresso. Desnecessário, ainda mais porque não tinha banda de abertura. 21h30 estaria de bom tamanho. O Cranberries subiu ao palco ao som embolado – e com a voz de Dolores inaudível – em Analyse. O microfone melhorou um pouco em seguida, mas as coisas só se ajeitaram mesmo a partir da terceira música, Animal instinct.

Tenho os três primeiros discos deles, mas não me considero um fã. Nos últimos dias ando numa correria por conta da mudança da Rádio Cultura FM para o Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). Logo, nem tive tempo para reouvir com mais atenção as antigas canções. E não há como negar: aquele show do Green Day não saía da minha cabeça!

Óbvio, não dá pra comparar as duas bandas. Estilos e posturas completamente diferentes, shows absolutamente díspares. Enquanto os norte-americanos abusam do deboche, da energia punk, da pirotecnia e da interação com a galera, os irlandeses são mais melodiosos. Mas, no palco, soam frios, distantes. Dolores canta muito bem, faz umas danças esquisitas como de costume, mas não parece sentir a mesma emoção que os fãs lá embaixo, que atiraram para ela bandeiras do Brasil, uma camiseta (azul) da Seleção e outra alvinegra (seria do Botafogo ou do Atlético-MG?), entre outros mimos. Era como, em seu vestidinho preto brilhante e colado no corpo, estivesse apenas cumprindo protocolo. Mais um show pro currículo, saca?

OK, ela até deu “colher de chá” pro povão ao envergar a camisa brasileira em Salvation. Mas não demorou a voltar ao visual padrão. Exceção desta “frieza europeia” talvez em Zombie – espécie de “Sunday Bloody Sunday” dos Cranberries ao tratar dos eternos conflitos entre católicos e protestantes, tema muito caro ao povo irlandês. E em Dreams, que fechou a apresentação, com 1h35 de duração.

Enfim, os músicos são ótimos, a banda tem grandes canções (acho Linger e Dreams maravilhosas e me fizeram comprar o disco de estreia, Everybody else is doing it, so why can´t we?, de 1993), mas tudo me pareceu normal e previsível demais. Pop bem feito. Ponto.

É, o show do Green Day me “fez mal”…

Set list dos Cranberries (“cortesia” JVC, valeu!):
. Analyse
. How
. Animal Instinct
. Ordinary Day
. Dreaming My Dreams
. Linger
. Ode to my Family
. Still Can´t
. Just my Imagination
. Desparate Andy
. When You´re gone
. Can´t Be with You
. Waltzing
. Time
. Free to Decide
. Salvation
. Ridiculous Thoughts
. Zombie

Bis
. Empty
. You and Me
. Promises
. Dreams

Fiquem com um vídeo de Animal Instinct, que já postaram no You Tube.

16 comentários sobre “Frutinha que dá um caldo

  1. Não entendi…. não era pra ser pop e rock sem discriminação?

    Também achei que o atraso não foi legal, e que o som começou ruim, mas pelo menos pra quem tava de frente pro palco melhorou depois do segundo verso de “analyse”. Mas a crítica ao palco dos caras não achei válida.

    Como voce mesmo disse, não dá pra comparar Green Day com Cranberries. E não é que o primeiro te fez mal. Talvez voce prefira ele. Só isso. Ouvi mta gente falando que preferiu ir no segundo pq queria um show + calmo.

  2. Bira, não tenho preconceito contra o pop. Bem feito, que fique claro! Fui ao show do A-Ha em março e, apesar do problema na voz do Morten Harket lá pela sexta música, gostei do show. Me emocionou mais que o Cranberries – deve ser porque sou da geração 80. Sei lá, foi só uma impressão.

