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Olê, olê, olê, olê! Ozzy, Ozzy!

O coro entoado repetidas vezes pelas quase 10 mil pessoas (talvez um pouco menos) que compareceram na noite de ontem (5/4) ao Ginásio Nilson Nelson – entre as quais, muitas figuras conhecidas do rock de Brasília -, era como o de uma torcida de futebol apaixonada por seu clube de coração. Muitos pareciam não acreditar que ali, a poucos metros de distância, estava uma lenda viva da música mundial, um sobrevivente da dura e desregrada vida no rock and roll.

Eram 21h27, três minutos antes do previsto, quando as luzes do ginásio se apagaram e Ozzy Osbourne entrou correndo frenético pelo palco, convocando todos a gritarem e se divertirem aos acordes de Bark at the moon. Em quase 1h40 de apresentação, ele repetiu exatamente o repertório apresentado nos dois shows anteriores no Brasil. E deixou todos extasiados com seu carisma.

Chega a ser comovente ver aquele senhor de 62 anos andando pra lá e pra cá com as costas curvadas e mãos trêmulas. Ele balança os braços de um lado pro outro, bate palmas, ri como um menino excitado com toda aquela adoração. Esguicha mangueiras de espuma, joga baldes de água no público. Uma performance “pop” do chamado “Príncipe das Trevas”.  Who cares?

Quem se importa também que a maior parte de seu set list solo seja formada por músicas de um mesmo disco – Blizzard of Ozz (1981) -, do qual ele apresentou, pela ordem, Mr. Crowley, I don´t know, Suicide solution e Crazy train? Ou que sua voz esteja meio detonada pelos abusos da vida?

Com menos de uma hora de show, ele deixou o palco, após Shot in the dark, para que os músicos mostrassem seu virtuosismo. Primeiro, o guitarrista Gus G (que tem a árdua missão de substituir o velho ícone e parceiro de Ozzy, Zakk Wylde) sola incessantemente, com direito a riff do clássico nacional Brasileirinho, num “momento Pepeu Gomes/Armandinho”. Mandou bem, apesar de certo exagero característico dos guitar heroes. Chato mesmo foi o solo do baterista Tommy Clufetos. O cara é “fera”, ninguém discute, muitos deliraram com a perfomance. Mas, me desculpem, não gosto de tantas firulas nas baquetas.

Se a intenção era deixar o “chefe” tomar um gás no balão de oxigênio do camarim, eu aceito perfeitamente. Afinal, depois de tanta masturbação solo (foram mais de 10 minutos!), veio o orgasmo: de volta ao palco, Ozzy mandou o hino Iron man, a terceira dose de Black Sabbath, após Fairies wear boots e War pigs. Na sequência, I don´t wanna change the world e a catártica Crazy train (“All aboard, hahahaha!!!“). Uma nova pausa do mestre, desta vez bem rápida, para a volta ao bis com a balada Mama I´m coming home (a mais cantada pela galera nos corredores do ginásio, após o show) e a clássica Paranoid.

Quem, inadvertidamente, viu o Heaven and Hell no mesmo Nilson Nelson esperando clássicos do Sabbath “fase Ozzy”, ontem saiu de lá com o sentimento de “missão completa”, quase dois anos depois. Se Mr. Osbourne não possui o mesmo alcance vocal de Ronnie James Dio, pode-se dizer com certeza que, nos quesitos “empatia” e “carisma”, há um empate técnico.

Que venha agora o Motörhead! Para carimbarmos mais uma figurinha no cada vez mais recheado álbum de shows internacionais relevantes em Brasília!

PS: Entrei no ginásio no momento em que terminava o Sepultura. Fico devendo uma resenha deste show.

19 comentários sobre “Olê, olê, olê, olê! Ozzy, Ozzy!

  1. O show foi emocionante demais! Todos se renderam ao Ozzy, até os mais radicais! Um verdadeiro evento histórico!!!

  2. parabéns a resenha muito legal mesmo, o show…. um sonho realizado por este garoto de 40 anos que achava impossível há vinte e poucos anos atrás ter essa oportunidade de ver essa lenda sobrevivente do rock , antes ouviamos o mestre em fitas cassetes no escaldante soldo PIAUÍ, hj aqui na capital do rock realizei vários sonhos ao ver ao vivo algumas lendas e heróis de minha vida (scorpions, iron, heaven and hell, megadeth, joe linn turner,saxon, deep purple, the doors,napalm , exploited , cólera, sepultura, r.d.p.etc…) que venha mais e mais, valeu e claro um show é pra celebrar revi vários amigos dasantigas da época que ainda nos comunicávamos por cartas e líamos fanzines, vi famílias inteiras reunidas, motociclistas vindo de mato-grosso etc…o prazer proporcionado pelo rock é libertador e confortador. que venha o velho Lemmy aos 67 anos de resistência na arte do bom e velho rock.

