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Noite de reencontro

Não vou negar: Simple Minds era das minhas bandas prediletas durante os anos 1980.  Conheci o som dos caras como quase todos no Brasil, a partir dos sucessos como Don´t you (forget about me) - composta para a trilha do filme The Breakfast Club, de 1985 (exibido por aqui como “Clube dos cinco”) - e Alive and kicking, lançada logo em seguida no álbum Once upon a time, o sétimo (!) dos escoceses. Vejam como o mercado fonográfico do nosso país era atrasado naquela época!

A partir de matérias que li em revistas e jornais fui me interessando mais pela banda a ponto de comprar na (ainda viva) loja Modern Sound, em Copacabana, três vinis importados do início da carreira deles – Real to Real Cacophony (1979), Empires and dance (1980) e Sons and Fascinations/Sister Feelings Call (1981) -, ao mesmo tempo em que outros foram finalmente saindo no país, como New gold dream (1982) e Sparkle in the rain (1984). Tenho todos eles até hoje.

Quem ouvir com atenção esta fase inicial do Simple Minds vai perceber o quanto de experimentalismo havia no som do grupo antes de virar o que a mídia convencionou de “sub-U2″. Quando anunciaram a presença deles no primeiro Hollywood Rock, em janeiro de 1988, lá estava eu, claro, na Praça da Apoteose. Ao meu lado, um desconhecido, com camiseta oficial, assistia o show cantando todas as letras. Perto dele, eu era um “nada” como fã.

Na virada para os anos 1990, a banda foi perdendo força não só na mídia como no processo criativo. E os discos posteriores foram passando batido para mim, embora eu tenha (em vinil também) o Street figthing years (1989) - que traz o hit político Mandela day - e o Good news from the next world (1995), já em CD. Fui me “reencontrar” com o Simple Minds em 2001 ou 2002 ao comprar Neon lights, disco que traz só versões para clássicos de Van Morrison (Gloria), David Bowie (The man who sold the world), Echo & the Bunnymen (Bring on the dancing horses), Neil Young (The needle and the damage done), Velvet Underground (All tomorrow´s parties), Joy Division (Love will tear us apart) e a faixa-título, do Kraftwerk, entre outras. Honesto.

Foi como um flerte com uma velha namorada, mas ficou só nisso.  Em 2009, o Simple Minds lançou o décimo quinto álbum, Graffiti Soul, comemorando 30 anos de carreira. Algumas músicas, como Rockets e Stars will lead the way, entraram na programação normal da Cultura FM. Confesso que nem me entusiasmei muito. O disco, porém, voltou a catapultar os caras na mídia e a nova turnê mundial está percorrendo vários países.

Ao saber que eles voltariam ao Brasil - e pela primeira vez em Brasília -, a velha faísca se reacendeu. Vou ao show de hoje (21/8), que começa pontualmente às 22h, no Ginásio Nilson Nelson, mais para matar saudades do que achando ser “o evento”. As duas apresentações que fizeram no país até agora (terça-feira, em São Paulo, e quinta, no Rio) foram tratadas com certa frieza pela imprensa. E o set list tocado, por enquanto, carece de algumas canções da minha preferência, como Promised you a miracle, Glittering prize, Speed your love to me e All the things she said, por exemplo. Vamos lá encarar mais esta missão “volta aos anos 1980″.

PS: Vale lembrar que, além do show, hoje tem a festa Pulp!, no Landscape Pub (Centro de Atividades 7, Lago Norte), que começa por volta das 23h e vai rodar a madrugada. Eu discotecarei lá a partir das 2h. Antes e depois, tem os DJs Campedro, Leandro Galvão, Montana e os anfitriões Felipe Campbell e Mário Bros. Vai ser uma noite de nostalgia e (muita) diversão!

Set list em São Paulo
Sanctify Yourself
Stars Will Lead the Way
Waterfront
See the Lights
Big Sleep
This Is It
Mandela Day
Moscow Underground
Hypnotised
Someone Somewhere in Summertime
Once Upon A Time
One Step Closer
Don´t you (forget about me)
Alive and Kicking
New Gold Dream
Bis
Neon Lights (Kraftwerk)
Rockets
Let There Be Love
Ghostdancing
Gloria
(Van Morrison)

No Rio, o set foi um pouco menor, sem This is it, Ghostdancing e as versões de Kraftwerk e Van Morrison. Themes for great cities foi incluída no início do show e a “dobradinha” Don´t you (forget about me) e Alive and kicking não rolou uma atrás da outra como em Sampa. Vamos ver o que eles prepararam para Brasília…

De aperitivo, segue trecho da apresentação no Via Funchal, terça-feira passada…

Um comentário sobre “Noite de reencontro

  1. Oi, Pinheiro!
    Também muito me agrada a música “Promissed You a Miracle”.
    Bem que eu gostaria de ir ao Landscape, porém não me adaptei ao ambiente. Lembro até hoje quando fui ao aniversário do Gonzalo Insonia e fiquei estrategicamente na escada. Cara, quase me jogaram la de cima, nunca fui tão xingada! Mas heroicamente fique até o acender das luzes. Isso é que é gostar de um D.J., né?????

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