  3. SET LIST:

    Analyse
    How
    Animal
    Ordinary Day
    Dreaming my Dream
    Linger
    Ode to my Family
    Still Can´t
    Just my Imagination
    Desparate Andy
    When You´re gone
    Can´t Be with You
    Waltzing
    Time
    Free to Decide
    Salvation
    Ridiculous Thoughts
    Zombie
    ——
    Empty
    You and Me
    Promises
    Dreams

  4. de nada.
    Escrevi aí o que tá no set list de palco.. nao tenho certeza do nome de algumas musicas se os nomes estão completos (tipo Free to Decide tava escrito só Free, mas esta eu conheco e corrigi)

  5. Boa a resenha, mas…
    Sei lá, vi mais Green Day aí do que Cranberries.

    Se o som é mais calmo e a banda fez um show de rock, então foi um show agitado para o estilo da banda, concorda?

    E cada show com suas particularidades. O som dos caras tem uma influência de Smiths, Duran Duran, bandas que no palco eram introspectivas. O que eu vi no show, e você viu, não é um show morno ou sem emoção. É o estilo de uma banda. E que pelo vídeo postado, esquentou bem.

  6. Marcos, também estive nos dois shows e entendo perfeitamente seu ponto de vista. Sou fã de Cranberries, mas o show do Green Day foi uma coisa linda de deus. Inesquecível!
    Abraços!
    Vanessa

  7. Também não sou fã de atrasos e o Show do Guns já me traumatizou o suficiente nesse quesito. O som estava ruim nas primeiras músicas? Sim isso é um fato, mal se ouvia a voz da Dolores. No entanto o problema foi contornado e no restante do show a música estava boa. Gostaria de ter ido ao show do Greenday no entanto a verba não permitiu. Agora quanto a frieza e presença de palco “europeia” eu sou obrigado a discordar. Achei a performance da Dolores muito bacana, tudo bem que ela não chamou ninguém pro palco e nem presenteou um fã com uma guitarra.

  8. Achei que o show foi burocrático,os hits foram executados, mas faltou um elo entre banda e público. A forma como a Dolores deixou o palco deixa isso claro, pelo menos para mim.

  9. Fazer comparação entre shows de bandas, ainda mais com estilos e públicos bem distintos, é sempre uma armadilha.
    Não sou fã de nem do Green Day, nem dos Cranberries, mas ambos fizeram a sua parte em suas apresentações, que era entreter.
    Não vamos chegar ao cúmulo de achar tudo muito incompatível com o gosto do brasiliense, pois há publico para todos os sons.
    Convenhamos, a qualidade do som que estão tirando no Nilson Nelson está a desejar, mas nem por isso as bandas perderam o brilho no palco.
    Os dois shows foram bons. E ponto.

  10. Mais um grande show Brasília!
    Agora, além do atraso a montagem da pista premium foi ridícula! Pegou 90% da pista do Ginásio, enquanto isso os espectadores da pista “normal” ficaram esmagados nas cadeiras e nas escadas. Vergonha, dessa vez passaram dos limites! Se querem vender essa porra de vip que vendam, mas com um espaço menor! Pra que isso num lugar como o Ginásio ??!

  11. Foi pop? Foi. Diga-se de passagem pop rock dos bons. Sou “oitentista” também, mas sei reconhecer o que veio depois, pois os 90 e os 00 (nesse último leia-se indie rock) também trouxeram coisas boas. Só acho que laranjas e bananas não devem ser comparadas, ou, em se fazendo uso das “frutas da estação”, Cranberries e Green(emocore)day são coisas diversas; devem ser comparadas em suas categorias. Gostos à parte, cregar para comprar o ingresso vendo na parede de fundo cartazes trazendo Cranberries, Green day, Black eyed e Credence em menos de um mês é um presente e tanto para nós de Brasília… é ou não é?

  12. fala ai Brasilia, cara muitos shows bons por aqui etc..mas a falta de respeito com o público tb aumenta, todo show é a mesma coisa reclamação de som , horário etc…pô marcos vc com sua influência e canal de comunicação mais abrangente não tem como dá um toque nesses empresários sem noção?? o show foi demais a Dolores é carismática sim, concordo com César basta vê as influências da banda e não vamos comparar shows e estilos ai a resenha pisou na bola, mas no mais valeu.

  13. concordo com o Marcos. O show foi bom, mas tendo o show do green day na cabeça, fica difícil ficar abismado com o show do Cranberries.

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