  3. O show do sepultura foi sensacional, até pq o ginásio não estava tão lotado e eu ainda não estava derretendo, o set list não podia ser melhor. O Ozzy, ah o Ozzy…. o que dizer.. compartilho do sentimento do vidal de que há alguns (muitos) anos atrás achava improvável ver um show desse porte. Noite perfeita!

  4. Meu caros, como no post muito bem citado acima…nos últimos anos realizei varios desejos quase inacreditaveis ao ver shows de bandas que curto a mais de 20 anos……………..agora o Sr. Ozzy realmente foi um sonho realizado.

  5. Caralho nem vou terminar de ler essa resenha porque simplesmente não agoento ler depois do que eu vi ontem… MELHOR SHOW DO ANO..simplismente hehe valeu…OZZY!!

  6. Menos de 10 mil pessoas será ? Achei o ginásio bem cheio, mas o autor do post têm as sua fontes. Em relação ao solo de bateria foi o 1º que achei legal dos vários já presenciados por mim. Por fim, foi uma noite inesquecível.

  7. José, o ginásio lotado comporta entre 12 e 13 mil pessoas, que foi o público do Guns n´Roses ano passado. Havia muitos espaços na arquibancada e alguns na pista/cadeira. Teve até quem falasse em 8 mil pessoas, mas acho que quase 10 mil um número mais próximo do real

  8. Marcos,

    Bela resenha!
    Show magnífico!
    Sobre o público, a arquibancada quase lotou. Faltou aqueles setores bem nas laterais do palco.
    As pistas lotaram.
    Realmente, não havia menos de 10 mil, mas chegamos a capacidade máxima de 12 a 13 mil. Você tem razão. Também, pudera. Show na terça-feira, depois de uma sequência de shows atrás do outro. Enfim, Brasília está de parabéns mais uma vez.

    Em tempo: Segundo a produtora, tinham 11 mil no show do Ozzy. As informações foram postadas no twitter deles.

  9. Olha, eu achei sensacional tb!! E particularmente não tive muitos problemas com o solo do batera… mas sou suspeito pra falar tb. hehe Mas realmente foi um sonho realizado ver o Ozzy, godfather of metal, em Brasília e com tanta energia e sorrisos. Foi incrível. Fora toda a estrutura do show, que mesmo simples pros padrões do Ozzy, tava fantástica. Um belo uso de iluminação em um set sem muitas firulas. Que venha o Lemmy!!

  10. Perfeito, sou um homem barbado mas chorei quando vi em minha frente um dos responsáveis pela minha doutrina no metal hahaha

    OBS: fui batizado pela espuma sagrada de nosso PAI DO METAL ….
    HHAHAHAH

  11. Como diz o título do DVD do MEGADETH esta foi “MAIS QUE UMA NOITE!!!”
    Uma noite que começou com um show esmagador do SEPULTURA e terminou com ápice total do Mr. OZZY!
    Após ter preseciado a volta da Donzela a dias atrás ver Ozzy logo na sequencia,foi fantástico!
    Que venha o pessoal do MOTORHEAD!!!
    Mas algo me preocupa: pois sei que alguma grandes bandas do cenário mundial estão por vim ao Brasil e por enquanto Brasília ficou fora da turnê dessas bandas.
    São elas: HELLOWEEN com STRATOVARIUS, MOTLEY CRUE, ALICE COOPER, entre outras. Não podemos deixar a peteca cair, pois demoramos muitos tempo para conseguir romper está barreira do eixo Rio – São Paulo!!!

  12. Realmente foi uma noite que eu nunca esquecerei, escuto Ozzy desde que nasci, e jamais imaginei que teria a oportunidade de ver o Madman no quintal de casa, foi simplesmente sensacional!

    E pro Ricardo ai em cima, a Parkshow, produtora do show do Ozzy, Motorhead e etc, disse que ja tem um show confirmado para o 2º semestre, deve vir coisa boa por ai!

  13. Isso aí Ricardo Reduzino!

    Infelizmente não pude presenciar o show do Ozzy, mas fui no do Maiden, planejo ir no Mothörhead e espero ansiosamente que bandas como Symphony X e Blind Guardian ainda dêem as caras por aqui! xD\m/

  14. Foi realmente muito F**A!!!!! OZZY detonou e sua banda é espetacular…….
    Concordo com o que foi dito acima…..Tem muita banda boa vindo pro Brasil este ano….e Brasília não pode ficar de fora……em setembro tem Judas Priest e Whitesnake……Atenção produtores de Brasília não deixem escapar!!!!!!!!!!!!!!

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